Elizabeth
Elizabeth sentiu o chão sumir sob seus pés ao abrir aquela mensagem. A foto mostrava John sentado à mesa com Pamela, que sorria para ele com evidente intimidade. Não havia texto, apenas a imagem que falava por si.
Ela não sabia quem havia enviado. Pouco importava. Seu coração doía tanto que parecia não caber mais no peito. As lágrimas, que ela tanto tentava conter, vieram sem controle, rolando quentes por seu rosto.
Naquela noite, Elizabeth não quis esperar acordada pela volta de John. Não queria continuar sofrendo por um amor que, cada vez mais, parecia não lhe pertencer. Mas, mesmo se encolhendo na cama e abraçando seu travesseiro, o sono não veio. Então, fechou os olhos, respirou fundo e, com a voz embargada pelas lágrimas, entregou sua dor em oração:
— Deus… — sussurrou, com os lábios tremendo — me dá forças para suportar o que eu não posso mudar… e paz para aceitar o que o Senhor permitir.
*****
John
John permaneceu em silêncio enquanto Pamela falava sobre trivialidades, tentando a todo momento puxá-lo para conversas que ele não tinha interesse em manter. Ele consultava o relógio com frequência, impaciente, os olhos fixos no mostrador como se contasse cada segundo daquele jantar entediante.
Finalmente, quase quarenta minutos depois, Ethan chegou, sorridente, cumprimentando-os com entusiasmo.
— Desculpem o atraso. — disse, estendendo a mão para John. — Problemas com o fornecedor do Japão, mas consegui resolver tudo a tempo.
John apertou-lhe a mão com firmeza, assentindo brevemente antes de se sentar novamente ao lado da irmã.
— Sem problemas. — respondeu, a voz neutra, sem qualquer traço de cordialidade. — Mas vamos direto ao ponto. Imagino que este jantar não seja apenas para comemorar.
Ethan riu baixo, chamando o garçom com um aceno antes de responder:
— Gosto dessa sua objetividade, John. — disse, abrindo um sorriso largo. — Mas, acredite, hoje é só para celebrarmos. Nossa parceria está indo melhor do que prevíamos. Devemos brindar a isso.
John ergueu a taça de vinho sem entusiasmo. Ethan o acompanhou imediatamente, enquanto Pamela os observava com um sorriso satisfeito.
— Ao sucesso do Grupo Walker e do Grupo White. — disse ela, a voz suave, embora seu olhar tivesse algo de calculista.
— Ao sucesso. — repetiu John, levando a taça aos lábios e bebendo tudo de uma vez.
Enquanto jantavam, era impossível não falar de negócios, Ethan falava animado sobre as próximas etapas do projeto. Pamela tentava acompanhar a conversa, fingindo interesse e entendimento, mas logo voltava suas atenções a John, pousando a mão sobre a dele em um gesto insinuante. Ele a retirou discretamente, sem criar alarde. Ethan não pareceu notar ou preferiu ignorar.
Quando estavam terminaram, Ethan sugeriu:
— Que tal irmos a um bar novo aqui perto?
John pegou o guardanapo, limpou os lábios com calma e respondeu, levantando-se:
— Melhor deixar para outro dia. Tenho uma reunião cedo amanhã.
— Sempre tão responsável… — comentou Pamela, levantando-se também enquanto ajeitava o vestido justo, suas unhas deslizando de leve pelo braço dele. — Mas você devia relaxar mais… Tenho certeza de que sua esposa não se importaria que esticasse a noite.
Ele a fitou com frieza, a mandíbula contraída.
— Talvez. Mas não hoje. Estou cansado e essa reunião é importante. Aproveitem vocês a noite.
— Vamos seguir seu conselho. — disse Ethan, sorrindo. — Estarei por aqui mais alguns dias antes de voltar para Singapura. Se precisar de algo, sabe onde me encontrar.
— Acredito que agora nossas equipes podem cuidar do restante do projeto. — John falou, deixando claro que não pretendia se reunir novamente com eles tão cedo. Apesar disso, admirava Ethan; era um dos poucos homens de negócios que respeitava.
— Abaixe-se, senhora! — ordenou ele com urgência.
Elizabeth se jogou no assoalho do carro sem hesitar, o coração disparado.
James sacou a arma, os olhos varrendo a cena. Estavam cercados. Dois homens saíram do carro da frente. Outros dois desceram do de trás. Todos encapuzados e armados com fuzis.
— Entregue a mulher e ninguém se machuca! — gritou um deles.
— James, o que está acontecendo?! — sussurrou Elizabeth, trêmula.
— Acho que é um sequestro, senhora. Fique abaixada. - Disse James
— O que vai fazer? - A voz estava trêmula e o pavor começou a se espalhar pelo peito, o coração disparado.
— Meu trabalho. Protegê-la! - Disse ele voz firme e decida
O homem repetiu a ordem.
— Não vou falar novamente. Entregue a mulher agora ou vamos atirar.
Os quatros apontaram as armas em direção ao carro, precisamente na direção de James.
Seguiu um silêncio tenso. James olhava em volta, as ruas estavam desertas. Havia câmeras de seguranças, em breve alguém notaria a movimentação incomum naquela hora da manhã e chamaria a polícia. Aqueles homens deveriam achar que ele era apenas um motorista e que seria fácil levar a senhora. Se fizesse barulho os alarmes seriam acionados.
Ele tinha uma boa chance se conseguisse chamar a atenção. Eram quatro contra um e esse um não era só um motorista.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Amargo Contrato de Casamento
Olá, quero deixar aqui meus sinceros parabéns por essa linda história, eu amei. Que Deus abençoe vc e toda a sua família...
História linda e emocionante como a fé e o amor são capazes de transformar vidas....
Maravilho...