Elizabeth
O dia passou lento, dessa vez sem exames, apenas medicação. O tornozelo ainda doía e sua cabeça aos poucos ia perdendo a sensação de torpor.
Logo após o jantar, Elizabeth ouviu novamente os passos firmes e cadenciados da noite de ontem.
Alice tinha saído para levar a bandeja e Elizabeth estava sozinha.
Assim que ele abriu a porta, o coração de Elizabeth deu um pulo. John entrou calmamente e se aproximou da cama com passos lentos.
— Como você está? — ele perguntou o mesmo tom de voz baixa e rouca.
— Melhor. — respondeu ela, desviando o olhar para as mãos repousadas sobre o lençol. — Adam disse que talvez eu receba alta amanhã.
John assentiu, apertando o maxilar como se ponderasse algo antes de falar.
— Ótimo. Vou providenciar tudo para amanhã. — disse apenas.
Silêncio.
Ele deu um passo para trás, ajeitando a manga do paletó, e disse num tom neutro:
— Eu não poderei ficar hoje. Descanse. Amanhã cedo venho buscá-la.
Virou-se para sair, mas hesitou na porta. Sem se voltar, falou baixinho:
— Fico feliz que esteja bem.
E saiu, deixando Elizabeth com o coração apertado, encarando a porta fechada.
*****
John
Ao contrário do que havia dito. Após um jantar de negócios com representantes de um novo projeto que o Grupo Walker desejava fazer parceria, retornou ao hospital e entrou no quarto sem fazer barulho.
Aproximou da cama onde Elizabeth dormia tranquilamente. Ele ficou ali observando enquanto ela dormia, tirou carinhosamente uma mecha de cabelo do rosto dela, depois sentou no sofá ali perto e ficou um bom tempo antes de finalmente deixar o quarto.
Elizabeth não soube que ele tinha voltado naquela noite.
*****
Elizabeth
Na manhã seguinte, Elizabeth acordou com o som suave dos passarinhos do lado de fora da janela. Por alguns instantes, permaneceu deitada, apenas ouvindo os sons ao redor.
Alice entrou no quarto pouco depois, com um sorriso gentil.
— Bom dia, senhora Walker. — disse, abrindo as cortinas para deixar entrar a luz do sol. — O doutor Saints já confirmou sua alta para hoje. Vou ajudá-la a se preparar.
Quando estava pronta, sentou-se na poltrona próxima à janela e fechou os olhos, deixando o calor suave do sol aquecer seu rosto pálido. Por um momento, desejou que aquele instante não acabasse nunca.
Mas foi retirada de seus pensamentos pelo som firme de passos no corredor. A porta se abriu, revelando John, impecável como sempre em seu terno escuro, mas com olheiras profundas sob os olhos. Ele a observou por alguns segundos, o olhar indecifrável, antes de falar:
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Amargo Contrato de Casamento
Olá, quero deixar aqui meus sinceros parabéns por essa linda história, eu amei. Que Deus abençoe vc e toda a sua família...
História linda e emocionante como a fé e o amor são capazes de transformar vidas....
Maravilho...