Oliver Walker viveu até os cento e um anos, partindo tranquilo em sua casa, cercado por suas filhas, netos e bisnetos. Sua despedida foi serena, como um homem que havia cumprido sua missão. Não deixou apenas grandes conquistas materiais, mas, sobretudo, um legado de uma família unida e feliz.
Antes de partir, ainda teve a alegria de ver John e Elizabeth construírem um matrimônio sólido e repleto de amor, abençoado com quatro filhos: Anthony, Mary, e os gêmeos Luke e Luize. Também presenciou o casamento de Arthur, que lhe deu mais um neto, e viu Claire se unir a um grande empresário, embora ainda não tivesse filhos. E Cathy, sua caçula, que apesar da idade, havia se casado com um homem bom que a amava. Cathy não teve filhos, mas foi acolhida com muito carinho pelos três filhos do esposo.
A pedido de Oliver, o funeral foi breve, apenas familiares e amigos próximos. Deixou claro o desejo que se reunissem na noite para um jantar onde todos não lamentassem sua morte, mas lembrassem dos momentos bons e permanecessem unidos. Ele havia deixado gravada uma mensagem em vídeo, em suas últimas palavras seu último desejo foi claro:
— Não chorem por mim… celebrem a vida e permaneçam unidos.
Suas palavras tocaram a todos profundamente. Martha, como filha mais velha, enxugou as lágrimas e reforçou:
— Papai não queria tristeza. O maior presente que podemos dar a ele é permanecermos unidos, hoje e sempre.
Oliver partiu próximo ao Natal, e essa data se tornou o símbolo de reencontro e memória. Naquele mesmo ano, a primeira reunião aconteceu na casa de praia da família, de areia branca e águas mornas e cristalinas. Os Stewart, família de Elizabeth, também foram convidados, agora ainda maior pois Edward havia se casado e também já tinha uma filha, fortalecendo ainda mais os laços.
Na véspera de Natal foi realizada a vigília de Natal na pequena capela que John havia mandado construir ali como fizera em todas as propriedades da família, cumprindo um voto silencioso de fé e gratidão.
Todos os membros da família estavam reunidos, rezaram pela memória de Oliver, agradecendo a Deus pela vida e pelo legado que ele deixou. Elizabeth tocou e cantou durante toda a celebração, encantando a todos com sua voz doce e angelical e no final todos entoaram “Noite Feliz” emocionados pela certeza que aquela data trazia esperança e união.
— Papai… a mamãe é um anjo? — perguntou Luize, aninhada no colo de John.
Ele sorriu enternecido, lembrando-se de quando Mary fizera a mesma pergunta anos antes.
— É sim… a mamãe é o nosso anjo. — respondeu, lançando um olhar cúmplice para Elizabeth, que lhe devolveu um sorriso suave.
Voltou o olhar para Mary que estava sentada no colo de Martha, já com seis anos e Anthony apesar de já está com quase oito anos tinha a expressão séria dos Walker, estava sentado ao lado de Roger que abraçava com carinho, Luke em seu colo.
As crianças, com seus traços herdados de ambos, enchiam o ambiente de vida. Anthony já carregava a seriedade dos Walker, Mary herdara a doçura da mãe, e os gêmeos, Luize e Luke tinham a expressão e os cabelos negros de John, mas os olhos eram azuis acinzentados como os da mãe que contrastavam com a pele clara, com apenas três anos, iluminavam os dias com travessuras e risadas.
Mais tarde, a ceia foi servida à beira da piscina, sob a suave brisa do mar. Quando o relógio marcou a meia-noite, John havia contratado uma equipe especializada para transformar aquela data mais que especial.
Um espetáculo grandioso tomou o céu estrelado. Os fogos de artifício se abriram em luzes cintilantes, mas o que verdadeiramente emocionou a todos foi o momento em que drones coloridos começaram a formar imagens no firmamento.
