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Amargo Contrato de Casamento romance Capítulo 42

John

Após esse dia, John continuava a evitar que Elizabeth fosse à mansão Walker. Mas ao atender um telefone do avô não pode mais negar, não tinha desculpas.

— Por que você não deixa minha neta vir me visitar? — perguntou Oliver, zangado, quando John mais uma vez protelava a visita.

— Está bem, vô. Vou ver se ela pode ir amanhã — respondeu por fim, resignado.

John temia que o avô se afeiçoasse demais a Elizabeth e, assim, tornasse mais difícil aceitar a futura separação. No entanto, se continuasse evitando a presença dela na mansão, o velho Walker acabaria desconfiando.

Pegou o celular e digitou uma mensagem para Elizabeth:

"Amanhã à tarde, você vai tomar chá com meu avô."

Esperou pela resposta. Que não demorou.

"Está bem." — Sem mais palavras.

"Comporte-se. Ele não sabe do contrato."

"Eu sei e ele não precisa saber."

"Ótimo."

John fixou o olhar na tela do celular esperando algo mais, alguma palavra, uma despedida… que não veio.

Colocou o telefone de lado e voltou a mergulhar no trabalho.

Elizabeth

Elizabeth permaneceu fitando a tela do celular por longos segundos após ler a mensagem de John. Seus olhos percorriam as poucas palavras que, embora diretas, carregavam o peso de uma ordem.

Seus dedos hesitaram sobre o teclado, quase digitando uma despedida, uma pergunta, qualquer coisa que quebrasse o silêncio entre eles. Mas vacilaram e retrocederam.

Ela sempre gostou do avô de John, o senhor Oliver Walker a tratava com gentileza desde o primeiro encontro, e havia nele uma sabedoria serena que a fazia sentir-se acolhida. Mas desde o casamento, as visitas haviam se tornado raras. Martha, tornara-se fria, distante, como se a presença de Elizabeth fosse um incômodo constante.

Mesmo assim, ela sabia o que precisava fazer: Cumpriria o papel que lhe fora imposto como esposa de John.

Ela se afeiçoou ao velho homem, e a ideia de desapontá-lo a incomodava profundamente. Sabia o quanto John valorizava o avô, ela viu o carinho como ele o tratava. Elizabeth não queria ser a causa de qualquer desgosto para aquele homem bom e muito menos prejudicar John.

Decidida a representar o papel de esposa até quando fosse possível, se o senhor Oliver viesse a sofrer com o fim do casamento, não seria ela o motivo.

*****

Na tarde seguinte, James estacionou o carro diante da imponente mansão Walker. Elizabeth subiu os degraus da entrada principal, onde um mordomo abriu a imensa porta para recebê-la. No saguão, Martha a aguardava com o mesmo olhar frio de John.

Elizabeth se aproximou e apertou-lhe a mão, que ele cobriu com a outra em um gesto carinhoso.

— Sente-se — pediu, indicando uma poltrona próxima. — Que bom vê-la. John tem sido muito negligente em não trazê-la.

— John é um homem ocupado, espero que o senhor compreenda — respondeu ela, acomodando-se com elegância.

Apesar da contrariedade, Martha teve de admitir que, mesmo usando um conjunto cinza sem graça, Elizabeth exalava sofisticação e elegância. Não sabia que aquela roupa era uma imposição do próprio filho. Martha ignorava como era de fato o casamento de John e Elizabeth.

— Claro, entendo bem. Mas isso não a impede de vir sozinha tomar chá comigo, se a companhia de um velho como eu não a entediar. - O brilho nos olhos do velho Walker era genuíno e feliz.

— Papai, acredito que Elizabeth tenha compromissos mais interessantes do que nos visitar. Ainda assim, é um prazer recebê-la — disse Martha, com um sorriso que soava quase sincero.

— Não se preocupe, senhora Sinclair. Gosto muito da companhia do senhor Walker — replicou Elizabeth, com um sorriso doce.

Martha ferveu por dentro, sentiu aquilo como uma provocação, mas sorriu com uma falsa cordialidade.

— Martha, pode nos deixar. Quero conversar a sós com minha neta — disse Oliver, com gentileza, mas autoridade.

— Claro, papai — respondeu ela, retirando-se não sem antes lançar um olhar severo para Elizabeth.

Elizabeth entendeu aquele olhar. Era como se repetisse as palavras de John. “Comporte-se.”

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