John
Enquanto resolvia pendências no escritório, John notou seu telefone tocar insistentemente. No visor, um nome que era sinônimo incômodo: Pâmela White.
Ele respirou fundo, passando a mão pelo rosto. Poderia ignorar. Deveria, na verdade. Mas sabia que, mais cedo ou mais tarde, teria que enfrentar Pamela e por um ponto final . Apertou o botão verde.
— John! Finalmente você resolveu me atender! — explodiu Pâmela, sem sequer disfarçar o tom de cobrança. — Onde você esteve? Sumiu por dias! Estava preocupada.
John apoiou o cotovelo na mesa, levando a mão ao queixo. Manteve o tom neutro, controlado.
— Bom dia, Pâmela. Espero que esteja bem.
Ela bufou, indignada.
— Não fuja da pergunta. Onde você estava? E por que me ignorou todo esse tempo?
Ele respirou fundo, mantendo-se impassível.
— Eu estava... viajando com minha amada esposa, Pâmela.
— Viajando?! — o tom dela era ácido. — Aquela... aquela oportunista! É isso, John? Me diz que não!
Ele se inclinou para trás na cadeira, cruzando os braços.
— Você está enganada. Elizabeth não é uma oportunista. E, sim... estava com minha esposa.
Houve um silêncio carregado do outro lado da linha. Mas não foi um silêncio de rendição. Foi um silêncio de fúria sendo engolida.
— John... você não pode estar falando sério. — A voz dela baixou, sedutora, quase melosa. — Nós dois... temos uma história. Você e eu... você sabe que é comigo que deveria estar.
John fechou os olhos por um instante, tentando não perder a paciência.
— Pâmela, nós já falamos sobre isso. Por que insiste? Eu e você não temos nada.
— Não me venha com essa! — cortou ela, impaciente. — Você sabe muito bem que essa coisa de “casamento” foi uma encenação. Um contrato! Você não pode amar essa interesseira, ela não faz parte do nosso mundo. Ela é uma garota simplória, sem classe, sem status... sem nada? Você sabe muito bem quem eu sou, John. Eu sou Pâmela White. Eu pertenço ao seu mundo. Eu combino com você!
Ele apertou o maxilar, respirando fundo.
— Engraçado... durante muito tempo eu acreditei nisso. Que precisava de alguém “do meu mundo”. Mas sabe, Pâmela... descobri que prefiro alguém que combine com minha alma... e não com o meu sobrenome.
Do outro lado, silêncio absoluto. Mas ele sabia que não era um silêncio de derrota. Era aquele silêncio venenoso, carregado de rancor e ameaça.
Ele manteve a postura firme.
— Eu sugiro, sinceramente, que cuide da sua vida, Pâmela. Porque a minha... já tem dona.
Ela tentou responder, mas ele não deu oportunidade. — Tenha um bom dia.
Desligou. Jogou o celular sobre a mesa e recostou-se na cadeira, passando a mão pelo rosto. John decidiu não mais atender Pamela.
— Se não quiser que cheguemos atrasados, é melhor irmos. — Disse ele se afastando com dificuldade e tomando a mão da esposa.
Ao chegarem à mansão Walker, Elizabeth estava visivelmente apreensiva. O nervosismo era impossível de disfarçar. Sabia muito bem que a mãe de John nunca a aceitou e as vezes em que haviam se encontrado fez questão de humilhá-la, deixando claro que ela jamais seria digna do sobrenome Walker.
Percebendo o desconforto da esposa e sabendo que parte da rejeição da família era culpa dela. John apertou sua mão com firmeza, oferecendo um olhar encorajador.
— Não se preocupe, eu estou com você.
Elizabeth assentiu e a forma com que John a olhou lhe deu coragem para enfrentar qualquer coisa.
Assim que cruzaram a imponente porta da sala de visitas, depararam-se com seus anfitriões. Estavam ali Roger e Martha, e o velho Oliver Walker, sentado em sua cadeira de rodas, cuja presença sempre impunha respeito.
No entanto, o que realmente surpreendeu John foi a presença indesejada de Pâmela White, sentada de forma provocadora em um dos sofá, deixando boa parte das pernas à mostra.
Os olhos de John se estreitaram sabendo que era uma provocação de sua mãe.
John imediatamente lançou um sorriso tranquilizador para Elizabeth, apertando ainda mais sua mão, como se quisesse blindá-la do desconforto iminente.
Mas o que mais surpreendeu foram os olhares dos presentes que se voltaram para Elizabeth de absoluto espanto. Afinal, a última lembrança que tinham dela era de uma jovem pálida, vestindo um vestido preto simples, completamente apagada.
Agora, diante deles, estava uma mulher elegante, com um sorriso seguro, vestindo um refinado vestido off white, de corte elegante, realçando sua beleza de forma arrebatadora e exalava sofisticação. Ao lado de John, formavam um casal belo e perfeito.
Martha e Pamela foram pegas de surpresa, não esperavam ver Elizabeth tão deslumbrante e radiante ao lado de John, não se podiam negar que eles combinavam em tudo.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Amargo Contrato de Casamento
Olá, quero deixar aqui meus sinceros parabéns por essa linda história, eu amei. Que Deus abençoe vc e toda a sua família...
História linda e emocionante como a fé e o amor são capazes de transformar vidas....
Maravilho...