Primeiro, surgiu um presépio luminoso, no qual a figura do Menino Jesus resplandecia no centro, lembrando que, naquela noite sagrada, a história da humanidade havia sido transformada para sempre. O Salvador viera ao mundo em simplicidade, trazendo consigo a promessa de esperança, paz e amor eterno.
As crianças, maravilhadas, corriam pelo jardim enquanto apontavam para o céu, os olhos brilhando diante daquela representação divina. Logo depois, entre estrelas artificiais e luzes dançantes, apareceu um retrato radiante de Oliver, acompanhado da mensagem: “Feliz Natal.”
Entre lágrimas discretas e sorrisos sinceros, todos sentiram seus corações se encherem de uma emoção profunda, não apenas pela lembrança de quem amavam, mas, acima de tudo, pela celebração do nascimento que mudou para sempre a história da humanidade.
Depois que todos se recolheram e após colocarem os filhos para dormir, John e Elizabeth caminhavam pela areia da praia iluminada pela luz prateada da lua. O barulho suave das ondas era a única música ao redor.
Elizabeth caminhava descalça, de mãos dadas com John também descalço. A brisa leve bagunçava seus cabelos agora cortados à altura dos ombros de forma sofisticada, e ela olhava para o marido com o mesmo brilho que tivera no dia em que se conheceram.
— Quem diria, não é? — disse ela, sorrindo, com a voz embargada de emoção. — Passamos por tanta coisa… e agora estamos aqui, vendo nossos filhos crescerem, nossa família se fortalecer… às vezes parece um sonho.
John a puxou para perto, envolvendo-a em seus braços.
John a fitou emocionado, entendendo o que ela queria dizer. Seus olhos marejaram. Beijou-lhe a testa, depois o alto da cabeça, e segurou seu rosto entre as mãos.
— Como somos abençoados e aconteça o que for, ficaremos sempre juntos eu, você e nossos filhos.
Ali, diante do mar infinito, sob a luz prateada da lua, fizeram mais uma promessa silenciosa. O riso das crianças ecoaria outra vez pela areia, os dias comuns viriam e iriam, mas o amor deles permaneceria, maior que qualquer obstáculo.
E assim viveram, não de forma perfeita, mas verdadeira. Entre risos, orações, dias de luta e dias de festa. John e Elizabeth provaram, dia após dia, que o maior legado não estava escrito em heranças ou monumentos, mas no amor sincero que partilhavam e transmitiam a todos que os cercavam.
Ali, naquela simplicidade de um abraço à beira-mar, o mundo parecia completo. Não havia público, nem aplausos, apenas dois corações que, depois de tudo, o amor foi maior, havia superado todas as dificuldades, obstáculos e vencido.
Um amor que seria eterno e que nada poderia abalar esse amor.
Para refletir
A vida é feita de ciclos, de recomeços e, principalmente, de escolhas. Amar, muitas vezes, não é apenas um sentimento…é uma decisão diária. John e Elizabeth nos ensinaram que o amor verdadeiro não nasce da perfeição, mas da disposição em perdoar, recomeçar e construir juntos.
Eles nos mostram que o passado não define o futuro, e que, quando há arrependimento sincero, amor genuíno e fé, tudo pode ser restaurado. As feridas se transformam em cicatrizes que contam histórias de superação, e as lágrimas derramadas no silêncio se tornam sementes de felicidade no amanhã.
O amor, quando é alicerçado em Deus, se torna indestrutível. A família é o refúgio mais seguro que podemos construir nesta vida. Que possamos aprender, como os Walker, que não existe lar perfeito, mas existem lares que são construídos com amor, perdão, paciência e fé.
E que nunca nos falte coragem para amar, sabedoria para cuidar e fé em Deus para seguir.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Amargo Contrato de Casamento
Olá, quero deixar aqui meus sinceros parabéns por essa linda história, eu amei. Que Deus abençoe vc e toda a sua família...
História linda e emocionante como a fé e o amor são capazes de transformar vidas....
Maravilho...