Entrar Via

Amargo Contrato de Casamento romance Capítulo 69

John

Ao chegar em casa, John abriu a porta com uma certa apreensão. Não sabia por que sentia aquilo. Elizabeth estava lá, como sempre. Ela ergueu o rosto ao vê-lo entrar.

— Boa noite, John. — Sua voz soava suave, gentil.

— Boa noite. — Ele respondeu, observando-a.

Seus olhos percorreram Elizabeth dos pés à cabeça, ela usava um vestido novo cinza, sem detalhes, mangas compridas, parecia apagar ainda mais sua presença. Tinha a mesma padronagem das roupas que ele lhe dera.

— Vejo que saiu hoje — disse ele, a voz fria, sem qualquer emoção aparente, escondendo a frustração. — Comprou roupas novas?

Elizabeth abaixou o olhar e assentiu, envergonhada ao sentir que John a olhava de cima para baixo.

— Sim — Disse apenas.

John ficou em silêncio por alguns segundos. Ele se aproximou mais. Seu olhar refletia indiferença, mas por dentro algo pesado lhe corroía o peito. Não era assim que ele esperava encontrá-la.

Queria vê-la com cores suaves ou coloridas, com brilho nos olhos e não apagada.

— Combina com você — disse, em voz baixa, e sim de cruel. Não sabe porque disse aquilo, não era seu pensamento.

Afinal ele a queria assim. Quebrada. Apagada. Esse era o objetivo desde o início, mas enquanto a olhava, tão murcha e sem brilho, percebeu algo que não esperava sentir. Não havia vitória em vê-la daquele jeito. Nenhuma alegria, nenhum prazer. Apenas um peso amargo no peito.

Elizabeth apenas assentiu, desviando o olhar.

Ele estreitou o olhar, o silêncio pesado. Sem dizer mais nada, virou-se.

— Vou jantar em casa. — Anunciou seco, caminhando para o escritório.

Ao entrar, jogou a pasta ao lado da poltrona de couro, sentou-se e afrouxou a gravata, sentindo o peso do dia se somar ao peso que sentia no peito. Pegou o telefone e fez uma ligação.

— Senhor Walker. - Bruce atendeu de imediato.

— Me envie o extrato do cartão da minha esposa agora.

Desligou sem esperar resposta. Em menos de um minuto, recebeu a notificação. Abriu e analisou o valor. Ficou surpreso.

O que ela havia gasto naquele dia era menor do que o preço de um único de seus ternos sob medida.

“Que tipo de estratégia era aquela?”

Encostou-se na poltrona, fitando o teto com expressão sombria. Elizabeth parecia não ter qualquer interesse em chamar sua atenção. Não havia tentativas de sedução, não havia ostentação. Nada. Ela era totalmente incompreensível para ele, que sempre dominava tudo e todos ao seu redor.

E então, como um golpe frio em seu peito, chegou a uma conclusão que lhe trouxe uma tristeza profunda:

“Ela não sente nada por mim. Quer apenas sair desse casamento com uma boa recompensa e encontrar alguém que ame de verdade.”

Mas se foi ele que a afastou? Que criou uma barreira entre os dois? Quanto mais John pensava mais confuso ficava. “Que mulher é essa?”

John na verdade nunca havia tentado conhecer Elizabeth. Sem saber ele tinha medo de descobrir e não ter mais controle sobre si mesmo.

Naquela noite, na companhia de uma garrafa de vinho, ele quase não tocou na comida. John permaneceu na sala de jantar, olhando para a taça de vinho.

Elizabeth pensando que ela já havia terminado, veio recolher os pratos e ficou surpresa ao vê-lo ali e a comida quase intocada e o olhar distante.

— John… está tudo bem? — perguntou, num tom suave, mas cauteloso.

Ele ergueu os olhos lentamente, como se fosse difícil trazê-los de volta à realidade. Fitou-a por alguns segundos, analisando cada detalhe de seu rosto. Queria dizer algo, mas não encontrou palavras.

— Fiz algo errado, a comida não estava do seu agrado? - Perguntou aflita.

— Não é isso… — respondeu, a voz grave e contida. — Apenas um dia difícil.

Ela assentiu, mas não saiu. Hesitou, apertou as mãos e perguntou:

— Ok. — Respondeu de forma seca.

Desligou o telefone e soltou um longo suspiro. Passaria em casa apenas para tomar um banho rápido e trocar de roupa.

Ao entrar na mansão, viu Elizabeth parada na sala, como se o esperasse.

— Boa noite, John. — disse ela, tentando manter a voz firme.

Ele apenas acenou com a cabeça, sem emoção, já ia em direção à escada.

— Não vou jantar em casa hoje.

Subiu as escadas sem dizer mais nada, deixando Elizabeth sozinha, com o peito apertado e o olhar perdido. Ela ficou ali por alguns minutos, depois voltou para a cozinha.

No horário marcado, John chegou ao restaurante. Pamela já o esperava em uma mesa reservada, sorrindo com satisfação ao vê-lo. Mas quando John percebeu que ela estava sozinha, não escondeu o incômodo.

— Onde está o Ethan? — perguntou sem ao menos lhe dar boa noite, puxando a cadeira de forma impaciente.

Pamela ergueu os olhos para ele com um sorriso provocativo.

— Ele vai se atrasar um pouco… — disse, passando os dedos pelos cabelos ondulados com falsa naturalidade. — Houve um pequeno imprevisto que ele precisa resolver.

Na verdade, Pamela havia combinado com o irmão para chegar mais tarde. Ela queria aqueles minutos a sós com John antes que Ethan aparecesse.

John suspirou e sentou-se, ajeitando a gravata. Um garçom se aproximou com o cardápio e ele pediu um vinho tinto sem demora.

— Você parece tenso hoje, John. — disse Pamela, inclinando-se sobre a mesa. — Devia relaxar… estamos comemorando. Não acha?

Ele não respondeu, apenas observou o restaurante ao redor, desejando que Ethan chegasse logo para que aquela noite terminasse.

O que John não percebeu era que, a algumas mesas de distância, alguém os observava discretamente, tirando fotos dele e Pamela juntos. Não demorou muito Elizabeth recebeu uma notificação no direct de seu I*******m com uma foto anexada.

Histórico de leitura

No history.

Comentários

Os comentários dos leitores sobre o romance: Amargo Contrato de Casamento