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Amargo Contrato de Casamento romance Capítulo 163

Os minutos se arrastaram. John não desgrudou de Elizabeth em nenhum instante, segurando sua mão, enxugando o suor de sua testa, sussurrando palavras de encorajamento.

— Você é forte, Lizzie. Vai dar tudo certo.

Elizabeth, entre contrações, ainda encontrou forças para sorrir.

— Você está mais nervoso do que eu...

— Estou apavorado — ele confessou, a voz baixa, os olhos marejados parecendo sentir mais dor que Elizabeth.

— Vamos, Elizabeth, só mais um pouco. Já está quase! — encorajou o médico, atento.

— Força, Lizzie! Você consegue! Mais uma vez! — pediu Sara que acompanhou toda a gravidez, apertando suavemente seu ombro.

Num último suspiro de resistência, Elizabeth reuniu as forças que lhe restavam. Um grito rasgou sua garganta e ela se deixou cair quase desmaiando de dor, seguido de um silêncio tenso... que, no instante seguinte, foi preenchido pelo som mais esperado e mais doce som do mundo: o choro do bebê.

As lágrimas inundaram seus olhos.

— John... nosso filho... — sussurrou, emocionada, esquecendo toda a dor.

— Sim, meu amor... nosso filho. — respondeu ele, com a voz embargada, apertando ainda mais sua mão e secando o suor do rosto de Elizabeth

Sara fez uma rápida avaliação, confirmou que estava tudo perfeito, enrolou o bebê numa manta macia e o colocou nos braços da mãe, sorrindo, também emocionada.

— Parabéns... é um menino lindo! — anunciou, com ternura.

John sentiu o coração disparar, as pernas fraquejarem. Ele levou as mãos ao rosto, incapaz de conter as lágrimas.

— É... é nosso filho... — sussurrou, olhando para Elizabeth, que sorria exausta, mas radiante. — Meu Deus... ele é lindo... — murmurou, acariciando com delicadeza o rostinho do filho. — Obrigado... obrigado, Elizabeth, por me dar esse presente.

John se aproximou de Elizabeth que beijou o pequeno rostinho, com lágrimas nos olhos, estendeu a mão para acariciar os dois.

E ali estavam eles... dois corações que agora batiam em sintonia com o terceiro que haviam gerado, transbordando amor, alegria e gratidão.

Pai e mãe, olhavam emocionados e felizes para o bebê. A felicidade do casal estava completa.

No corredor, a família aguardava com ansiedade. Quando John saiu com o bebê nos braços, foi recebido com aplausos espontâneos. Oliver se aproximou primeiro, quase tropeçando de tanta pressa.

— Bem-vindo ao mundo, pequeno Walker... — disse, a voz embargada de emoção. — Ah, meu pequeno, se soubesse a alegria que trouxe para este velho coração... — murmurou, emocionado.

Edward, eufórico, ria sem parar.

— Eu disse que seria o sobrinho mais mimado de todos! — exclamou, abraçando John com força.

Os dias seguiram em um compasso novo, em que cada pequeno gesto do bebê se tornava um acontecimento. As manhãs eram sempre cheias de descobertas: Elizabeth gostava de preparar o banho, enchendo a banheirinha com água morna, enquanto John ficava encarregado de segurar o pequeno com cuidado, temendo escorregar aquela vida tão frágil entre suas mãos. As babás auxiliavam o tempo todo,mas mãe e pai não deixavam de participar de cada acontecimento na vida do bebê.

— Mais firme, John, ele confia em você. — Elizabeth o orientava, rindo ao ver a expressão tensa do marido.

— Esse “pinguinho” parece mais escorregadio que uma negociação milionária — resmungava, mas o coração transbordava de orgulho ao perceber que o filho relaxava em seus braços.

As mamadas noturnas ainda roubavam horas de sono, mas o casal já se acostumava à rotina. John sempre acordava primeiro com o menor resmungo do bebê, trazendo-o até Elizabeth com uma suavidade surpreendente para alguém de aparência tão rígida.

*****

Certa tarde, em meio ao silêncio preguiçoso da sala iluminada pelo sol, John estava deitado no sofá, com o bebê apoiado sobre o peito. Passava a ponta do dedo na pequena mão, que se fechava instintivamente. De repente, o pequeno abriu os olhos, fixou-os no pai e, num gesto inesperado, desenhou o primeiro sorriso.

John congelou. O coração disparou de tal maneira que ele ficou sem palavras.

— Lizzie! — chamou, quase sem fôlego. — Ele... ele sorriu pra mim!

Elizabeth se aproximou, sentou-se ao lado dele e encostou a cabeça em seu ombro.

— Ele parece tanto com você.

John fechou os olhos por um instante. Naquele momento, não existiam empresas, reuniões ou títulos, só a certeza de que ali, em seus braços, estava o maior legado que poderia deixar.

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