O endereço do salão era em uma das áreas mais sofisticadas da cidade, frequentado por mulheres da alta sociedade. Ao se apresentar na recepção, a atendente, uma jovem de uniforme impecável, lhe lançou um olhar quase cúmplice.
— Senhora Hamilton, venha comigo. Sua profissional já a aguarda.
Pamela inclinou levemente a cabeça e a seguiu. Passaram por um salão luxuoso, cheio de mulheres elegantemente sendo atendidas por um batalhão de profissionais. A jovem abriu a porta de um reservado.
— Por favor, aguarde. Ela já vem atendê-la.
Assim que ficou sozinha, Pamela avaliou o espaço. Havia espelhos altos, iluminação branda, cadeiras confortáveis, nada diferente dos salões que costumava frequentar.
Poucos minutos depois, uma mulher de cerca de quarenta anos entrou, trajando um uniforme branco impecável. Tinha um sorriso discreto e um olhar firme.
— Senhora Hamilton, sou Kate. Sente-se, por favor.
— Você tem algo para mim? — Pamela foi direta.
Kate indicou a cadeira, e enquanto Pamela se acomodava, retirou do bolso do jaleco um envelope dobrado. Entregou-o com naturalidade.
— Vou preparar tudo para o seu procedimento. Quando estiver pronta, basta apertar aquele botão. — apontou discretamente para a lateral da mesa.
— Muito obrigada. — Pamela sorriu, mantendo a aparência de cliente exigente.
Assim que Kate saiu, ela abriu o envelope. O nome na primeira página a fez arregalar levemente os olhos.
David Graham.
À medida que lia, seus olhos cintilavam.
David Graham fora dono de uma empresa de tecnologia com contratos secundários junto ao grupo Walker, especializado em criptografia. Mas, ao usar a plataforma para fins ilícitos, John o expôs publicamente. Sem credibilidade, afundou em dívidas.
O que mais chamou a atenção de Pamela foi a revelação de que ele havia tentado sequestrar Elizabeth.
Ela recostou-se na cadeira, surpresa. Nunca ouviu nada a respeito. Voltou a ler, fascinada.
David foi descoberto como mandante, mas antes da prisão foi brutalmente espancado e teve as duas pernas quebradas. Um comentário em destaque sugeria que aquele “aviso” teria vindo diretamente de John Walker.
Pamela lembrou das flores murchas que recebeu, tentativa frustrada de intrigar o casal.
— Como fui ingênua… — murmurou.
Seguiu lendo. David cumpriu dez anos de cadeia e agora estava em liberdade condicional, sobrevivendo de pequenos golpes cibernéticos. No final do dossiê, um número de telefone aparecia escrito à mão.
O sorriso de Pamela se alargou.
— Logan, você não me decepcionou.
Ela pegou seu telefone secreto e ligou para o número indicado. Quando Pamela pensou que a ligação iria cair, uma voz desconfiada atendeu.
— Como conseguiu esse número?
— Um amigo o recomendou. — disse ela com calma.
— E que amigo seria?
— Um que prefere não ser identificado. — Pamela apoiou o queixo na mão, como se conversasse casualmente. — Assim como você, ele também não gosta de deixar rastros. Mas me garantiu que poderia me ajudar.
— Ajudar em quê?
— John Walker. Soube que você tem contas mal resolvidas com ele.
Do outro lado da linha, houve um silêncio pesado. Depois, a voz veio carregada de rancor.
— Tem toda a minha atenção.
Pamela sorriu friamente.
— Mas antes, até onde você estaria disposto a ir?

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Amargo Contrato de Casamento
Olá, quero deixar aqui meus sinceros parabéns por essa linda história, eu amei. Que Deus abençoe vc e toda a sua família...
História linda e emocionante como a fé e o amor são capazes de transformar vidas....
Maravilho...