John
Quando chegou ao hospital, encontrou sua mãe visivelmente abalada, ao lado de Laura e Catherine. Roger estava sentado num canto, com o semblante grave. Outros membros da família também estavam presentes.
— Graças a Deus que você chegou — disse Martha, correndo até o filho.
— Como ele está? — perguntou John, ansioso, acenando brevemente para os demais membros da família.
— Ainda não sabemos. Ele está sendo atendido. - A voz de Martha era de visível preocupação.
— O que aconteceu? - Perguntou John preocupado
Ele desconfiava que o avô não estava bem desde a última vez que o viu e se culpou por não ter ido visitá-lo depois, e agora…
— Quando ele acordou pela manhã, disse que não estava com fome e não se sentia bem… pensei que era alguma indisposição, eu não dei muita importância - Martha estava abalada - mas logo depois…. logo depois ele desmaiou.
John abraçou a mãe para confortá-la, que começou a chorar, algo raro na mulher forte que era.
— Calma, mãe. Não se culpe. O velho Walker é forte, ele vai sair dessa. - A voz de John passava certa confiante.
Não demorou muito o médico entrou na sala de espera reservada. John deu um passo à frente.
— Como ele está, doutor?
A pergunta ressoou pelos demais membros acrescentados de outras perguntas.
O doutor Richard, pai de Adam, era médico da família há muitos anos e cuidava do velho Walker pessoalmente. Ele respirou fundo antes de responder:
— O senhor Oliver sofreu um infarto leve. Conseguimos estabilizá-lo, mas precisará permanecer internado pelos próximos dias para observação devido à idade. Felizmente chegou a tempo… — fez uma pausa, o olhar pesado — Estamos monitorando seus batimentos cardíacos e pressão. Por enquanto, está fora de perigo.
O silêncio caiu sobre o grupo como um manto de chumbo.
Catherine e Laura sentaram-se chorando, enquanto Martha tentava se manter firme de pé
— Podemos vê-lo? — perguntou John.
— Apenas um visitante por vez. Ele está consciente, mas muito cansado — respondeu o médico.
John olhou para a mãe.
— Vá primeiro.
Martha seguiu o médico e foi introduzida ao quarto. Ao ver seu pai visivelmente debilitado ligado a tubos e monitores. Parou antes de se aproximar da cama para se recompor, passou a mão para enxugar as lágrimas e ajeitou a postura para parecer calma. Só então chegou perto da cama e viu seu pai de olhos fechados e chamou com voz suave.
— Pai… papai… - Aguardou.
Oliver abriu os olhos devagar e seus olhos meio opacos tentou sorrir.
— Martha, o que estou fazendo aqui? - a voz de Oliver estava meio embargada devido a medicação.
— Ora, papai o senhor nos deu um susto essa manhã.
— Quero ir para casa. - Disse ele fechando os olhos e depois abrindo novamente.
— Claro, que o senhor vai. Assim que se recuperar.
Oliver fechou os olhos novamente e ficou assim por algum tempo, parecia dormir. Martha permaneceu ao lado acariciando os cabelos brancos do pai.
— Onde está o John? - Perguntou com a voz um pouco mais forte.
— Está lá fora.
Assim que percebeu que ele havia adormecido profundamente, John deixou o quarto e foi para a sala vip tranquilizar o restante da família e outras pessoas que começaram a chegar ao saberem do acontecido.
Pegou o celular e ficou fitando a tela preta antes de ligar para Elizabeth. Seu avô parecia ter realmente se afeiçoar a Elizabeth. Ele não queria que o avô se aproximasse muito por motivos óbvios, mas dessa vez, pelo bem do avô, teria que permitir que ela não só o visitasse, mas se fizesse mais presente se isso ajudaria a recobrar a saúde, não tinha o direito de impedir que ela visitasse ao avô.
Elizabeth
Elizabeth estava no orfanato, ajudando a organizar roupas e brinquedos que haviam arrecadado por meio de uma campanha que ela havia idealizado junto às irmãs que cuidavam do orfanato, quando sentiu o celular vibrar no bolso do avental. Pegou o telefone apressada e, ao ver o nome de John na tela, atendeu imediatamente.
— Alô? - A voz saiu em um misto de surpresa e insegurança.
— Elizabeth… — a voz dele parecia grave, carregada de preocupação — Vovô passou mal. Está no hospital. Ele pediu para vê-la.
Por um segundo, Elizabeth tentava processar o que John acabara de dizer de forma tão rápida e fria. Oliver estava no hospital.
— O quê? Mas… o que aconteceu? — perguntou, tentando conter a preocupação que se espalhava em seu peito.
— Ele desmaiou durante o café da manhã. Mas já está medicado. Ele perguntou por você. - John fez uma pausa. - Você pode vir, ele quer vê-la? - A pergunta soou mais como uma ordem.
— Claro. Estou a caminho. - Elizabeth respondeu sem hesitar.
Desligou rapidamente e avisou a uma das irmãs que precisava sair. Correu até o estacionamento onde James deixava o carro. Ela sempre preferia chegar a pé ao orfanato para não chamar atenção por chegar em um carro de luxo e motorista particular.
Uma vez uma das mulheres do coral da Igreja viu Elizabeth chegando em seu carro e James abrindo a porta para ela. Ao ver a curiosidade da mulher, ela disse que era um conhecido. Se a mulher duvidou, ela não sabe porque não se falou mais sobre o assunto.
James a aguardava pacientemente no carro mexendo no celular quando a viu aproximar-se apressada, imediatamente ele saiu e abriu a porta para a patroa e não pode deixar de perceber as feições preocupa da jovem senhora.
— James, me leve ao hospital, por favor. - A voz denotava a aflição e urgência.
— Sim, senhora. — Ele imediatamente ligou o carro e tomou o caminho do hospital, enquanto Elizabeth mantinha as mãos trêmulas sobre o colo, rezando silenciosamente pela saúde de Oliver.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Amargo Contrato de Casamento
Olá, quero deixar aqui meus sinceros parabéns por essa linda história, eu amei. Que Deus abençoe vc e toda a sua família...
História linda e emocionante como a fé e o amor são capazes de transformar vidas....
Maravilho...