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Amargo Contrato de Casamento romance Capítulo 144

A porta foi arrombada com violência e Adam entrou, o rosto em chamas de fúria.

— Fique longe dela, seu canalha! — berrou, avançando com passos pesados.

Dois seguranças o seguiram de perto, junto com Sara, que parecia assustada com a cena.

— Adam?! — exclamou Elizabeth, surpresa, o coração acelerado.

— Solta ela agora! — gritou Adam, o corpo em alerta, os punhos cerrados. — Se afaste ou eu…

— Saints… — John respondeu com calma, ainda abraçado a Elizabeth. Seu tom contrastava com a tensão no ar. — Acho melhor você se acalmar.

— Eu não vou permitir que você a machuque de novo! — a voz de Adam era uma mistura de ameaça e desespero.

Elizabeth, atônita, interveio:

— Adam, por favor, calma… está tudo bem.

Mas ele não parecia escutar. Seus olhos só viam a cena: John, o homem que tanto feriu sua amiga, agora tão próximo dela.

— Se ele está te ameaçando, não se preocupe, Lizzie! — disse Adam, exaltado, dando um passo à frente. — Eu não vou deixar que ele te leve à força!

Elizabeth chegou a soltar uma risada nervosa.

— Adam… você não entende.

John ergueu a mão em sinal de paz, a voz serena.

— Ninguém está ameaçando ninguém. — Ele lançou um olhar firme a Adam. — E, apesar de tudo, preciso agradecer por ter cuidado da minha esposa durante esse tempo.

Sara, que observava tudo com atenção, respirou fundo e segurou o braço do noivo.

— Amor… — disse suavemente, quase rindo da situação. — Acho que a Lizzie não precisa ser resgatada

.Adam se virou para ela, confuso.

— O quê? — Adam parecia atônito.

Elizabeth se aproximou do amigo, tocando em seu braço com ternura.

— Está tudo bem agora. John e eu… estávamos apenas conversando.

Adam estreitou os olhos, incrédulo.

— Lizzie… se ele te intimidar, pode falar. Eu protejo você.

Ela balançou a cabeça, sorrindo com delicadeza.

— Não, Adam. Não preciso mais

Adam olhou para ela, depois para John, que retribuiu seu olhar com serenidade e um meio sorriso quase desarmante.

— Vocês…? — perguntou Adam, hesitante.

Elizabeth assentiu, corando.

— Sim. Eu e John… sabemos agora o que sentimos um pelo outro.

John deu um passo à frente, erguendo a voz com firmeza, mas sem agressividade:

— Tenho que te agradecer, Saints. — Seus olhos tinham um brilho sincero. — Se não fosse por você ter cuidado tão bem dela, talvez eu nunca tivesse percebido o quanto a amo.

Adam piscou, ainda atordoado.

— O que está acontecendo aqui?

Sara suspirou e fez um gesto para os seguranças se retirarem. Depois fechou o que restava da porta quebrada.

— Acho que merecemos uma explicação — disse ela, com calma.

Sentaram-se os quatro. John narrou toda sua jornada de autodescoberta. Confessou que, no início, sua raiva foi devastadora, mas que, com o tempo, se deu conta de que sempre amou Elizabeth. Contou como as mentiras, os julgamentos e o orgulho o cegaram.

Adam e Sara escutaram em silêncio, impressionados. O John diante deles parecia um homem completamente diferente daquele que um dia transformara o casamento de Elizabeth em um martírio.

Quando John perguntou, curioso, como Adam conseguira enganar toda sua equipe de seguranças, o amigo relaxou e, enfim, contou em detalhes sobre o plano: o celular, a encenação do acidente, a forma como despistaram todos.

John alternava entre incredulidade e um riso surpreso.

— Parabéns, Saints. Foi genial. — disse, sem nenhum ressentimento.

Adam respirou fundo.

— Eu precisava protegê-la. Sabia que, se a encontrasse tomado pelo ódio, poderia destruí-la.

O semblante de John entristeceu, e ele assentiu.

— E fez bem. Se a tivesse encontrado antes… não sei o que teria feito. Mas agora, só posso agradecer. Você e Sara são responsáveis pela minha felicidade — olhou para Elizabeth com ternura. — E, espero, pela dela também.

Elizabeth sentiu as lágrimas escorrerem, e John a beijou com carinho.

— Ei! — disse Sara, rindo, tentando aliviar a tensão. — Ainda estamos aqui, caso tenham esquecido.

Adam finalmente deixou escapar um sorriso, suspirando aliviado.

— Acho que temos, enfim, um final feliz. — E puxou Sara para um beijo, arrancando risos do grupo.

*****

Após se despedirem de Adam e Sara, o silêncio se instalou no apartamento, mas não era um silêncio vazio. Era denso, cheio de emoções represadas, de tudo aquilo que palavras mal conseguiam traduzir.

John a fitava intensamente, como se quisesse gravar cada detalhe dela na memória. Sua voz saiu rouca, carregada de desejo contido há três anos:

— Eu tenho que ir… — hesitou, os olhos percorrendo o rosto delicado da esposa. — Se ficar sozinho com você agora, não vou conseguir resistir. Nossa noite de núpcias precisa ser especial… diferente de tudo. Quero que seja perfeita.

John fechou os olhos, respirando fundo, como quem luta contra a própria fúria.

— Você não imagina como fiquei louco de ciúmes ao saber que ele estava tentando te conquistar.

Ela o encarou, surpresa.

— Você… com ciúmes?

Ele riu sem humor, mas logo sua expressão se tornou sombria.

— Louco. — Sua voz saiu quase num sussurro, carregada de dor. — Tive tanto medo de te perder, Elizabeth.

Então a puxou para um abraço apertado, desesperado, como se ela pudesse desaparecer de seus braços a qualquer instante.

— Isso não vai acontecer, John. — murmurou Elizabeth, decidida.

Os lábios se encontraram em um beijo intenso, ardente, cheio de promessas e redenção.

Quando se separaram, Elizabeth respirava rápido, mas criou coragem para perguntar:

— Já que falou de Steve… eu preciso saber uma coisa.

John acariciou-lhe os cabelos com ternura.

— O que, meu amor?

Ela mordeu o lábio inferior, hesitante.

— Você e Pamela… vocês dois… são…?

Ele não a deixou concluir.

— Não. — disse firme, olhando-a nos olhos. — Nunca. Tivemos apenas um namoro juvenil, nada além disso. Eu nunca te traí, Elizabeth. Nunca.

Elizabeth arregalou os olhos, surpresa, e corou violentamente.

— Está dizendo que… durante todo esse tempo em que estivemos casados…?

John deixou escapar um sorriso torto, carregado de desejo e ironia.

— Você nem imagina o quanto foi difícil pra mim. Chegar em casa todas as noites, saber que você estava lá… minha esposa, tão perto… e eu não podia te tocar por causa de um orgulho idiota.

Os olhos dele escureceram, intensos e perigosos, a respiração pesada.

— Se eu quiser te dar a noite de núpcias que você merece… preciso ir agora.

Soltou-a devagar com dificuldade, como se fosse contra a própria vontade, e já se dirigia para a porta. Antes de sair, virou-se para ela uma última vez.

— Daqui a dois dias, vou mandar alguém te buscar.

Pouco depois, alguém chegou para reparar o estrago da fechadura. Adam já havia passado antes na senhoria, inventando uma desculpa: disse que a porta havia dado defeito e providenciou imediatamente o conserto.

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