Naquela noite, Pamela não conseguiu dormir. Os acontecimentos daquela noite e a conversa com Martha ainda ecoava em sua mente, mas, diferente de Martha frustrada, ela não estava disposta a se conformar. Caminhava de um lado a outro do quarto, com os punhos cerrados e o olhar carregado de determinação.
“Se John pensa que pode me trocar por aquela simplória, está muito enganado. Ninguém j**a fora Pamela White e sai ileso. Ninguém.”
Pegou o celular sobre a mesa e, após alguns segundos de hesitação, fez uma ligação. A voz masculina atendeu do outro lado, carregada de ironia.
— Ora, ora... se não é a princesa. Pensei que tinha esquecido de mim.
— Logan. — disse ela, em tom baixo e firme. — Preciso da sua ajuda.
Do outro lado, o riso debochado ecoou.
— Isso soa interessante. Quando você diz "ajuda", está falando de quê exatamente?
Pamela apertou o celular contra a orelha, sua voz carregada de veneno.
— Quero que me ajude a separar John daquela mulher.
Houve um breve silêncio, seguido de um assobio divertido.
— Sabia que você não ia desistir. Sempre admirei sua obstinação... mesmo que um tanto doentia. — Logan riu. — E o que ganho com isso?
— O que você quiser. — respondeu Pamela, com frieza. — Desde que John volte para mim.
— Cuidado com o que promete, princesa. Eu não sou como esses rapazes ingênuos que você manipula com um olhar. — retrucou Logan, em tom ácido. — Eu já investiguei sobre a vida dele e da esposa, mas já disse que se for armação eu não faço. Ainda mais contra Walker.
— Eu pago o que quiser. Faço o que quiser desde que me ajude a separar aqueles dois. — Pamela estava realmente disposta a tudo.
— A proposta é tentadora, mas prefiro não me meter com Walker. — Logan falou sério. — Se for para investigar, eu investigo. O que passar disso estou fora.
— Quer dizer que não vai me ajudar?
— Dessa vez não, princesa.
Pamela desligou e apertou o celular com tanta força que seus dedos ficaram brancos. Martha parecia ter se conformado com o casamento de John e Logan se recusou a ajudá-la.
“Tudo bem. Eu mesma faço isso”
*****
O restaurante na região serrana era um sucesso. Elizabeth havia deixado tudo nas mãos do chef Bryan. Quando ela retornou, foi com alívio que a recebeu.
— Chef Elizabeth. Que bom que retornou — Disse ele aliviado, apesar de ter cuidado do restaurante e mantido fiel às receitas, a presença dela era o porto seguro do restaurante.
Além do chefe Bryan, John havia enviado um de seus administradores para ser o gerente do restaurante enquanto Elizabeth estivesse fora. Mas ele nada falou sobre quem era o esposo de Elizabeth.
Enquanto ela verificava tudo, desde o estoque até o balancete, ficou feliz com o resultado.
Enquanto finalizava os últimos detalhes, a presença de um homem à porta chamou sua atenção.
— Olá, Steve. — disse ela, um tanto sem jeito.
— Olá, senhora Walker. — respondeu ele, com um tom levemente decepcionado. — Como vai?
— Estou bem. E você?
— Já tive dias melhores… — confessou, com uma expressão triste. — Você está feliz?
— Sim. Muito. — respondeu com sinceridade.
Steve observou os olhos azul-acinzentados de Elizabeth brilharem de um jeito que ele jamais tinha visto. Havia ali uma felicidade genuína, impossível de ser disfarçada.
— Não vou mentir... — prosseguiu, escolhendo bem as palavras — fiquei preocupado. Me perdoe, mas... a fama do seu marido...
De olhares surpresos a bocas abertas, eles quase não acreditaram que sua chef era a esposa de um dos homens mais ricos e influentes do mundo.
Elizabeth apresentou um por um começando pelo chef Bryan, depois pelas duas cozinhieras e os três ajudantes e os garçons.
— É um prazer conhecê-los. Elizabeth elogiou muito a todos e como cuidaram bem do restaurante em sua ausência.
Mas não podiam conversar muito, não demoraria muito o restaurante seria aberto e mal abriu os clientes começaram a chegar, entre eles Marcus e Daniel com suas namoradas, Adam com Sara chegaram logo depois quase junto com Bruce com sua namorada Chloe. Elizabeth acomodou todos na mesma mesa e logo era a mais animadas.
Após a reconciliação de John e Elizabeth, os laços entre Adam e Sara se estreitaram, podendo ser chamados de amigos, a conversa fluía descontraída, e as risadas surgiam frequentemente, especialmente quando Adam relembrava seus planos mirabolantes para esconder Elizabeth de John, o que rendeu muitos comentários divertidos. Marcus e Daniel que não sabiam de nada, a princípio ficaram um pouco chateados por não saberem de nada, mas depois entenderam os motivos de John e se divertiram com as histórias de Adam.
Após Elizabeth passar pelas mesas e verificar se estava tudo bem, foi até a mesa de John com um sorriso feliz.
— E quando é que você vai se dar o prazer de sentar um pouco conosco? — perguntou John, sorrindo assim que ela se aproximou.
— Assim que der um respiro na cozinha.
— Vê se não demora. Já estou segurando vela há tempo demais. — brincou ele.
Elizabeth se inclinou e deu um leve beijo em John que inspirou os outros casais. Assim que ela se afastou viu um grupo chegando.
Eram seus pais. Após a reconciliação com John, ela se reaproximou da família, e, surpreendentemente, até a madrasta estava mais cordial, afinal, ela era a senhora Walker. Seu irmão, Edward, acompanhado de Cindy, sua namorada, que, aparentemente, havia operado um milagre em Edward: ele estava mais centrado, responsável e até carinhoso, chamando Elizabeth de “maninha”.
Ela os conduziu até uma mesa reservada, passando antes pela mesa de John. Seu pai, que nunca teve grande afinidade com o genro, que por sua vez parecia mais disposto a se aproximar do sogro e se cumprimentaram com um caloroso aperto de mão, depois seguiram para uma mesa reservada para a família.
Quando finalmente a cozinha entrou em ritmo de encerramento, Elizabeth sentou-se ao lado do marido, os demais não pouparam elogios desde a decoração até a sobremesa. Adam propôs um brinde celebrando o sucesso do restaurante e aos casais apaixonados.
John acabou fazendo um pedido a Elizabeth para que cantasse para eles. Ela atendeu e sentou-se ao piano e com toda emoção e sentimento cantou uma bela música romântica, falando de um amor que supera tudo e que nada abalaria. Claro que todos sabiam que era para John.
Tudo estava perfeito. Nada parecia capaz de abalar a felicidade do casal apaixonado.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Amargo Contrato de Casamento
Olá, quero deixar aqui meus sinceros parabéns por essa linda história, eu amei. Que Deus abençoe vc e toda a sua família...
História linda e emocionante como a fé e o amor são capazes de transformar vidas....
Maravilho...