John
As horas passavam lentas quando finalmente a porta abriu e Adam entrou na sala vip.
John não gostou de vê-lo. Muito menos saber que tinha sido ele o responsável por atender Elizabeth. Mas não esboçou nenhuma reação. Seus olhos estavam inexpressivos, a postura firme.
Aquela frieza irritou Adam.
— John, primeiramente estou aqui como médico — disse Adam, assumindo um tom profissional e direto. — Elizabeth sofreu uma torção no tornozelo. O quadro mais delicado foi de hipotermia avançada, ela vai precisar de cuidados contínuos nas próximas horas. A pancada na cabeça, felizmente, parece que foi superficial. Os exames não detectaram coágulos ou lesões internas. Mesmo assim, vamos mantê-la em observação e repetir os exames conforme o protocolo.
John assentiu lentamente, o olhar fixo no médico. Não disse nada.
— No momento ela está sedada. Em breve será transferida para um quarto. — completou Adam.
Houve uma breve pausa. Adam respirou fundo e, com o mesmo tom, porém menos clínico, concluiu:
— Agora, como amigo… quero saber como ela ficou nesse estado.
John cruzou os braços. Seu rosto permanecia inexpressivo, mas seus olhos endureceram.
— Isso não te diz respeito — respondeu com frieza. — Você já fez seu papel como médico. Pode se retirar.
Adam o encarou por um instante, sentindo o sangue ferver.
— Não me diz respeito? John, você tem ideia do que teria acontecido se ela fosse encontrada meia hora depois? Elizabeth poderia ter entrado em choque profundo. — Ele se aproximou, tenso. — Onde você estava? Sabe quanto tempo ela ficou exposta?
John não respondeu de imediato. Seu maxilar estava travado. O olhar ainda frio.
— Cuidado com as palavras, Saints. — A voz de John saiu baixa e cortante. — Você está ultrapassando o limite.
Adam, por fim, recuou um passo.
— Espero que cuide bem dela de agora em diante. Ela será transferida para o quarto — disse Adam, mais frio agora. — E quando ela acordar… espero que você esteja lá.
Sem esperar resposta, Adam se virou e saiu. Não demorou muito uma enfermeira apareceu.
— Boa noite, senhor - Disse educadamente. - Acompanhe-me, irei levá-lo até o quarto de sua esposa.
— Certo. - Respondeu ele e depois virou-se para Bruce. - Provavelmente, amanhã chegarei mais tarde. Cuide de tudo por lá.
— Sim, senhor. Espero que a senhora se recupere logo.
Jhon apenas acenou e saiu seguindo a enfermeira.
No quarto, a iluminação era suave. Elizabeth parecia dormir tranquilamente, com os cabelos espalhados pelo travesseiro. Havia um curativo na testa e o tornozelo enfaixado.
John se aproximou em silêncio e observou o rosto adormecido, tão sereno e vulnerável. Passou uma das mãos pelo rosto cansado.
O quarto parecia uma suíte de hotel de luxo. John sentou próximo a cama em um sofá confortável e ali permaneceu a noite toda. Hora cochilava um pouco, ora dormia, ora era interrompido por alguma enfermeira que entrava para ministrar a medicação. Ele não se importou.
Os primeiros raios de sol começaram a entrar pela janela. John estava dormindo recostado no sofá quando a porta abriu e Adam entrou, despertando totalmente John.
Adam apenas o olhou e não se falaram. Ele foi direto para o leito de Elizabeth chegar seus sinais e a medicação. Só então ele olhou para John, mostrando uma certa satisfação de ver que John havia passado a noite ali.
- Está tudo bem. A medicação está no final e ela não deve demorar a acordar.
Após terminar de falar saiu do quarto sem esperar que John falasse algo.
Não demorou muito, Elizabeth finalmente começou a abrir os olhos. John com uma ansiedade incomum correu para a cama ao vê-la despertar.
Elizabeth piscou várias vezes, a consciência voltando aos poucos, os olhos turvos ficaram nítidos ao reconhecer a silhueta que a olhava intensamente.
- John. - Disse ela.
Elizabeth tentou levantar, mas uma súbita náusea a fez deitar novamente.
- Fique deitada. Você precisa descansar. - A voz era controladamente neutra.
- O que aconteceu? Onde estou?
- Você está no hospital. Ontem a encontrei na trilha. Você caiu e bateu a cabeça.
Elizabeth lembrou que estava descendo a trilha quando a chuva começou.
- Foi você que me encontrou? - Elizabeth parecia surpresa de John ter saído para procurá-la.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Amargo Contrato de Casamento
Olá, quero deixar aqui meus sinceros parabéns por essa linda história, eu amei. Que Deus abençoe vc e toda a sua família...
História linda e emocionante como a fé e o amor são capazes de transformar vidas....
Maravilho...