John
Em um raro almoço na mansão Walker, John não teve como evitar de levar Elizabeth, pressionado pela insistência do avô.
Durante a refeição, John e Elizabeth permaneceram em silêncio. Trocaram poucas palavras apenas tentando manter as aparências. Se Oliver percebeu o distanciamento entre os dois, preferiu não comentar. Parecia mais interessado em saborear o assado preparado especialmente para a ocasião.
Catherine, a irmã caçula de Martha, era o oposto do ambiente: vibrante, tagarela, e visivelmente alheia ao clima entre o casal. De certa forma John agradecia por ela falar o tempo todo, assim ele não precisava interagir.
Ela falava animadamente sobre sua última viagem à Grécia, descrevendo com entusiasmo as ruínas de Santorini e o azul inacreditável do mar Egeu. Até que, interrompeu a própria narrativa e apontou o garfo na direção de John, como quem lança uma acusação:
— John, por que vocês ainda não viajaram em lua de mel?
O silêncio na mesa pareceu congelar por um instante.
John ergueu os olhos para a tia com expressão indecifrável. Catherine sempre conseguia tirá-lo do eixo com suas perguntas diretas, ditas como quem comenta o clima. Elizabeth corou de imediato, abaixando os olhos para o prato, sentindo o rosto arder.
Oliver continuou comendo como se não tivesse ouvido. Roger, parecia mais interessado no vinho do que no rumo da conversa.
Martha, rígida, lançou um olhar cortante à irmã:
— Cathy, por favor, cuide da sua vida.
Mas Catherine sorriu, como se o comentário não tivesse lhe atingido nem um pouco. Virou-se então para Elizabeth, com um ar condescendente e teatral:
— Ora, querida, se fosse eu, exigiria uma lua de mel digna de uma princesa. E mais: como compensação por essa falta grave… joias! Muitas joias. Um colar de esmeraldas, no mínimo.
Elizabeth sorriu sem graça, mas não respondeu. Estava desconfortável demais para tentar parecer espirituosa.
— Tia... Assim que for possível. Tenho andado muito ocupado com os negócios. Elizabeth é compreensiva... — fez uma breve pausa, lançando um olhar rápido para a esposa — e será devidamente recompensada pela minha ausência no devido momento.
— Espero mesmo — disse Catherine, com um meio sorriso. — Porque essa sua mulher é uma joia por si só. E mulheres assim precisam ser valorizadas.
O comentário pairou no ar, e por um instante, um estranho silêncio envolveu a mesa. John desviou o olhar. Elizabeth continuou com os olhos baixos.
Martha respirou fundo e mudou o assunto com um comentário sobre a reforma da ala leste da mansão. Tentou manter um tão empolgado para evitar as perguntas indiscretas de Catherine.
Mais tarde, logo depois que a sobremesa foi servida, Catherine pediu licença e disse que tinha um compromisso com algumas amigas.
Martha foi supervisionar o chá.
Roger e John foram jogar golfe, deixando Elizabeth e Oliver jogando xadrez no terraço em frente ao campo de golfe, enquanto saboreavam o chá trago por Martha.
Enquanto John jogava golfe com o pai, Roger observava ao longe os dois entretidos no jogo, quando comentou:
— E então, como vai a vida de casado? Estão se dando bem? — perguntou, casualmente, enquanto caminhavam pelo gramado em direção a bola.
— É um casamento firmado por contrato. Enquanto durar o acordo, dura o casamento — respondeu John, seco.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Amargo Contrato de Casamento
Olá, quero deixar aqui meus sinceros parabéns por essa linda história, eu amei. Que Deus abençoe vc e toda a sua família...
História linda e emocionante como a fé e o amor são capazes de transformar vidas....
Maravilho...