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Amargo Contrato de Casamento romance Capítulo 72

John

No escritório, John estava concentrado em um projeto de expansão de uma de suas empresas. O toque do celular o interrompeu. Ele olhou o visor e franziu o cenho.

Elizabeth.

Ela raramente ligava. Limitavam-se a trocas de mensagens curtas. Atendeu de imediato, no primeiro toque, mas sua voz saiu fria como aço:

— O que você quer?

— John? — A voz do outro lado soou embargada, trêmula. — Eu... o James... James foi ferido para me proteger.

A frieza de John se dissipou num instante, substituída por uma preocupação intensa que tomou conta de sua expressão.

— O que aconteceu? — perguntou, sentindo uma fisgada no peito que há muito não sentia.

— Acho... acho que tentaram me sequestrar… — a voz de Elizabeth tremia, carregada de medo.

— O quê?! — Ele se levantou de um salto, a cadeira arrastando-se para trás. — Como você está?

— Estou… bem… graças a Deus e ao James…

John notou que Elizabeth falava com dificuldade, como se cada palavra fosse um esforço. Era nítido que ela estava abalada e com medo.

— Onde você está agora? — perguntou, já pegando o paletó no encosto da cadeira.

— No... no hospital.

— Estou indo para aí agora. Espere por mim.

Desligou sem esperar resposta e saiu com passos urgentes, quase atropelando Anne, sua secretária, que estava parada à porta.

— Anne, peça para o motorista preparar o carro, agora. — Sua voz não admitia questionamentos.

Sem entender o que estava acontecendo, mas sentindo a gravidade em seu tom, Anne pegou o telefone imediatamente e ligou para Spencer, o motorista de John. Enquanto aguardava o elevador, John fez outra ligação.

Bruce estava em seu escritório, revisando as últimas demandas que John havia lhe incubido, ao ver no telefone que era o chefe atendeu imediatamente. Antes dele falar qualquer palavra, ele ouviu a voz de John tensa do outro lado da linha.

— Bruce. Me encontre no carro. Agora.

Bruce,levantou-se no mesmo instante. O tom do chefe não deixava espaço para dúvidas: algo sério havia ocorrido.

Mais uma ligação de John. Desta vez para uma pessoa que só entrava em contato por algum motivo que demandava seus serviços especializados.

Assim como Bruce, o homem atendeu de imediato.

— Senhor? - Disse apenas a voz na linha.

— Carlson. Descubra tudo sobre uma tentativa de sequestro hoje envolvendo minha esposa. Nada pode vazar para a imprensa. Entendeu?

— Sim, senhor — respondeu Carlson com firmeza

O homem, Carlson, em sua sala toda de vidro de onde podia ver toda a sua equipe trabalhando, desligou o telefone e levantou-se imediatamente, ele era chefe da segurança e do setor de inteligência de John. Sem perder tempo, saiu da sala para cumprir as ordens do chefe.

John atravessou o saguão com passos largos e firmes. Funcionários se viravam para observá-lo, sentindo o clima pesado que emanava de sua presença. Bruce chegou quase correndo, entrando no carro ao mesmo tempo que o chefe.

— Senhor, aconteceu alguma coisa? — perguntou, sem fôlego.

— Tentaram sequestrar minha esposa — disse John, a voz embargada pela preocupação.

Bruce arregalou os olhos, surpreso. Quem ousaria tal atitude contra John Walker? Com certeza não sabiam com quem estava lidando.

— Quando? Ela está bem?

— Foi hoje cedo. James conseguiu impedir, mas está ferido. Já pedi para Carlson investigar.

— Conseguiu alguma coisa?

— Sim, senhor, já tenho as informações. A tentativa de sequestro falhou graças ao guarda-costas. Ele neutralizou os quatro sequestradores. Estão hospitalizados ou presos.

— Ótimo. Descubra quem está por trás disso. Use todos os meios necessários.

— Agora mesmo, senhor.

— Quero nomes, imagens de segurança, vídeos, registros… e principalmente o mandante. Quero o nome do mandante e quero fazer que ele se arrependa de ter ousado tocar em alguém próximo a mim.... E cuide para que não chegue à imprensa.

— Entendido, senhor.

John desligou e guardou o celular no bolso do paletó.

— Não se preocupe. Ninguém tentará algo assim novamente — disse, sem olhar para ela.

Elizabeth permaneceu em silêncio. Suas palavras pareciam mais uma sentença do que um consolo. O tom sombrio mostrava quem ele era: um homem que não perdoava.

Ela sabia que John havia construído seu império com mãos firmes, decisões implacáveis e frieza. E isso tinha um preço: colecionava inimigos.

“Que tipo de homem é John?” Elizabeth pensou.

Ela olhou para ele de soslaio, lembrando-se do passado. Quando o conheceu, John era sorridente, gentil, seu olhar era alegre e cheio de vida. Agora, parecia um completo estranho, frio, distante e indiferente… mas ainda assim, era o homem que ela amava.

Ao chegarem à mansão, John a acompanhou até a sala. Parou diante dela, fitando-a por um instante. Seu olhar, antes duro, suavizou-se.

— Descanse… e tente esquecer o que aconteceu — disse, num tom mais brando. — Eu vou resolver isso.

E saiu, deixando-a sozinha. Elizabeth sentou-se no sofá e, assim que ouviu o som da porta se fechar, deixou as lágrimas caírem livremente. O silêncio ao seu redor parecia mais pesado do que nunca porque estava sozinha novamente.

Sentia-se abandonada, sem uma palavra de conforto… sem um abraço… alguém sem importância que apenas estava ali.

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