Amargo Contrato de Casamento romance Capítulo 159

Elizabeth desceu com a graciosidade de uma rainha. Vestia um elegante vestido longo azul safira, que se moldava perfeitamente às suas curvas e realçava seus grandes e belos olhos azuis acinzentados. Uma fenda lateral ia até o joelho, revela sutilmente a perna bem torneada, enquanto delicados bordados em pedrarias adornavam o colo e formava uma espécie de manga de fios de pedrarias, o bordado descia em um traçado discreto por uma das laterais do corpete. Usava um colar de uma única e grande safira ladeada de diamantes fazendo um conjunto com brincos e pulseira que John havia lhe presenteado horas antes.

John, segurando-a pela mão, a conduziu com naturalidade e orgulho.

— Senhor Walker, é sua esposa? — gritaram alguns repórteres, ansiosos.

— É verdade que essa é a senhora Walker? — insistia outro, empurrando o microfone contra os seguranças.

James, discreto, confirmou a informação a um dos jornalistas. Bastou isso para que, em segundos, a notícia se espalhasse como um vendaval: John Walker, o empresário mais cobiçado e reservado da cidade, aparece publicamente pela primeira vez ao lado de sua esposa.

Pararam para as fotos, parte do protocolo social. John passou o braço pela cintura de Elizabeth, apertando-a carinhosamente, e sorriram. Era um sorriso genuíno com brilhos nos olhos de um casal apaixonado, que se completou em um leve e discreto beijo, sob uma chuva de flashes.

— Você está absolutamente deslumbrante — sussurrou John, olhando-a com uma admiração que transbordava.

— É sempre assim...? — perguntou ela, com um toque de nervosismo, observando o alvoroço.

John sorriu, apertando suavemente sua mão e depois beijando-a com carinho, tudo registrado, fotografado e filmado.

— Não... Isso é por sua causa. Agora, todos sabem quem é minha bela e amada esposa — respondeu, com um brilho nos olhos. — Vamos. Lá dentro é uma selva... Apenas brinde-os com seu sorriso encantador e fique do meu lado.

O salão estava lotado de empresários, investidores, políticos, artistas famosos e figuras influentes que ficaram em polvorosa assim que o casal cruzou as portas. Havia um misto de surpresa, admiração e, claro, inveja.

Os homens admiravam a beleza elegante da senhora Walker, enquanto algumas mulheres, especialmente uma, ardia em ressentimento e inveja.

Pamela White, até então acostumada a ser o centro das atenções, sentiu o sangue ferver. Seu olhar, carregado de despeito, acompanhava cada passo de Elizabeth, que ofuscava sua presença como o sol eclipsa qualquer estrela.

John e Elizabeth caminhavam tranquilamente, cumprimentando todos com educação. A transformação de John era visível, o homem antes frio, taciturno e distante, agora sorria com charme e naturalidade, distribuía cumprimentos afáveis e mantinha a mão da esposa entrelaçada à sua o tempo todo.

Elizabeth, por sua vez, sorria com naturalidade e seus gestos elegantes cativaram a todos, encontrou alívio ao avistar Adam e Sara, com quem se envolveu em uma conversa agradável. Logo depois se uniram a eles Marcus e Daniel com suas namoradas e o grupo era o mais extrovertido do local.

De longe, Pamela observava, alimentando um ódio que crescia como uma chama. Apertou a taça de cristal entre os dedos com tanta força que parecia prestes a estilhaçar.

— Então é verdade... John Walker resolveu, enfim, assumir a esposa — comentou uma mulher ao lado dela. — E, diga-se, ela é... surpreendentemente bonita.

— John ainda vai perceber que escolheu a mulher errada — respondeu Pamela, sorvendo um gole generoso de sua bebida.

— Humm... Sabe, eu acho que você está perdendo seu tempo. Nunca vi John assim. Ele... parece até apaixonado.

— Isso... — Pamela apertou os olhos, com um sorriso cínico — ...ainda não acabou.

Alheia ao ódio velado, Elizabeth encantava a todos com sua simplicidade e gentileza. Até aquelas que, a princípio, lhe lançaram olhares hostis, aos poucos, se rendiam ao seu carisma.

— Agora entendo por que você nos privou da presença de sua esposa todo esse tempo — comentou um empresário conhecido por sua fama de mulherengo. — Queria guardá-la só para você, não é?

John lançou um olhar gelado, respirando fundo para conter o ímpeto de responder de forma mais agressiva.

— Com certeza. Ela é preciosa demais. — respondeu, seco, puxando a esposa pela mão. — Com licença.

Deu meia-volta e, como se o destino pregasse uma peça cruel, deu de cara com Pamela.

— John... — disse ela, forçando um sorriso ácido — que surpresa vê-lo... acompanhado. Então, resolveu tirar a gata borralheira do castelo?

A provocação não poderia ser mais baixa.

— Pamela — respondeu, com frieza — acho que não temos mais nada a tratar.

— Olhe bem para você... — sussurrou, entre dentes. — Acha mesmo que John vai permanecer com uma mulher sem graça como você? Deve ser entediante... até na cama. John é um homem muito exigente.

Algumas mulheres em volta começaram a ver a cena e por ser tratar da esposa de John Walker, ficaram mais curiosas ainda.

— Você não sabe nada sobre nós.— Elizabeth tentou se soltar,mas Pamela apertou seu pulso ainda mais.

*****

No salão abaixo, John conversava com Adam, Marcus e Daniel e mais alguns empresários quando, por acaso, olhou para o mezanino. Seu coração disparou.

Lá estava Pamela segurando Elizabeth pelo braço, visivelmente alterada. Ele viu quando Elizabeth se desvencilhou, tentou se afastar... e Pamela, sem medir consequências, foi atrás.

O sangue de John gelou. Seu sorriso sumiu.

— Com licença. — Sua voz estava tensa, dura, enquanto atravessava o salão preocupado, olhava fixamente para a cena que se desenrolava no alto da escada.

Enquanto isso acima dele, Elizabeth puxou o braço para se libertar da mão de Pamela que a segurava com força, foi quando ao girar seus saltos tropeçaram na barra de seu vestido e ela perdeu o equilíbrio.

Para John foi como se o tempo entrasse em câmera lenta, viu o que tanto temia: no exato momento em que Elizabeth tentava se libertar, ela perdeu o equilíbrio.

— Elizabeth! — gritou, com o coração na garganta.

O salão inteiro se virou, assustado, exatamente no momento em que todos testemunharam a cena terrível:

Elizabeth... rolando, rolando... degrau após degrau...rolando… rolando…