John segurava a mão de Antony, enquanto Elizabeth caminhava com Mary ao lado. Chegando à igreja, foram recebidos com sorrisos. Todos já os conheciam, não só pela posição social, mas pela generosidade e humildade que demonstravam no dia a dia.
Sentaram-se no mesmo banco de sempre, na terceira fileira, bem perto do altar.
As crianças ficaram em silêncio, encantadas com o som dos sinos, a música suave do coral e a luz que entrava pelos vitrais, colorindo tudo em tons dourados e azuis.
Elizabeth naquele dia seria a salmista e ao se dirigir ao ambão começou a cantar os versos, sua voz angelical encheu a igreja.
— Papai, a mamãe é um anjo? — Perguntou Mary sentada no colo de John.
— É sim meu amor… é sim. — Disse emocionado, não só ele mas todos da assembléia da igreja estavam tocados com a melodia e a emoção que Elizabeth transmitia em cada palavra do canto.
Durante a homilia, John segurou firme a mão de Elizabeth, e ela apertou de volta, sorrindo. Ambos sabiam que aquela vida, aquela família, eram um presente divino.
Ao final da missa, ajoelharam-se no oratório lateral dedicado à Sagrada Família. Juntos, de mãos dadas, fizeram uma oração silenciosa.
— Senhor, obrigado por tudo que nos deste. Pela nossa família, pela saúde, pelo amor que nos une... e que nunca nos falte fé, paz e gratidão. Amém. — sussurrou Elizabeth.
Mary juntou as mãozinhas e completou, baixinho:
— Amém, Jesus. Cuida da minha família.
Antony abriu um olhinho, olhou para os pais e, com a voz baixinha, falou:
— E que o papai nunca queime as panquecas, amém.
John quase não conteve o riso, segurando para não rir alto, e Elizabeth, segurando a mão dele, balançou a cabeça, divertindo-se com a simplicidade e pureza do filho.
Ao saírem da igreja, o dia parecia ainda mais bonito, e o céu, mais azul. Naquele lar, Deus, amor e alegria caminhavam lado a lado e essa, sem dúvida, era a maior riqueza da família Walker.
*****
Elizabeth entrou no escritório do marido com um sorriso nos lábios e um envelope nas mãos. John, ao vê-la, levantou o olhar e, de súbito, disse com uma seriedade que ela há muito não via:
— Pare. — A voz dele soou firme e seca.
Ela parou no mesmo instante, surpreendida não apenas pelo tom, mas também pelo olhar severo que ele lhe lançou, aquele olhar duro que há anos não fazia parte da expressão dele.
— Aconteceu alguma coisa? — perguntou, com a voz trêmula e um frio percorrendo-lhe a espinha.
No entanto, como se fosse apenas uma peça pregada de propósito, a expressão dele se desfez num sorriso largo, carregado de charme.
— Não. Só queria admirar minha linda esposa.
Elizabeth, agora aliviada, balançou a cabeça, rindo. Usava um vestido branco elegante com uma saia que realçava seu andar, uma visão que, para John, era simplesmente irresistível.
— Seu bobo... — respondeu ela, caminhando até ele. Contornou a mesa e lhe entregou o envelope, que ele, propositalmente, ignorou.
— Senhora Walker... não me provoque. — John segurou-a pela cintura, puxando-a com firmeza para seu colo, e tomou-lhe os lábios num beijo ardente e possessivo.
— Você não gostou da surpresa? — perguntou ela, com um olhar levemente apreensivo.
John segurou-a pela cintura novamente, puxando-a para junto de si, e, com ternura, beijou-lhe o ventre.
— Você só me traz as melhores notícias da minha vida. — respondeu, emocionado.
Mary, com pouco mais de dois anos, e Antony, prestes a completar quatro, enchiam aquele lar de alegria. E mesmo depois de duas gestações, Elizabeth mantinha a cintura fina e os quadris bem desenhados, nem parecia que já havia gerado dois filhos. Mas, em breve, sua barriga voltaria a crescer... e, aos olhos de John, ela se tornava ainda mais linda a cada vez.
— Amo você... e amo ainda mais quando você está esperando um filho meu. — disse ele, deslizando a mão carinhosamente sobre o ventre dela.
Elizabeth abaixou o olhar, pensativa, e perguntou em tom quase sussurrado:
— John...?
— Sim, meu amor. — respondeu ele, segurando-lhe o queixo com delicadeza.
— Você vai continuar me amando quando eu estiver... gorda e feia? — A insegurança, embora sutil, estava ali.
Ela sempre cuidou de sua saúde e aparência, adotando uma alimentação equilibrada e uma rotina de exercícios, mas sabia que o corpo já dava sinais e as mudanças da maternidade eram inevitáveis.
John segurou-lhe o rosto entre as mãos e respondeu com toda a certeza do mundo:
— Pra mim, você sempre será a mulher mais linda que já existiu. E te amarei até estarmos bem velhinhos... e depois disso também.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Amargo Contrato de Casamento
Olá, quero deixar aqui meus sinceros parabéns por essa linda história, eu amei. Que Deus abençoe vc e toda a sua família...
História linda e emocionante como a fé e o amor são capazes de transformar vidas....
Maravilho...