O domingo amanheceu ensolarado, tingindo o céu de um azul cristalino. A casa dos Walker, iluminada pelos primeiros raios de sol, transbordava de alegria e expectativa. Elizabeth, radiante, vestia um elegante vestido branco, bordado com rendas delicadas no colo e nas mangas. Seu ventre, ainda discreto, começava a revelar os sinais de uma nova gestação, trazendo ao lar um brilho especial.
Na sala, John, impecável em um terno cinza claro, ajudava Anthony a ajeitar a gravata borboleta azul-marinho. O menino mantinha-se firme, tentando não se mexer, mas um sorriso maroto escapava a cada vez que o pai franzia a testa fingindo concentração.
Enquanto isso, Mary rodopiava alegremente com seu vestidinho branco, bordado de pequenas flores. Seus cabelos soltos ganhavam um encanto especial com a tiara de laços brancos que coroava sua cabecinha, para onde ela ia os cachorrinhos iam atrás.
— Papai, estou bonita? — perguntou ela, segurando a saia do vestido e girando, fazendo-o esvoaçar em um círculo gracioso.
John sorriu, abaixou-se até a altura da filha e ajeitou a tiara em seus cabelos.
— Você não está bonita, Mary… está deslumbrante. Uma verdadeira princesa.
— E eu? — interrompeu Anthony, inflando o peito. — Estou como um cavalheiro de verdade?
John lhe lançou um olhar orgulhoso.
— Um perfeito cavalheiro. — respondeu, e Anthony abriu um largo sorriso, endireitando-se com ainda mais postura.
Elizabeth observava a cena à porta da sala. Seu coração se encheu de uma ternura tão profunda que os olhos se umedeceram. Aproximou-se devagar, repousou a mão sobre a de John e murmurou com doçura:
— Vamos? Deus nos espera.
Ao saírem de casa, o sol iluminava o jardim recém-regado, e o aroma das flores parecia abençoar a manhã. As crianças correram na frente, gargalhando, rumo ao carro.
James já os aguardava à porta, com um sorriso discreto nos lábios. Por dentro, porém, sentia uma alegria imensa ao ver aquela família crescendo cheia de amor e alegria, após testemunhar tanta dor, solidão e sofrimento naquela casa outrora tão fria.
— Bom dia, James! — gritou Mary, chegando primeiro, com seus cachinhos cor de mel balançando. Anthony sempre deixava a irmã ir na frente.
— Bom dia, pequena senhorita Walker. — respondeu ele, abaixando-se para ajudá-la.
Mary cruzou os bracinhos, fingindo-se ofendida.
— Você esqueceu da princesa!
James sorriu, entrando no jogo.
— Mil perdões, Vossa Alteza. Bom dia, pequena senhorita princesa Walker.
Ela riu satisfeita e entrou no carro, com ares de realeza.
Logo depois, Anthony chegou correndo, mas com expressão séria.
— Bom dia, pequeno senhor Walker. — saudou James.
— Eu não sou pequeno! — protestou o menino, erguendo o queixo.
— Claro que não — disse James, piscando-lhe o olho. — O jovem senhor Walker.
Nesse instante, John e Elizabeth se aproximaram, de mãos dadas, com semblantes serenos.
— Bom dia, James. E como está a família? — perguntou Elizabeth, abrindo um largo sorriso.
John, ao seu lado, também refletia, com os olhos baixos, em profunda oração. Recordava-se do homem que havia sido no passado — frio, duro, distante — e agora olhava para sua vida e só conseguia agradecer por ter sido transformado pelo amor e pela graça.
Quando chegou o momento da bênção final, o padre, que conhecia bem a família, lançou-lhes um olhar afetuoso e, com um sorriso, disse ao microfone:
— Que Deus abençoe esta linda família que cresce, não apenas em número, mas em amor, fé e união.
Os fiéis sorriram. Anthony olhou para Mary e sussurrou, com os olhos brilhando:
— A gente tem uma família gigante agora!
Mary sorriu, segurando a mão do irmão:
— E Deus mora aqui com a gente. — disse, levando a mãozinha ao coração.
Na saída da igreja, Elizabeth olhou para John, e ele, segurando-lhe o rosto com ambas as mãos, disse com voz emocionada:
— Eu te prometo, diante de Deus, que vou te amar, te honrar e cuidar de você e dos nossos filhos até o último dia da minha vida.
Ela sorriu, com lágrimas nos olhos, e respondeu baixinho:
— E eu prometo te amar em todos os dias da minha vida... até o céu.
Entre abraços, risadas e olhares apaixonados, eles deixaram a igreja de mãos dadas, cercados pelos filhos, pela esperança e pelo amor. Um novo capítulo se iniciava para os Walker... cheio de vida, fé e felicidade.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Amargo Contrato de Casamento
Olá, quero deixar aqui meus sinceros parabéns por essa linda história, eu amei. Que Deus abençoe vc e toda a sua família...
História linda e emocionante como a fé e o amor são capazes de transformar vidas....
Maravilho...