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Amargo Contrato de Casamento romance Capítulo 177

Família Walker

O fim da tarde caía suave sobre o jardim da mansão Walker. As crianças corriam pelo gramado, rindo alto, enquanto Lily os acompanhava de perto. Emily, agarrada ao ursinho de pelúcia, tentava subir no escorregador, e Lily a ajudava com paciência, incentivando-a com um sorriso caloroso.

John, de pé junto à varanda, observava a cena em silêncio, uma xícara de café esquecida na mão. Seus olhos, atentos e desconfiados, seguiam cada movimento da jovem.

— Vai, Emily, você consegue. Eu estou aqui. — A jovem sorriu, estendendo a mão para ajudá-la a alcançar o topo.

Emily escorregou e caiu sentada no gramado, prestes a chorar. Lily se abaixou rapidamente, limpou a poeira da roupa da menina e a abraçou com ternura. Emily enterrou o rostinho no ombro dela e riu novamente.

John estreitou o olhar.

— Ela é habilidosa com as crianças, não posso negar… — murmurou para si mesmo.

Elizabeth surgiu ao seu lado, deslizando os braços pelo dele.

— Eu disse que ela tinha um coração bom — comentou, com um sorriso orgulhoso. — Olhe para Emily. Já se apegou.

John manteve o olhar fixo em Lily, mas sua expressão não se suavizou totalmente.

— Talvez… mas ainda quero os relatórios completos. Não confio em rostos angelicais, Lizzie. Aprendi que nem sempre mostram o que realmente são.

Elizabeth pousou a cabeça no ombro dele, suspirando.

— Eu sei. Mas às vezes, o excesso de cautela nos faz perder a chance de conhecer pessoas que podem ser importantes.

Ele não respondeu de imediato. Apenas observou Lily empurrando Emily no balanço enquanto os gêmeos se aproximavam para brincar juntos. A jovem parecia rir de verdade, com uma leveza que não soava ensaiada.

John desviou o olhar por um instante, bebendo do café já frio.

— Se ela tiver qualquer sombra no passado… eu vou descobrir.

Elizabeth sorriu de leve, beijando a face do marido.

— E se não tiver? Vai finalmente admitir que a sua esposa tinha razão?

John deixou escapar um pequeno riso, mas seus olhos voltaram ao jardim, sérios, analisando cada gesto de Lily.

— Vamos ver…

Mais adiante, Mary corria de mãos dadas com Luize, enquanto Luke tentava imitar as piruetas que uma das babás fazia. As gargalhadas infantis ecoavam pelo jardim, contrastando com o silêncio de Anthony, que preferiu se acomodar sob o pergolado coberto por bougainville branco, folheando um livro grosso que tinha escolhido na biblioteca da família.

O sol tingia o céu de tons dourados e rosados quando Elizabeth entrelaçou os dedos nos de John e o puxou suavemente, roubando-lhe um beijo no caminho.

— Está quase na hora. — murmurou ela.

Juntos, seguiram pela alameda ladeada de árvores até a pequena capela da propriedade. Antes que chegassem, o sino tocou, ressoando pelo ar fresco da tarde, anunciando a hora do Angelus.

As crianças, em um impulso automático, interromperam as brincadeiras e correram em direção à capela. Lily estranhou a súbita mudança de comportamento e olhou para Dolores, que ajeitava a saia do uniforme.

— O que está acontecendo? — perguntou Lily em voz baixa.

Dolores sorriu com naturalidade.

— É a hora da oração da família. Todos os dias, quando estão em casa, os Walkers se reúnem para rezar. Mesmo se alguém não pode estar presente, os demais mantêm a tradição. Venha, não fique de fora.

Ainda hesitante, Lily seguiu as duas babás. No caminho, cruzaram com um senhor de cabelos grisalhos, mãos firmes de quem trabalha a terra há décadas.

— Boa noite. Sou Oscar, o jardineiro. — disse ele, inclinando levemente a cabeça com um sorriso sincero.

— Boa noite… eu sou Lily. — respondeu ela, surpresa pela cortesia.

Logo todos estavam reunidos na pequena capela. O ambiente era singelo, mas de uma beleza serena: o altar enfeitado com flores brancas colhidas no próprio jardim, um crucifixo imponente acima dele, e velas acesas que espalhavam uma iluminação suave.

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