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Amargo Contrato de Casamento romance Capítulo 160

— ELIZABETH!

O grito de John ecoou por todo o salão, cortando o som ambiente, abafando até a música suave que tocava discretamente.

O som do corpo dela rolando degrau após degrau foi um ruído seco, brutal, que perfurava os ouvidos de quem assistia, paralisado, incapaz de reagir. O bater surdo contra a madeira e o impacto final no chão gelaram o sangue de todos. Mãos cobriam bocas em choque, olhos arregalados, expressões de puro horror se espalhavam pelo salão.

Quando, enfim, ela parou após o último degrau, imóvel, o mundo inteiro pareceu congelar.

Um silêncio sepulcral tomou conta do ambiente por um segundo... e então o caos explodiu.

John ficou em estado de choque. Por instantes, não conseguiu se mover, apenas encarava Elizabeth estirada no chão, pálida, o rosto marcado por arranhões. A mente dele gritava, mas as pernas se recusaram a obedecer. Num ímpeto, tentou correr até ela, mas foi contido com força por Marcus e Daniel enquanto ele gritava feito louco..

— Me soltem! Ela precisa de mim! — John rugia como um animal enjaulado, a dor rasgando-lhe a garganta.

— Não toquem nela! — Adam surgiu em disparada, empurrando alguns curiosos para abrir caminho. Ajoelhou-se ao lado dela sem hesitar. — Deem espaço! Eu sou médico, saiam agora!

Sua voz firme e autoritária silenciou parte da multidão. Adam inclinou-se rapidamente sobre Elizabeth, verificando sinais vitais, respirando fundo para conter o tremor nas mãos.

— Pulso fraco... respiração superficial... — murmurava, já avaliando pupilas, movimentos mínimos, tensão cervical.

Os presentes, em pânico, sacavam telefones e gritavam para chamar uma ambulância.

Marcus e Daniel finalmente soltaram John, incapazes de contê-lo por mais tempo. Ele se lançou ao chão ao lado de Elizabeth, segurando sua mão fria como gelo.

— Elizabeth... amor, fala comigo... por favor, fala comigo! — ele segurou a mão dela que estava fria, a voz dele já não era a do empresário frio e imponente. Era um som quebrado, um homem desesperado diante da possibilidade de perder quem mais amava.

— Adam, por favor... me diga que ela vai ficar bem! — implorava, os olhos marejados, a respiração descompassada.

— Ela está viva! — confirmou Adam, sem parar o exame. — Mas precisa de atendimento imediato. Não toquem nela! Quero uma manta, qualquer coisa para aquecê-la. E afastem todos daqui, AGORA!

John tirou o paletó e Adam pegou tentando cobri-la, gesto seguido por ele.

Sara que até então estava petrificada começou a pedir às pessoas para se afastarem, que foi logo atendido. Depois ela se ajoelhou ao lado dele, segurando a mão de John, que estava em estado de choque.

— Ela vai ficar bem... ela vai ficar bem... — repetia com lágrimas nos olhos, como se quisesse convencer a si mesma tanto quanto aos outros.

Adam passou as mãos cuidadosamente pela coluna, pelo pescoço, avaliando cada detalhe.

— Até agora, sem fraturas expostas, mas pode haver lesões internas. A ambulância precisa chegar rápido. — Ele então olhou para John, forçando-o a encarar. — John, olha pra mim! Ela está respirando. Escuta, ela está viva!

Os olhos de John estavam vermelhos, marejados, o corpo inteiro trêmulo.

— Ela vai ficar bem... ela tem que ficar.. — sua voz saiu embargada, irreconhecível.

Do alto da escada, Pamela observava petrificada. Estava pálida como um fantasma. Ela não havia planejado aquilo, não daquela forma. Mas os olhares acusadores de algumas mulheres a atingiram como facas.

— ... amor, fica comigo... por favor… não me deixe — sussurrava, quase sem voz.

Assim que chegaram à porta da sala de emergência, uma das médicas o impediu de prosseguir.

— Senhor, a partir daqui precisa esperar. Deixe-nos cuidar dela.

— Por favor... me deem notícias... não demorem... — implorou, segurando a mão dela até o último segundo, até que a porta se fechou, separando-o do que mais importava em sua vida.

Adam estava com ele se colocou na frente dele seu olhar tentava tranquilizá-lo.

— Eu vou entrar. Assim que puder te dou notícias.

Adam correu para dentro da sala de emergência.

John ficou parado por alguns segundos, encarando a porta fechada, como se a atravessasse com o olhar. Então levou as mãos à cabeça, andando de um lado para o outro, desesperado.

No final do corredor havia uma pequena capela, instintivamente ele foi até lá e se ajoelhou pela primeira vez diante de um crucifixo.

— Não... não... não, meu Deus... por favor... não a leve... não a leva, por favor... — apertou os olhos, passando as mãos no rosto, puxando os cabelos, sem conseguir controlar o próprio corpo. — Se acontecer alguma coisa com ela... eu não sobrevivo... eu não… por favor Deus. Não permita que ela vá. Não agora…

Logo depois chegaram Sara acompanhada de Marcus e Daniel, que ao verem o estado de John deixaram ele a sós.

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