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Amargo Contrato de Casamento romance Capítulo 43

Assim que ficaram a sós, Oliver voltou-se para a jovem ao seu lado com um sorriso gentil.

— Diga-me, querida, como vai o casamento?

— Estamos bem. John é muito ocupado, mas aproveitamos os momentos quando estamos juntos — Elizabeth, não mentia. Por isso desviou os olhos desconfortáveis.

— Entendo… — murmurou o velho, seus olhos experientes observando atentamente cada nuance de sua expressão.

Sobre a mesa, havia um belíssimo tabuleiro de xadrez. As peças, esculpidas à mão, reluziam sob a luz suave. Elizabeth lembrou-se do presente que John deu ao avô.

— É o tabuleiro que John lhe deu? - Perguntou admirando as peças

— Sim. É uma peça linda. Quer jogar?

— Claro.

Jogaram por cerca de uma hora. Elizabeth demonstrou ser uma estrategista nata, dificultando a vitória de Oliver.

— Xeque-mate — disse ele, por fim, com um sorriso satisfeito. — Você j**a muito bem. Não facilitou nada.

— Foi um jogo difícil.

— Falta quase uma hora para o chá. Ainda não conhece bem a mansão. O que achou?

— É belíssima… e enorme. Nem imagino quantos quartos há nesta casa.

— Trinta e dois, para ser exato. Nunca entendi por quê.

Elizabeth arregalou os olhos.

— Trinta e dois? Pra que tantos?

— Quando comprei a casa, não mudei nada. Mas ela parece ainda maior depois que John saiu… embora tenha sido por um bom motivo.

— Entendo — disse ela, lembrando-se de como John tratava bem a família. Era um lado dele que ela nunca conhecera. Ele nunca a tratou assim.

— Hoje só restaram eu, Martha e Roger. Carthy que quase nunca está em casa. Laura casou e foi morar com o marido em outra cidade, seus filhos já estão grandes — lamentou. — Sinto falta da casa cheia… de crianças correndo. Você e John poderiam vir morar aqui e mudar isso.

Elizabeth abaixou o olhar. Queria tanto ter filhos com John… já os imaginou em sonhos, todos parecidos com ele. Mas sabia que ele não a queria nem como esposa, quanto mais como mãe de seus filhos.

— Seria ótimo… mas ainda não falamos sobre filhos.

— Espero que se apressem. Já estou velho e gostaria de ver meus bisnetos — disse ele, percebendo o desconforto dela.

— Querida, pode empurrar minha cadeira? Quero lhe mostrar algo. Não são os trinta e dois quartos, fique tranquila. Apesar de termos elevador que atende os quatro andares.

Elizabeth sorriu e começou a empurrar a cadeira, embora elétrica, Oliver gostava da presença de alguém por perto.

Ele a guiou por todo o térreo, passando por diversas salas íntimas. Parou diante de uma porta de madeira nobre.

— É aqui. Abra, por favor.

— Martha, ela toca divinamente. Minha neta é realmente maravilhosa. - Era visível a admiração do velho

— Sim. Papai, é sim - Disse ela, sem olhar para Elizabeth - Vamos, vou mandar servir na biblioteca como o senhor gosta.

Depois do chá, Elizabeth se despediu.

— Espero vê-la novamente em breve — disse Oliver, segurando sua mão com carinho. - John é um homem de sorte.

Os olhos de Elizabeth lacrimejaram e para que ele não visse, saiu desconcertada. Desceu a escada apressada, James a aguardava com a porta do carro aberta.

Assim que James fechou a porta, ela desabou. Um choro compulsivo e incontrolável tomou conta de Elizabeth.

James, profissional, iniciou o trajeto. Olhava pelo espelho retrovisor penalizado vendo a jovem patroa chorar descontroladamente.

Já tinha visto várias vezes o semblante triste e até lágrimas furtivas, mas nunca daquela forma. Decidiu dar algumas voltas até ela se acalmar.

Quando a respiração dela retomou o ritmo normal, perguntou com gentileza:

— Senhora, para casa?

— Não, James. Me leve à Igreja. Preciso rezar.

— Sim, senhora — respondeu ele, com respeito e discrição.

James sabia que era ali, diante de Deus, que a senhora Walker se fortalecia e encontrava forças para continuar de pé.

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