Adam havia colocado recentemente um de seus seguranças para vigiar Elizabeth discretamente. O receio que lhe corroía a mente era constante: John estava à solta, descontrolado e desesperado para encontrá-la. A ordem era clara e direta: se ele aparecesse, avisar imediatamente.
Quando o telefone tocou, o coração de Adam gelou. A voz tensa do segurança confirmou seu maior medo: John a havia encontrado. E o pior cenário tomou forma em sua mente como um pesadelo inevitável.
Desde o dia da encenação do acidente, eles não estavam mais sendo vigiados. O plano de direcionar as investigações para o litoral havia funcionado com sucesso... até agora. O que Adam não esperava era que John descobrisse a farsa tão cedo. Aquilo só podia significar uma coisa: algum erro no plano havia denunciado tudo. E agora, ele temia que Elizabeth estivesse diretamente na mira da fúria e sede de vingança de John.
Sem hesitar, ele e Sara entraram no carro, seguidos por outro veículo de seguranças, e partiram em disparada rumo às montanhas.
A estrada sinuosa parecia interminável. O silêncio entre eles pesava mais do que as curvas fechadas. Adam segurava o volante com tanta força que seus nós dos dedos se tornaram brancos, enquanto Sara, aflita, olhava pela janela preocupada
— Você acha... que ele faria algo contra ela? — perguntou Sara, rompendo o silêncio, a voz trêmula.
— Com a cabeça quente como está? — Adam respondeu, sem desviar os olhos da estrada. Sua voz era grave, carregada de preocupação. — Eu não duvido de nada. John se sente traído. E quando John se sente enganado... ele se torna imprevisível.
Sara suspirou, mordendo os lábios.
— Então temos que chegar logo... ou será tarde demais.
Adam assentiu, acelerando ainda mais.
*****
Elizabeth e John
— Então... foi aqui que você esteve todo esse tempo? — perguntou ele, observando o pequeno apartamento. A simplicidade do lugar, ainda assim cheio de delicadezas, revelava muito dela.
Elizabeth não podia acreditar no que via. John estava em sua sala. O homem que fora frio, cruel e distante durante três anos de casamento parecia outro. Havia uma sombra de tristeza em seus olhos outrora gélidos, e uma leveza estranha em seu semblante.
— Sim — respondeu Elizabeth, a voz baixa, sentindo o ar rarefeito pela presença dele.
John notou o desconforto. Ele sabia que, para ela, sua imagem estava marcada por desprezo, frieza e distanciamento. Mas agora precisava mostrar que havia mudado e o quanto a amava.
— Eu... não sei por onde começar. Há tantas coisas que preciso te dizer. — A voz de John era suave como nunca ouviu antes.
— Então comece pelo mais importante — murmurou ela, com receio, como quem teme acreditar. — Quando descobriu que me amava?
Os olhos de John brilharam, como se a lembrança fosse a mais preciosa .
— Acho que desde o primeiro dia em que te vi... no clube. - respondeu ele, e seus olhos, antes frios, agora brilhavam com emoção.
Elizabeth arregalou os olhos.
— Mas... eu tinha acabado de completar dezessete anos. — ela murmurou, surpresa.
— Eu sei. — Ele suspirou. — Mas você me olhava diferente. Não como as outras. Eu esperei... esperei você amadurecer, porque queria ter certeza de que não era apenas uma fantasia adolescente, nem tão passageiro quanto os sentimentos das outras mulheres.
Elizabeth engoliu em seco, emocionada.
John levantou-se e a puxou para seus braços, envolvendo sua cintura com delicadeza.
— Como fui tolo, Elizabeth. Como te fiz sofrer.
Seus lábios se encontraram num beijo suave, hesitante, que logo se tornou urgente. John a beijava com paixão contida, enquanto suas mãos percorriam, cuidadosas, o corpo delicado da esposa. John percebeu sua inexperiência e afastou-se um pouco, admirando o rosto corado da esposa. Entendeu, naquele instante, que ela havia se guardado, mesmo depois de tudo, para ele.
Elizabeth tremia, um torpor a invadiu sua mente como se estivesse nas nuvens, sentia o corpo do marido colado ao seu, mas não recuava: entregava-se ao homem que sempre amou.
— Elizabeth... — murmurava John entre beijos, com a voz rouca, inflamado pelo desejo. — Não aqui... não assim. — Ele tocou o rosto dela com ternura. — Quero você na nossa casa. Na nossa cama. Quero te dar a noite de núpcias que te neguei três anos atrás.
Elizabeth estava ofegante e quase desfalecendo nos braços de John.
— John… - murmurou ela
— Shhh... não diga nada. Apenas me beije.
Os dois se perderam em beijos intensos, ardentes, esquecendo-se do mundo.
Até que a porta foi violentamente arrombada.
O som ecoou como um tiro. O choque os fez se separar bruscamente, os olhares cheios de surpresa.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Amargo Contrato de Casamento
Olá, quero deixar aqui meus sinceros parabéns por essa linda história, eu amei. Que Deus abençoe vc e toda a sua família...
História linda e emocionante como a fé e o amor são capazes de transformar vidas....
Maravilho...