Era cedo quando um carro de luxo negro estacionou diante do sobrado onde Elizabeth morava. O veículo reluzia sob a luz suave da manhã, imponente, chamando a atenção imediata dos vizinhos. curiosos naquele acontecimento inesperado.
Um homem com postura firme, saiu primeiro. Era James, o motorista de confiança. Logo depois, desceu uma mulher distinta, de uniforme vinho impecável, que mantinha a compostura como se cada gesto tivesse sido ensaiado.
Elizabeth surgiu na porta de casa e, ao vê-los, seu rosto se iluminou com um sorriso que parecia carregar anos de saudade e alívio.
— James! — exclamou, quase correndo até ele. Estendeu-lhe a mão com entusiasmo.
O motorista, acostumado à formalidade, hesitou por um instante. O semblante sério suavizou-se ao ver o afeto genuíno da patroa. Ele apertou sua mão com respeito, mas também com calor humano.
— Como é bom vê-lo novamente! — disse Elizabeth, emocionada, segurando as mãos dele por mais tempo do que o protocolo permitiria. — Fiquei preocupada… temi que o John pudesse prejudicá-lo. Espero que me perdoe por não ter dito nada antes.
James abaixou a cabeça, tocando.
— Senhora, sei que se não falou nada, foi para me resguardar. - Falou ele em tom de agradecimento.
Ela respirou aliviada, e um sorriso doce lhe escapou.
— É realmente bom tê-lo de volta, James. Sou grata por tudo que fez.
— E é um prazer voltar a servi-la, senhora Walker. — respondeu ele, fazendo uma pequena inclinação.
— E como estão o pequeno Richard e a Cristy? — perguntou Elizabeth, lembrando-se com carinho da família dele.
James, que raramente se permitia expressar sentimentos, abriu um leve sorriso.
— Estão bem, graças a Deus. Richard está crescendo forte e esperto… Cristy manda lembranças.
— Em breve, quero visitá-los novamente.
— Ela ficará honrada com isso, senhora.
Elizabeth então voltou o olhar para a mulher ao lado de James.
— Bom dia, senhora Walker. — disse a jovem com um sorriso educado. — Sou Hanna. Fui designada para acompanhá-la hoje.
— Muito prazer, Hanna. — respondeu Elizabeth com simpatia. — Vamos?
James abriu a porta do carro com sua habitual cortesia. Assim que Elizabeth entrou, deparou-se com um enorme buquê de flores repousando no assento, exalando um perfume delicado. Entre as pétalas, um cartão se destacava:
"Ansioso por esta noite. Te amo. Seu John."
Elizabeth sorriu, encostando o rosto nas flores, deixando-se envolver pelo aroma e pela emoção. Ela leu e releu o cartão, não imaginava que John era capaz de um gesto tão romântico. Parecia simples mandar flores para alguém, mas vindo de John realmente a deixou muito feliz.
Enquanto Hanna se acomodava ao lado dela e James assumia o volante, o carro partiu suavemente em direção à cidade grande. Mas, por dentro, Elizabeth sentia um fio de apreensão. John havia dito que só se veriam à noite e ainda assim, tudo parecia preparado com um zelo misterioso.
Quando passaram diante da igreja, Elizabeth tocou o ombro de James.
— Pode parar um instante aqui?
— Claro, senhora. — respondeu ele, encostando o carro com prontidão.
James saiu rapidamente do carro para abrir a porta para a patroa e atento como exigia sua profissão.
Elizabeth entrou no templo silencioso. Ajoelhou-se, fechou os olhos e deixou que seu coração se enchesse de gratidão e esperança.
Ao sair, encontrou Steve parado na calçada, como se o destino tivesse planejado aquele encontro. James, sempre atento, avançou um passo à frente para protegê-la, mas Elizabeth ergueu a mão.
— Está tudo bem.
Elizabeth se olhou no espelho. Por um instante, nem ela mesma se reconheceu. Havia ali não apenas uma mulher bela, mas uma mulher transformada, segura, pronta para viver algo novo… ou talvez algo que sempre esteve destinado a acontecer.
Hanna aproximou-se com um sorriso discreto e encantada. Já havia arrumadas inúmeras mulheres bonitas, mas precisavam às vezes acertar algumas imperfeições, mas Elizabeth não precisou mais que uma leve maquiagem.
— Está absolutamente deslumbrante, senhora Walker.
Elizabeth sorriu de volta, o coração palpitando com doçura e ansiedade.
— Obrigada, Hanna.
Ao anoitecer, James retornou para buscá-la, o carro agora iluminado suavemente por luzes internas que refletiam o brilho sutil das pedras do vestido. O céu tingia-se de dourado e púrpura, como se o universo inteiro estivesse se preparando para aquela noite.
E ela estava pronta.
O carro parou em frente ao prédio, James desceu rapidamente do carro.
— Senhora… — disse James, abrindo a porta e fitando-a, estendeu a mão para ajudá-la a descer com respeito, quase emocionado. James sabia o quanto a jovem senhora merecia ser feliz.
Ele a acompanhou discretamente até a entrada do saguão. As pessoas que ali passavam pararam para olhar a bela mulher que parecia uma princesa saindo de um conto de fadas.
Ao entrar no saguão do edifício, Elizabeth foi envolvida por uma atmosfera encantadora. Uma pequena orquestra tocava suavemente, preenchendo o ambiente com uma melodia delicada e acolhedora. Antes que pudesse reagir, foi recepcionada por uma atendente elegante que lhe entregou um buquê de flores. Logo em seguida, outra abriu uma caixa de veludo, revelando um terço feito de pedras preciosas, acompanhado de um bilhete com caligrafia firme e familiar:
“Feito especialmente para a minha amada esposa. Com amor, John”.
Elizabeth pegou o terço com as mãos trêmulas. Era a joia mais linda que já havia visto, não apenas pela beleza singular, mas pelo carinho contido naquele gesto.
Foi então conduzida ao elevador. Entrou sozinha. Conforme os números dos andares iam subindo, seu coração acelerava. Cada som metálico das portas parecia marcar a contagem regressiva para o encontro que mudaria tudo.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Amargo Contrato de Casamento
Olá, quero deixar aqui meus sinceros parabéns por essa linda história, eu amei. Que Deus abençoe vc e toda a sua família...
História linda e emocionante como a fé e o amor são capazes de transformar vidas....
Maravilho...