Martha
Na tarde seguinte, na mansão Walker, Martha supervisionava cada detalhe da mesa de chá: porcelanas delicadas, guardanapos rendados, flores frescas em tons rosados, bolos e petit fours organizados com perfeição. Tudo precisava transmitir elegância, mas, para ela, era mais do que um chá.
Assim que Elizabeth pisou na entrada principal, o mordomo a recebeu com formalidade.
— Seja bem vinda, senhora Walker. Por aqui por favor.
Ele a conduziu diretamente até a sala de chá. Elizabeth sempre achava tudo muito formal ali; parecia haver uma sala para cada ocasião.
Ao ser anunciada, viu Martha aproximar-se com um sorriso frio, mas educado, o que surpreendeu Elizabeth, as poucas vezes que se encontravam, ela era sempre fria e ríspida com ela, assim como John.
— Elizabeth, querida, que bom que veio — disse Martha, estendendo a mão em um cumprimento elegante. — Entre, por favor.
— Senhora Sinclair — respondeu Elizabeth, com um sorriso contido. — Obrigada pelo convite.
Quando deu mais alguns passos, percebeu a presença de outra mulher, elegantemente sentada em um sofá. O coração de Elizabeth parou por um instante ao reconhecer Pamela White. Toda a cor fugiu de seu rosto.
Pamela sorriu, divertida ao ver o impacto de sua presença. Foi exatamente como ela esperava.
— Imagino que já conheça a senhorita Pamela White, não é? — disse Martha, saboreando cada palavra enquanto observava a reação de Elizabeth.
Elizabeth se lembrou das fotos em que via Pamela ao lado de John em eventos, além de tê-la visto brevemente no aniversário de Oliver e o quanto eles pareciam íntimos. Mas agora, frente a frente, sentia toda a imponência e exuberância que emanava dela.
Pamela levantou-se e caminhou até Elizabeth o andar sensual e seu olhar era de absoluto desdém. O contraste entre as duas era gritante: Pamela, radiante em um conjunto branco de seda com detalhes dourados, cabelos e maquiagem impecáveis; Elizabeth, simples em seu vestido preto de mangas curtas e sua maquiagem apenas um batom nude.
— Já nos vimos uma vez, brevemente — disse Elizabeth, mantendo a educação e segurando a mão estendida de Pamela que ao se tocarem retirou rapidamente.
— Sim, no aniversário do senhor Oliver — respondeu Pamela, sorrindo com suavidade, mas com olhos cortantes. — Finalmente podemos nos conhecer melhor, não tivemos nenhuma oportunidade de conversarmos. John me disse que você não gosta de acompanhá-lo nos eventos, o que é uma pena.
Elizabeth engoliu em seco, mas manteve a aparência serena.
— É verdade. - Apenas concordou desviando os olhos.
Pamela e Martha perceberam o desconforto de Elizabeth e trocaram um sorriso satisfeito.
— Vamos nos sentar enquanto aguardamos papai — disse Martha, guiando-as até as poltronas.
Sentaram-se uma em cada poltrona. Pamela ajeitou a saia e cruzou as pernas com elegância, enquanto Elizabeth se manteve ereta, tentando demonstrar segurança apesar do desconforto que sentia.
Pamela a observava como quem avalia algo inferior, com um pequeno sorriso nos lábios pintados de vermelho.
— Que vestido… interessante. Preto é tão… prático, não acha? Combina com qualquer ocasião. Especialmente quando não se quer chamar atenção — disse, com ironia fina.
Elizabeth sentiu o rosto arder, mas ergueu os olhos, buscando manter a dignidade.
— É um vestido confortável — respondeu, encerrando o assunto.
Pamela inclinou-se ligeiramente em sua direção, sorrindo com superioridade.
— Imagino que seja difícil para você… manter a atenção de um homem tão importante e ocupado como John — disse com um sorriso de superioridade.
Elizabeth sentiu o golpe, mas manteve a expressão suave, respirando fundo antes de responder:
— Senhorita White, não somos íntimas para falarmos sobre o meu casamento. - A voz firme de Elizabeth surpreendeu Pamela.
Mas ela sorriu divertida.
— Talvez seja porque é um casamento… de conveniência.
Elizabeth não conseguiu esconder o choque ao perceber que Pamela sabia a verdade. Nos olhos da mulher, havia puro deboche. Martha, por sua vez, sorriu satisfeita com o constrangimento de Elizabeth.
Nesse momento, Oliver entrou na sala em sua cadeira de rodas elétrica. Seu semblante se iluminou ao ver Elizabeth.
— Minha querida! Que bom que veio — disse ele, guiando a cadeira até Elizabeth e segurando sua mão com ternura. — Está cada vez mais bonita.
Elizabeth sorriu, emocionada com sua gentileza.
— Obrigada, senhor Walker. É sempre bom vê-lo.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Amargo Contrato de Casamento
Olá, quero deixar aqui meus sinceros parabéns por essa linda história, eu amei. Que Deus abençoe vc e toda a sua família...
História linda e emocionante como a fé e o amor são capazes de transformar vidas....
Maravilho...