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Amargo Contrato de Casamento romance Capítulo 39

Martha

Na mansão Walker, Martha estava se preparando para receber uma visita inusitada para o chá daquela tarde. Queria tudo impecável. Ajustava pessoalmente cada detalhe das porcelanas e das flores quando o mordomo anunciou a chegada de Pamela White.

— Olá, querida! — disse Martha, caminhando até Pamela com um caloroso abraço, como se fossem velhas amigas íntimas.

— Senhora Sinclair. É uma honra ser convidada pela senhora para um chá — respondeu Pamela com um sorriso gentil, retribuindo o abraço com elegância.

Para a ocasião, Pamela optou por um conjunto de saia lápis e blazer cinza-claro, discreto e sofisticado. Sabia que precisava estar à altura de sua anfitriã e causar boa impressão. Afinal, Martha era a mãe de John Walker.

— Venha, querida. Sente-se — convidou Martha, apontando para a cadeira à sua frente.

As duas se acomodaram à mesa montada em uma das muitas salas íntimas da mansão. O mordomo prontamente iniciou o serviço, colocando delicadamente as xícaras de chá à frente de cada uma. Tudo refletia requinte, elegância e o padrão quase imperial dos Walker.

— Acredito que deva estar curiosa por tê-la chamado aqui hoje — disse Martha, mexendo lentamente o chá, sem tirar os olhos de Pamela.

De fato, Pamela estava surpresa. Embora suas famílias tivessem certa proximidade por conta dos negócios e do status social, nunca haviam tido qualquer relação íntima.

— Vou ser clara — continuou Martha, inclinando-se levemente para frente. Assim como John, era prática e objetiva. — Sei que você tem se encontrado com meu filho em vários eventos. Mas devo lembrá-la que John atualmente é casado.

O semblante de Pamela se endureceu, e o sorriso sumiu de seus lábios bem contornados.

— Mas antes que me interprete mal, quero que saiba que esse casamento é apenas um negócio. Na verdade, é um contrato.

Pamela não conseguiu esconder sua surpresa. Sempre soubera que havia algo incomum naquele casamento misterioso. John nunca era visto com a esposa, e ninguém sabia ao certo quem ela era, exceto os mais próximos. Ela mesma só a vira uma única vez, no aniversário do velho Walker.

— Entendi… — murmurou Pamela, não conseguindo esconder o tom de satisfação que escapou involuntariamente em sua voz.

— Por isso quero que você saiba — disse Martha, antes de levar a xícara aos lábios e tomar um pequeno gole de chá. — John não pode se separar de Elizabeth antes de três anos. Caso isso aconteça, ele perde a presidência do grupo para sempre. Ainda não consigo entender por que ele aceitou essa cláusula absurda.

Havia claro descontentamento em sua voz. Martha pegou uma torrada delicadamente e passou geleia de damasco, mantendo os gestos elegantes, quase ensaiados, antes de prosseguir:

— Sei que você tem se encontrado com John nesses eventos beneficentes, lançamentos e jantares corporativos…

— E a senhora quer que eu me afaste — interrompeu Pamela, erguendo o queixo, com um olhar desafiador.

Martha ergueu os olhos para ela e sorriu de forma quase maternal.

Quando a porta se fechou, deixando o interior do carro em silêncio, Pamela apoiou a cabeça no encosto de couro e fechou os olhos por alguns segundos. Seu coração batia mais rápido que o normal, mas não de nervosismo e sim de pura excitação.

“Então é isso… três anos. Apenas três anos. Já se passaram alguns meses, então…”

Ela abriu os olhos devagar, mirando o próprio reflexo no vidro escuro. Recordava-se bem do tempo da universidade, de como John parecia apaixonado e quando eles terminaram, ele tinha ficado abalado, pelo menos foi o que lhe disseram.

“Elizabeth…” pensou, pronunciando mentalmente o nome como se fosse um veneno doce. Lembrou-se da imagem vaga que tinha dela, tão simples, quase apagada. “Não passa de um obstáculo temporário. Uma esposa de contrato, nada mais.”

Um pequeno sorriso se formou em seus lábios pintados de nude, enquanto o carro iniciava o trajeto de volta para a mansão que a família tinha na cidade, mas era pouco frequentada.

Martha Sinclair podia pensar que ela esperaria silenciosa, mas Pamela já tramava cada passo, cada palavra, cada evento que a aproximaria ainda mais de John antes mesmo do prazo do contrato terminar.

Ela apoiou a mão sobre o colo, ajeitando a pulseira de ouro fino, e suspirou, sentindo o peito vibrar de expectativa.

“Em breve, Martha Sinclair… serei tudo o que deseja para seu filho.”

Ela seria a futura senhora Walker.

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