Amargo Contrato de Casamento romance Capítulo 36

Elizabeth

Elizabeth estava tentando processar o que tinha acabado de acontecer, as mãos trêmulas, segurando o vestido desabotoado. Seu peito arfava, o coração batendo tão rápido que doía.

Ao chegar a seu pequeno quarto percebeu que estava chorando. Lágrimas quentes e silenciosas desciam em fluxo desordenado.

Ela apertou os olhos com força, tentando afastar a lembrança de John sobre ela, sua mão firme segurando-a, percorrendo seu corpo, os olhos flamejantes de desejo e… de algo mais. Algo que a assustava e, de uma maneira estranha, ele também a incendiava.

O corpo dela ainda tremia. As mãos dele… sua respiração… o calor… Era como se ele ainda estivesse ali, impregnado nela. Seu cheiro, sua presença… tudo parecia ter marcando sua pele.

— O que está acontecendo comigo…? — sussurrou para si mesma.

Se olhou no espelho da parede, seus olhos tinha um brilho diferente, febril. Os cabelos bagunçados, o colo exposto pelos botões abertos, sua pele clara avermelhada lembrando do toque das mãos de John.

Ela queria. Desejava ser dele. Queria se entregar, ansiava por isso. Não daquele modo abrupto, quase brutal. Sonhara com um momento especial, construído com palavras de carinho, envolto em emoção, sentimentos.

*****

John

Após o incidente no quarto, John se trancou no escritório. A cena do quarto não lhe saía da mente.

Tentou trabalhar, mas sabia que não conseguiria se concentrar em nada. Ir ao clube, nem pensar, não suportaria os bajuladores.

Daniel e Marcus estavam viajando a trabalho e eles não sabiam das condições de seu casamento. Não podia ir para a casa dos pais.

Bruce, ele era o único que sabia.

Pegou o celular e sem hesitar ligou para Bruce que atendeu imediatamente.

*****

Bruce

Bruce ficou surpreso com a ligação que estava recebendo, o chefe não costumava ligar nos finais de semana, somente se estivessem a trabalho. Sem pensar atendeu.

- Senhor Walker. - Disse ele polidamente, estranhando. Era final da tarde de sábado.

- Bruce, preciso que me encontre. - A voz de John era autoritária

- Agora, senhor? - Perguntou

- Sim. Agora - Disse ele exasperado. - Onde você costuma beber?

- O quê? - Perguntou confuso.

- Você sabe que não gosto de repetir. Onde você costuma beber? Que não seja nenhum lugar que eu frequentaria para não ser visto. - John estava visivelmente alterado.

- Tem um bar na parte baixa da cidade que é muito bom e duvido que algum conhecido do senhor vá lá.

- Desde que não seja uma espelunca. Me passe o endereço e me encontre lá em meia hora. - Ordenou e desligou o telefone.

— Nunca estivemos. — respondeu amargurado. — Não vai brindar à minha felicidade?

— Posso brindar com uma água tônica? — Bruce tentou manter o equilíbrio. Nunca vira o chefe daquele jeito. Se John ia beber até cair, ele precisava ficar sóbrio.

— Permissão concedida. — disse, servindo-se de mais uma dose e a virando de uma só vez.

Bruce jamais imaginou ver aquela cena. O homem que sempre esteve no controle de tudo e que nada o abala, estava completamente abalado.

— Eu quase fiz uma coisa horrível hoje! - Disse John com a voz meio arrastada após quase esvaziar uma garrafa.

Bruce ficou em silêncio.

- Elizabeth… Lizzie… - continuou ele - Ela nunca iria me perdoar. - Tomou uma dose de uma só vez.

John terminou aquela garrafa e começou outra. Quando finalmente já não conseguia se manter sentado, Bruce o amparou.

— Senhor, é hora de ir pra casa.

Era tarde da noite quando Bruce conduziu John de volta a mansão.

Ele havia ligado para Chloe e pediu que fosse até o bar encontrar com ele, pegar seu carro e o seguir até a mansão do senhor Walker.

Ao ver o poderoso John Walker cambaleando, apoiado em Bruce, Chloe arregalou os olhos, surpresa. Pelo pouco que Bruce falava do chefe, imaginava ele um homem sério e frio. Sabia que não devia fazer perguntas.

Bruce não responderia.