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Amargo Contrato de Casamento romance Capítulo 15

Agora ela entendia por que John lhe jogara na cara que ela havia se vendido.

— Pai, como pôde aceitar isso?

Peter continuava em silêncio, sem coragem de encará-la.

Elizabeth fechou o contrato e se levantou. A revolta queimava em sua garganta, mas ela se recusava a chorar ali.

Ela esperava uma explicação do pai, mas quem falou foi Helen, com uma suavidade incomum.

— Elizabeth, nós só pensamos no seu bem.

— No meu bem... ou no seu? — rebateu ela, com amargura. — Parece que foram muito bem recompensados.

Virou-se para sair, mas, ao passar pela sala, olhou para o espaço onde costumava ficar o piano de sua mãe, que ela tanto amava tocar. Voltou para o escritório.

— Onde está meu piano?

Peter permaneceu calado.

— Ele não combinava com a nova decoração, então o colocamos no depósito — respondeu Helen friamente.

Elizabeth não podia acreditar que o piano da mãe estava num depósito. Bastou ela sair de casa e Helen tratou de se livrar de tudo que lembrava sua mãe e ela própria.

Elizabeth sempre buscou uma boa convivência com a madrasta, desde que seu pai casou com ela.

Por sua vez, Helen apenas aturava Elizabeth e a tratava bem por causa de Peter, assim ela conseguia tudo o que queria, mas sempre priorizou Edward. Queria que o menino fosse colocado a frente de Elizabeth e ela conseguiu.

Peter sempre fez as vontades de Helen e se direcionava mais a Edward. Helen o manipulava dizendo que Elizabeth já era crescida e não precisava tanto de atenção.

Elizabeth não era de cobrar nada e se contentava com a pouca atenção do pai. Mas foi se fechando e se distanciando, mas o afeto ainda existia entre eles.

— Se quiser, podemos mandá-lo para sua nova casa. Para nós, é inútil.

Helen sempre foi insensível e nunca gostou daquele piano.

— Não. Eu vou mandar o endereço para onde devem enviá-lo — respondeu com firmeza, saindo sem se despedir.

James a aguardava na porta. Ao vê-la, abriu a porta do carro em silêncio.

Estava perdida. Desnorteada. Pensava em pedir o divórcio. Isso destruiria os planos dos Walker, seria um golpe para John e para sua família.

Seria, talvez, uma boa vingança. Mas não era isso que ela queria, jamais iria prejudicá-los. Não seria uma boa cristã se alimentar de desejos de vingança.

Ela não queria o dinheiro de John. Queria o amor dele.

Mas como provar isso a um homem que já estava convencido de que ela era apenas uma oportunista?

Com as mãos trêmulas, pegou o terço sobre o pequeno altar e começou a rezar com mais fervor. Era sua fé que a sustentava. E ela se apegaria a isso com todas as forças.

Ela resistiria.

Seria uma boa esposa, mesmo que ele nunca viesse a amá-la.

E, se ao fim desse tempo John ainda a recusasse, ela partiria. Sem mágoas. Mas com a certeza de que amou da forma mais honesta e sincera que sabia.

Três anos. Esse era o prazo.

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