John
John pilotou por algum tempo sem rumo.
Por distração quase avançou o sinal vermelho e em outro momento quase colidiu com um carro à sua frente.
- Maldição -
Decidiu ir para a casa dos pais, já tinha dois meses que se casara e ainda não os tinha visitado.
Ao entrar na sala de jantar encontrou os pais tomando o café da manhã.
A surpresa de Martha foi imediata.
- John querido. Que surpresa! - Disse a mãe, visivelmente feliz em ver o filho.
- Bom dia, mãe - disse ele beijando a testa de Martha com carinho.
- Bom dia, pai - Se limitou a olhar para o pai e dar um aceno.
John sentou à mesa ao lado da mãe.
- Vai tomar café conosco? - Perguntou Martha.
Martha fez um sinal com a mão para o mordomo que saiu rapidamente e retornou com uma composição de pirex e xícara colocando em frente a John.
- Não tomou café em casa? Não me diga que aquela mocinha não faz nada. - Disse Martha em tão reprovador.
- Eu sai cedo para dar uma volta de moto. - mentiu sem olhar para a mãe, mentir era algo que ele recusava a fazer. - E resolvi passar aqui para visitá-los. Onde está vovô? - perguntou olhando em volta.
- Daqui a pouco ele aparece. - Disse Martha
- E como vai a vida de casado? - perguntou Roger.
- Normal.
Tentou não demonstrar qualquer emoção, mas evitando olhar para os olhos perspicazes da mãe.
- Por que não a traz aqui? Afinal ela é sua esposa. - Disse Roger. Para o pai o casamento era como outro qualquer.
- Uma esposa por conveniência — interrompeu Martha com desdém - que aceitou o papel em troca de alguns milhões. É melhor não nos apegarmos a ela. Daqui a três anos ela será descartada.
O comentário fez o sangue de John ferver, mas ele se conteve não disse nada e Martha prosseguiu.
— Quanto menos ela se envolver com a nossa família, melhor. Ela não está à nossa altura. É apenas um meio para um fim, não é mesmo, querido?
Martha, olhou diretamente para o filho, que parecia mais interessado em pegar um pedaço de bolo.
— Quando esse contrato terminar, você estará livre para se casar com quem quiser. E, claro, nos dar netos. Você não vai querer filhos com essa mulher, vai?
John manteve o silêncio. Jamais permitiria que um filho fosse usado como instrumento de chantagem. Diante do silêncio de John, ela continuou implacável.
— John agora é casado e deve se dedicar à esposa. E traga-a para me visitar — disse Oliver, olhando severamente para o neto. — Gosto dela. É uma das poucas pessoas que conversam comigo de igual para igual, sem bajulações.
— Pai! Que palavras são essas? — repreendeu Martha, indignada.
— Pode deixar, vô. Assim que possível, a trarei para vê-lo — respondeu John, incerto.
Não sabia como cumprir aquela promessa e se pegou mentindo pela segunda vez em um curto espaço de tempo.
O que estava acontecendo com seus valores?
Não queria que o avô se apegasse a Elizabeth.
Pelo visto, ela o havia enganado também. Só isso explicava o julgamento falho de um homem que sempre foi bom em ler o caráter das pessoas, assim como ele próprio.
Percebendo que a conversa fugia de seu controle, Martha tentou mudar de assunto.
— Filho, por que você e seu pai não vão jogar golfe? Nos fins de semana, vocês passavam horas no campo...
— Boa ideia — disse Roger, entendendo a indireta. — Você pode se trocar no seu antigo quarto. Te encontro no campo.
— Ótimo. — John assentiu, satisfeito com a chance de limpar a mente.
Ele precisava de distração, de algo que o afastasse dos acontecimentos daquela manhã.
Acabou passando o resto do dia jogando golfe com o pai, não só pela manhã, mas também durante toda a tarde.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Amargo Contrato de Casamento
Olá, quero deixar aqui meus sinceros parabéns por essa linda história, eu amei. Que Deus abençoe vc e toda a sua família...
História linda e emocionante como a fé e o amor são capazes de transformar vidas....
Maravilho...