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Amargo Contrato de Casamento romance Capítulo 61

John

Ao saírem do consultório, Martha e John passaram pelo quarto de Oliver e através da janela de vidro na porta, viram Elizabeth sentada em uma cadeira ao lado de Oliver que parecia conversar com o pai e o velho Oliver estava com a fisionomia bem melhor.

Martha respirou fundo, sabia que o pai gostava de Elizabeth e ela temia que isso interferisse numa futura separação de John e Elizabeth, mas por enquanto teria que permitir que ela o visitasse com frequência.

— Essa menina insiste em se meter onde não é chamada… — murmurou quase para si mesma.

John ouviu mas não fez nenhum comentário. Ele ficou parado do lado de fora da UTI, olhando através do vidro.. Seus olhos estavam fixos na cena diante dele.

Elizabeth segurava a mão de Oliver com delicadeza, a cabeça baixa, como se estivesse rezando. Em alguns momentos, ela passava a mão pelos cabelos brancos com tanta ternura.

Oliver sorriu levemente e os dois conversaram um pouco. Sem dúvida Oliver gostava de Elizabeth.

Sentiu a mão fria de Martha pousar em seu braço. Ela percebeu como John suavizou o olhar ao ver aquela cena entre Elizabeth e Oliver. Ela o encarou com o olhar duro.

— Não se deixe enganar por essa encenação. — disse ela, a voz baixa e afiada como uma lâmina. — Essa garota sabe muito bem como parecer perfeita.

John franziu a testa, se afastando um pouco.

— Talvez seja você quem está enganada, mãe. — disse olhando para a mãe em tom reprovador. Ele não gostou de ouvir a mãe falar assim de Elizabeth

John se afastou pelo corredor, sentindo que no fundo era isso que John queria. Mas até ele duvidava e as palavras da mãe e a cena de Elizabeth com o avô não lhe saia da mente.

Martha ficou parada, observando o filho se afastar.

*****

Na manhã seguinte, Oliver foi transferido para uma suíte ampla, iluminada pela luz suave que entrava pelas grandes janelas. O silêncio tranquilo do andar VIP era quebrado apenas pelo som ritmado dos monitores cardíacos.

Martha havia passado a noite ao lado do pai. Sentada em uma poltrona de couro, ela ajeitava os cabelos presos em um coque baixo quando ouviu a porta se abrir.

John entrou, de terno escuro e expressão preocupada, mas havia alívio em seus olhos ao ver que o avô parecia dormir tranquilamente.

— Bom dia, mãe. — cumprimentou, encostando a porta atrás de si.

— Bom dia, John. — ela respondeu em tom cansado, mas tranquilo.

— Como ele está? - Perguntou olhando para o avô.

— Ele passou a noite bem. Dormiu quase o tempo todo e não teve nenhuma alteração nos batimentos. O doutor Richard virá daqui a pouco para avaliá-lo novamente.

Ao ouvir a conversa, Oliver abriu os olhos devagar e, quando viu o neto, um sorriso suave surgiu em seus lábios enrugados.

— John… — disse, com a voz rouca, mas visivelmente animado pela visita.

John se aproximou, puxou uma cadeira para mais perto da cama e sentou-se, apoiando os cotovelos nos joelhos, inclinando-se para ele. Oliver parecia mais corado do que no dia anterior.

— Já que você chegou, vou até a cafeteria tomar um café. — disse Martha, levantando-se com certa elegância. — Preciso me recompor um pouco. — Ela passou a mão carinhosamente pelo braço do pai antes de sair do quarto.

Quando ficaram a sós, John olhou para os monitores ligados ao peito de Oliver. Respirou fundo antes de falar:

— Vovô… como está se sentindo?

— Estou ótimo. — respondeu Oliver, esforçando-se para parecer forte. — Chama o Richard aqui pra me tirar desse lugar. Já cansei desse cheiro de hospital.

John riu baixo, balançando a cabeça, esse era o velho Oliver Walker.

— Calma, vovô. O senhor nos deu um susto enorme. Aproveite para descansar um pouco.

— Descansar? — Oliver bufou, impaciente. — É só o que eu faço ultimamente.

Houve um breve silêncio. Oliver então mudou a expressão, seu olhar se tornando sério e profundo. John conhecia bem aquele olhar, era o mesmo que o avô usava quando queria dizer algo importante.

— John… — disse firme, com a voz embargada pelo tempo e pela vida. — Eu já vivi muito. Vi coisas que você nem imagina… E agora, mais do que nunca, gostaria de partir vendo todos felizes.

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