Entrar Via

Amargo Contrato de Casamento romance Capítulo 161

John não soube quanto tempo ficou ali sentado com o rosto entre as mãos em uma oração que ele nem sabia fazer.

Ela não percebeu quando Adam saiu da sala de emergência e conversou com Sara, Daniel e Marcus. Depois foi até onde John estava.

— John. — A voz firme de Adam soou atrás dele.

John se virou abruptamente, os olhos vermelhos, marejados, quase irreconhecíveis. Levantou de um impulso e foi até o médico.

— Adam... pelo amor de Deus... me diz que ela vai ficar bem... me diz! — segurou o amigo pelo braço, com a força de um homem à beira do colapso.

Adam pousou as mãos nos ombros dele, apertando levemente.

— Escuta... escuta o que eu vou te dizer. — respirou fundo, sério. — Foi um milagre, John. Eu ainda estou tentando entender como... mas os exames não mostram nenhuma fratura, nenhuma lesão na coluna, nem traumatismo. Apenas escoriações, hematomas e muita dor muscular. Mas... ela está bem. Ela vai ficar bem. O anjo da guarda dela trabalhou muito bem.

John piscou, sem acreditar no que ouvira.

— Graças a Deus... — balbuciou, levando a mão ao rosto. — Graças a Deus... Está tudo bem mesmo?

Adam respirou fundo, hesitando por um segundo, e então soltou a notícia que mudaria tudo.

— John... há algo que você precisa saber. — olhou nos olhos dele. — Nos exames... nós detectamos que Elizabeth está grávida.

Por alguns segundos, John ficou completamente paralisado. Piscou, engoliu em seco, sem saber se tinha ouvido direito.

— O... o quê...? — a voz saiu falha, quase inaudível.

— Ela está grávida, John. — Agora Adam lhe deu um sorriso tranquilizador — E... fique tranquilo, o bebê também está bem. Não iria demorar muito para ela descobrir — O sorriso de Adam se alargou mais ainda. — O coraçãozinho dele está forte... saudável. Eu conferi pessoalmente. Foi um milagre, um milagre absoluto. Ela e o bebê estão fora de perigo.

John levou as mãos à boca, cambaleou dois passos para trás e se sentou no banco mais próximo, completamente atordoado.

Por alguns segundos, não conseguia nem falar, apenas balançava a cabeça, como se tentasse acreditar no que ouvira. E então, as lágrimas vieram, intensas, libertadoras.

— Meu Deus... eu... eu vou ser pai... — sussurrou, com um misto de choque e emoção rasgando o peito. — Ela está bem... e... e ela... ela está grávida... meu Deus… Obrigado

Enterrou o rosto nas mãos, os ombros tremendo em soluços que pareciam sair da alma. Nunca em sua vida tinha sentido algo tão poderoso, tão avassalador, tão transformador.

Adam se sentou ao lado, apertando o ombro do amigo com força. Jamais imaginaria ver o poderoso John Walker em completa vulnerabilidade emocional, chorando como uma criança.

— Ela é forte, John. E esse bebê... já está mostrando que puxou a vocês dois. Lutou... e venceu. Agora é com vocês. Protejam esse presente que Deus acabou de te dar.

John respirou fundo, enxugou o rosto com as mãos, ainda trêmulo. Depois olhou para o crucifixo preso à parede.

— Obrigada. Deus. Muito obrigada. Me ajude a cuidar dos dois, pediu — sua voz ainda falhava, mas seus olhos estavam cheios de uma nova certeza, um novo propósito.

Adam apertou o ombro dele, sorrindo.

— Daqui a pouco você vai poder vê-la. Ela está sendo transferida para a suíte e deve acordar logo. E vai querer te ver do lado dela, com esse sorriso bobo de quem acabou de descobrir que vai ser pai. Então se recomponha, homem.

John soltou um riso fraco, misturado às lágrimas.

— Eu nunca amei ninguém assim, Adam. Nunca. E agora... agora eu amo dois. Dois amores. Minha vida inteira tá lá... naquele quarto.

Elizabeth não era apenas sua esposa. Seu porto seguro. Ela era seu lar. Seu milagre. E agora... mãe do seu filho.

Assim que John se recuperou do choque, os amigos se aproximaram para parabenizar tanto por Elizabeth e pela notícia que ele iria ser pai. Trocaram abraços e felicitações.

— Eu sou o homem mais feliz do mundo.

*****

Ao entrar no quarto, John se deparou com a mulher que tanto amava, adormecida, com a expressão serena, como se estivesse apenas em um sono tranquilo.

Aproximou-se devagar, segurou sua mão com delicadeza e a levou aos lábios, depositando ali um beijo cheio de amor e alívio. Com a outra mão, pousou suavemente sobre o ventre dela, agora com um significado completamente novo.

Sentou-se ao seu lado, mantendo-se ali, segurando-lhe a mão, até que ela despertasse.

Quando os olhos de Elizabeth se abriram lentamente, procurando entender onde estava.

— Quanto a Pamela? — John perguntou, em um tom baixo e gélido, sem rodeios.

Bruce endireitou a postura e respondeu com cautela:

— Senhor, a senhorita White deixou o país logo após o incidente. Partiu em um jato particular.

O semblante de John se fechou imediatamente. Seus olhos endureceram, e uma sombra fria tomou conta de sua expressão. Desde a reconciliação com Elizabeth, Bruce não via o chefe daquela maneira: tão sombrio, tão contido em uma fúria silenciosa.

— Encerre todos os contratos de colaboração com os White. — ordenou, seco.

Bruce ergueu as sobrancelhas, surpreso.

— Senhor… e as cláusulas de indenização? A parte que rompe o contrato terá de pagar uma multa considerável.

— Não se preocupe. — sua voz saiu firme, quase um aviso. — Eles não ousarão cobrar.

Bruce assentiu, diante dos acontecimentos isso já era previsto.

— Entendido, senhor. — respondeu, assentindo. — Vou cuidar disso imediatamente.

John deu apenas um gesto breve de aprovação. Mas antes de Bruce se afastar, o assistente se virou de novo, com um leve sorriso no rosto, quebrando um pouco o peso da conversa.

— Parabéns, senhor Walker. — disse, com sincera cordialidade. — Desejo muitas felicidades pelo bebê.

A tensão nos ombros de John suavizou-se. Era como se uma chama se reacendesse dentro dele ao ouvir aquelas palavras.

— Obrigado, Bruce. — respondeu, em um tom mais brando, carregado de emoção.

Bruce inclinou a cabeça respeitosamente antes de se afastar pelo corredor, deixando John sozinho. Este, por sua vez, ficou parado diante da porta do quarto, a mão sobre a maçaneta, sentindo o coração aquecido por um misto de responsabilidade e esperança.

Dentro de si, havia uma promessa silenciosa: proteger sua família a qualquer custo.

Histórico de leitura

No history.

Comentários

Os comentários dos leitores sobre o romance: Amargo Contrato de Casamento