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Amargo Contrato de Casamento romance Capítulo 58

Elizabeth

Com as ausências constantes de John, eles passavam quase meses sem se ver, Elizabeth se entregava mais aos trabalhos voluntários.

Organizou apresentação das crianças do orfanato e promovia festas temáticas no asilo. Entre os abandonados e solitários, Elizabeth se sentia como eles. De certa forma ela também vivia o abandono e a solidão.

Em uma dessas visitas ao asilo, o salão principal estava silencioso, apenas com o som distante de um rádio antigo tocando músicas de outra época. Elizabeth caminhava pelos corredores até encontrar Dona Esther, sentada em sua cadeira próxima à janela. A senhora, de cabelos brancos presos em um coque delicado, acariciava suas próprias mãos enrugadas enquanto olhava o jardim florido lá fora, sem realmente ver nada.

Elizabeth se aproximou, ajoelhou-se ao seu lado e, com um sorriso suave, disse:

— Está tão bonita hoje, Dona Esther.

A senhora ergueu os olhos e sorriu, mas suas pupilas logo se encheram de lágrimas. Sua voz saiu fraca e embargada:

— De que adianta ficar bonita se ninguém vem me ver? Meus filhos e netos esqueceram de mim.

Elizabeth sentiu um nó apertar em sua garganta. Segurou com delicadeza as mãos frágeis da idosa e respondeu:

— Mas eu vim. E gosto muito da senhora.

Dona Esther sorriu novamente emocionada, e naquele sorriso cansado, Elizabeth viu seu próprio reflexo. Também se sentia assim: sozinha, abandonada… esperando, em silêncio, que apenas uma pessoa no mundo fosse capaz de realmente enxergá-la.

Mas era entre as crianças do orfanato que Elizabeth encontrava alegria. Quando chegava, seus olhos voltavam a brilhar. As crianças corriam em sua direção assim que a viam, abraçando suas pernas com força, rindo e disputando sua atenção.

Ela se permitia sorrir de verdade naquele lugar. Gargalhava quando ajudava a organizar as peças de teatro improvisadas, entrava nas danças de roda, participava das brincadeiras e, por um breve momento, esquecia-se de toda a dor que carregava.

As aulas de música também era onde ela se sentia feliz e útil, ensinando aquelas crianças a cantar e tocar. Via em cada rosto esperança de dias melhores.

Ali, sentia que era amada de maneira simples, sem condições, contratos ou segundas intenções. Era apenas… Elizabeth. E isso, para ela, era o suficiente para continuar em pé.

Mas ao voltar para a casa que deveria ser seu lar, a alegre e extrovertida Elizabeth havia ficado entre os idosos esquecidos no asilo e com as crianças do orfanato. Naquela casa onde o silêncio e a solidão reinava, Elizabeth era como alguém que apenas sobrevivia dia após dia até não ser mais necessária.

Naquela casa onde o silêncio e a solidão reinavam, Elizabeth não passava de uma presença apagada, alguém que apenas sobrevivia dia após dia até não ser mais necessária. Onde aguardava que um dia John viesse a vê-la.

*****

John

John estava revisando os tópicos da reunião que teria em breve quando Anne entrou na sala e colocou sobre a mesa de John um café quente.

— Mais alguma coisa, senhor? - Perguntou polidamente

— Não, obrigado — respondeu, seco, sem desviar os olhos da tela.

Anne saiu da sala rapidamente. Lidar com o chefe estava sendo cada vez mais estressante, não só para ela como para todos do setor da presidência.

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