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Amargo Contrato de Casamento romance Capítulo 60

No hospital, a família Walker estava toda reunida numa sala vip, os semblantes sérios e abatidos. Martha estava sentada em silêncio ao lado de Roger, com a expressão tensa e os lábios comprimidos em uma linha fina, não disfarçou o desgosto de vê-la ali.

John, de terno escuro e gravata impecável, andava de um lado para o outro, falando ao telefone, resolvendo algo, provavelmente sobre trabalho.

Quando viu Elizabeth, ele desligou o telefone vendo ela se aproximar devagar, O coração dela batia descompassado.

— O que aconteceu? — perguntou, olhando diretamente para John, assim que ele encerrou a ligação.

Ele a encarou por alguns segundos antes de responder, como se a simples presença dela fosse mais uma imposição do que necessária, mas naquele momento indispensável.

— Ele teve um mal súbito. O médico disse que é o coração, mas já está sob controle. - Informou ele com voz preocupada.

Martha observava a cena, com um olhar difícil de decifrar. Aproximou-se lentamente e disse, em tom frio, mas baixo o suficiente para que apenas Elizabeth e John ouvisse:

— Você não precisava ter vindo. Isso é assunto de família.

John ficou extremamente desconfortável com o comentário da mãe.

— Mãe. Agora não é hora para isso. Foi vovô que pediu a presença dela. - Foi o que ele conseguiu dizer.

Elizabeth ergueu o olhar. Lembrou da margarida murcha e das pétalas sobre o balcão. Ela não permitiriam que a fosse despetalada como aquela flor. Por isso sua voz era tranquila quando falou.

— Sim, senhora Sinclair. Mas tenho grande afeição pelo senhor Oliver e como foi ele que pediu para me ver. Acho que a senhora não se oporia a atender um pedido de seu pai.

John a olhou surpreso e Martha ia retrucar, mas o olhar que John lhe lançou a fez engolir em seco, ela ajeitou o cabelo, tentando recuperar a postura.

John levou Elizabeth até uma cadeira, após ela se acomodar, ele lhe serviu um copo de água que ela pegou e agradeceu.

O telefone de John tocou novamente e ele se afastou para atender deixando Elizabeth sozinha, ela olhou em volta.

A sala vip estava cheia de familiares e amigos dos Walkers, a maioria estava ali por interesse. Marcar presença em um momento como aquele era importante para manter boas ligações com a família tão importante.

A maioria conversava um pouco e após cumprir o papel de visitar e desejos de melhora para o patriarca, não demoravam muito e iam embora.

Elizabeth continuou com o copo na mão entre um gole e outro. A única pessoa que se aproximou dela foi Catherine.

— Oi querida. Que bom vê-la. Você está um pouco pálida? Está tudo bem? - Disse ela sentando ao lado de Elizabeth

— Sim. Acho que foi o choque ao saber sobre o senhor Oliver. - Agradecida por dentro por alguém ter se aproximado dela, ao ver os outros a olhavam com curiosidade.

— Ah. Papai, não sei o que fazer se acontecer algo com ele. - Catherine sempre alegre agora demonstrava uma tristeza genuína.

Elizabeth percebeu que todos os Walker eram muito carinhosos com Oliver, até Martha em seu jeito mais contido.

— Ele vai se recuperar. O Senhor Oliver é muito forte. - Elizabeth lhe lançou um olhar verdadeiramente confiante.

John retornou a sala e viu Elizabeth conversando com Catherine, achou bom pois todos os outros a ignoravam e de certa forma John se sentia culpado por isso, pois mesmo sem saberem do contrato, a maioria já desconfiava que John havia se casado tão rápido apenas para garantir a presidência.

Alguns chegaram a questionar a atitude de John como ambiciosa, mas era comum entre as classes abastadas, era só um negócio, mas ninguém negava que o Grupo Walker cresceu astronomicamente após John assumir a presidência, já que Oliver Walker estava velho e não conseguia acompanhar a evolução do mercado tão rápido.

— Sou eu.

— O senhor Walker quer vê-la.

Elizabeth acompanhou a enfermeira sob olhares surpresos dos demais.

Quando entrou no quarto, viu Oliver deitado, com tubos e fios conectados ao corpo frágil. Seus olhos estavam fechados, mas ao ouvir o som da porta, ele os abriu lentamente.

— Lizzie… — disse e visivelmente sua expressão se alegrando levemente

Ela foi até a beira da cama, Oliver estendeu a mão para que ela segurasse.

— Eu estou aqui, vovô.

Oliver sorriu, cansado, e com esforço apertou levemente sua mão.

— Obrigado… por vir.

— Não me agradeça. É o mínimo que faria pelo senhor. Precisa de algo?

— Não, só fique aqui um pouco.

Elizabeth permaneceu ali, em momentos intercalados de silêncio e conversa amena.

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