Entrar Via

Amargo Contrato de Casamento romance Capítulo 162

A notícia da gravidez de Elizabeth se espalhou rapidamente, e em poucos dias já era assunto em todas as rodas de conversa.

Na casa dos Walker, a alegria foi imensa. O velho Oliver Walker, ao receber a novidade, ergueu-se da poltrona com os olhos marejados e um sorriso que não conseguia esconder.

— Bisavô... eu vou ser bisavô! — repetia, quase incrédulo, segurando firme a bengala enquanto os demais riam de sua empolgação. — Nunca imaginei viver o bastante para ver isso!

Roger, embora tentasse manter a compostura diante da esposa, não conseguia disfarçar a emoção. O orgulho transbordava em seu olhar, e mesmo Martha que sempre tivera reservas e sua postura fria com a nora… não resistiu.

— Então... finalmente vou ser avó... — murmurou, e por mais que quisesse parecer indiferente, um sorriso brotou em seu rosto. — Espero que essa criança puxe a inteligência da família Walker... — completou, tentando soar irônica, mas sem conseguir esconder a alegria.

Na casa do pai de Elizabeth, a reação não foi diferente. Helen, abraçou a enteada com lágrimas nos olhos.

— Minha querida, isso é uma bênção! — disse, acariciando com carinho a barriga ainda discreta. — Você vai ser uma mãe maravilhosa, Lizzie.

Até Edward, sempre contido, surpreendeu. O rapaz ergueu Elizabeth no ar num gesto espontâneo, fazendo-a rir.

— Eu vou ser tio! — exclamou. — Preparem-se, porque este vai ser o sobrinho mais mimado de todos os tempos!

Com o passar dos meses, a barriga de Elizabeth começou a despontar e, junto com ela, vieram os cuidados exagerados de John. Ele estava sempre por perto, atento a cada detalhe: se ela se alimentava direito, se não se cansava demais no restaurante, se não subia escadas sozinha.

— Amor, eu estou grávida, não doente... — ela dizia, divertida, sempre que ele exagerava.

— E eu não estou disposto a correr riscos. Você e nosso filho são tudo o que eu tenho. — John respondia sério, antes de beijar-lhe a testa, incapaz de tratá-la de outra forma que não fosse como um tesouro precioso.

Aos seis meses de gestação, o casal viveu outro momento marcante: foram convidados para serem padrinhos do casamento de Adam e Sara.

Após a cerimônia numa capela, a recepção aconteceu ao ar livre na mansão da casa Santis ao ar livre, foi um espetáculo de flores, música e emoção. Elizabeth estava radiante, vestida em um modelo elegante que realçava a beleza da maternidade. John não desgrudava dela nem por um instante, exibindo um sorriso constante, como se não coubesse em si de felicidade.

Durante a festa, Adam, já com a aliança no dedo, aproximou-se deles com um sorriso aberto.

— Vocês foram perfeitos como padrinhos. Mas confesso... a verdadeira atração foi a futura mamãe. — disse, piscando para Elizabeth.

— E o papai coruja aqui com essa cara de bobo — completou Sara, rindo, enquanto John, sem jeito, fingia não dar atenção à provocação.

Enquanto isso, o restaurante, sob a gestão dedicada de Elizabeth, alcançava prestígio inigualável. Reservas eram disputadas, e o espaço se consolidava como o mais badalado das montanhas. Além disso, sua atuação em projetos sociais crescia cada vez mais.

— Não é justo termos tanto enquanto outros têm tão pouco... — dizia Elizabeth certa noite, enquanto organizava mais um jantar beneficente. — Quero que nosso filho cresça em um mundo onde a generosidade faça diferença.

John a observava com ternura. Antes, ele jamais imaginaria estar envolvido em causas filantrópicas, mas agora se orgulhava de cada passo que ela dava.

— O mundo precisa de mais pessoas como você, Lizzie. — respondeu, apertando-lhe a mão. — Você mudou tudo em mim.

E mudou mesmo. O cético e racional John havia se transformado em um homem de fé. Participava das missas ao lado de Elizabeth. Construiu uma pequena capela no jardim, onde o casal fazia suas orações diárias. John não tinha dúvidas de que foi um verdadeiro milagre ver sua esposa e seu filho saírem ilesos da terrível queda da escada.

À medida que a data se aproximava, a casa se transformava em um reduto de expectativa. O quarto do bebê já estava pronto: paredes em tons suaves, um berço branco impecável, brinquedos cuidadosamente escolhidos e uma poltrona de amamentação que John mandara fazer sob medida.

Oliver Walker foi o primeiro a entrar quando tudo ficou pronto. Caminhou devagar, apoiando-se na bengala, e acariciou o berço com as mãos trêmulas.

— Ah, se sua avó estivesse aqui... — murmurou com os olhos marejados. — Mas ela vai ver de onde estiver.

Elizabeth o abraçou com ternura, e John, emocionado, apenas assentiu.

*****

Na madrugada de uma noite fria, porém serena, Elizabeth acordou com uma dor diferente. O relógio marcava pouco depois das duas da manhã.

— John... — ela chamou, a voz embargada. — Acho que chegou a hora.

Em segundos, ele estava de pé, completamente desperto, como se tivesse esperado por aquele momento a vida inteira.

— Amor, respira fundo. Eu já estou chamando o carro, vamos para o hospital agora. — Ele vestia-se com pressa, tentando esconder o pânico na voz, mas suas mãos tremiam.

Tudo já estava preparado quando chegaram. Elizabeth foi imediatamente conduzida à sala de parto. Mas o processo não estava sendo fácil. Entre contrações e tentativas de manter o controle, ela lutava contra a dor e o cansaço, enquanto John não soltava sua mão por um segundo sequer, talvez mais aflito que ela.

A família não demorou a chegar. Peter, Helen e Edward apareceram quase correndo pelos corredores. Roger e Oliver chegaram pouco depois, acompanhados de Martha, sempre altiva, parecia tomada por uma ansiedade genuína. Até Cathy adiou uma de suas viagens para acompanhar o nascimento do primeiro sobrinho.

Histórico de leitura

No history.

Comentários

Os comentários dos leitores sobre o romance: Amargo Contrato de Casamento