Os olhos de Pamela brilharam de satisfação. “Bingo”, Ele não lembra que hoje é o aniversário de casamento dele.
Ela levou a taça de champanhe aos lábios, saboreando o momento antes de responder com um sorriso divertido.
— Nada… foi apenas um pensamento. Você sempre tão ocupado, cheio de compromissos. Mas fico feliz que esteja aqui… e não em outro lugar.
John franziu o cenho sem entender.
Pamela ergueu a taça de champanhe, girando o líquido lentamente enquanto observava o grupo à sua frente.
— Então, Marcus, ouvi dizer que está expandindo sua empresa para o ramo de inteligência artificial. — comentou, com um sorriso elegante.
— Sim, estamos investindo pesado nisso. — respondeu Marcus, orgulhoso. — Inclusive, John está nos assessorando em algumas negociações com parceiros internacionais e está noite é ideal para isso.
— Ah, é claro. — disse Pamela, voltando o olhar para John. — Ele sempre tão indispensável para todos, não é mesmo?
John permaneceu em silêncio, apenas bebendo mais um gole de seu whisky sem demonstrar qualquer interesse pelo comentário. Daniel, que até então parecia entediado, decidiu provocar.
— E você, Pamela? Vai ficar no país dessa vez ou logo vai sumir para a Europa de novo?
Ela riu suavemente, como se aquilo fosse apenas uma brincadeira.
— Dessa vez pretendo ficar… — respondeu, lançando um olhar sugestivo para John. — Estamos desenvolvendo um novo projeto entre outros assuntos que merecem minha atenção aqui.
Marcus trocou um olhar rápido com Daniel, percebendo a intenção clara por trás das palavras dela. Felizmente as namoradas dos dois chegaram, ambas sorrindo ao ver Pamela.
— Pamela, você está maravilhosa hoje! — disse Marion, a namorada de Marcus, admirando o vestido preto dela.
— Está perfeita. — elogiou Sofia, a namorada de Daniel. — Sempre tão elegante.
— Obrigada, queridas. — disse Pamela, voltando a atenção para Marion e Sofia com um sorriso elegante. — Vocês também estão deslumbrantes esta noite.
Enquanto John, Daniel e Marcus conversavam sobre negócios, as mulheres falavam sobre roupas, joias e viagens recentes. Pamela, embora sorrisse e interagisse, mantinha os ouvidos atentos à conversa de John.
Quando ele comentou sobre minerais raros vindos da África, ela inclinou-se discretamente em sua direção.
— O senhor Van Duuren, da África do Sul, está aqui hoje. — disse ela, baixando a voz num tom confidencial. — Soube que ele pretende vender parte de sua mineradora. Imagino que seja interessante para você, certo?
John ergueu os olhos, fitando-a por um segundo. Sua expressão permaneceu fria, mas um leve brilho de surpresa surgiu em seu olhar.
— Sempre bem-informada. — disse ele, a voz sem emoção.
Ela sorriu suavemente, pegando sua taça de espumante que um garçom lhe ofereceu.
— Aprendi a observar… — respondeu, dando um pequeno gole antes de encará-lo novamente. — E a ouvir. Dois segredos para o sucesso, John.
Ele respirou fundo, olhando em volta. O salão estava cheio, e muitos convidados já se acomodavam em suas mesas enquanto garçons serviam entradas finas. Pamela, então, tocou levemente o braço dele.
— Você vai falar com ele? — perguntou, seus olhos fixos nos dele.
— No momento oportuno. — respondeu John, seco, antes de se afastar.
John separou-se dos amigos e foi cumprimentar outros empresários, até chegar à mesa de Van Duuren. Era a mesa de honra da noite, próxima ao palco, onde estavam sentados Brandon White, Ethan, dois investidores de Dubai e Van Duuren. John cumprimentou com cordialidade e trocou algumas palavras com Brandon e Ethan, para sua não surpresa, o lugar dele estava reservado entre Pamela e Van Duuren.
Durante o jantar, Pamela manteve sua postura profissional, apresentando-o aos investidores e destacando pontos estratégicos do projeto imobiliário. Brandon White, observando a filha, manteve um olhar orgulhoso, embora ainda crítico.
— Boa noite, senhorita White. — disse ele, baixo, num tom cortante que a fez estremecer.
Sem esperar resposta, ele se virou e saiu do salão, deixando Pamela ali, parada, com o sorriso congelado no rosto e o peito tomado por uma raiva silenciosa. Observou-o caminhar pelo tapete vermelho entre as pessoas que ao ver seu semblante sério, abriam espaço para ele passar.
*****
Elizabeth
Naquela noite, em que deveriam celebrar dois anos de união, John estava não estava ao lado dela, e sim em um elegante jantar badalado da alta sociedade.
No silêncio do quarto, Elizabeth via tudo. Pamela sorrindo deslumbrante ao lado de John, ela segurando uma taça de champanhe, parecendo absolutamente confiante e radiante, como se ela fosse a senhora Walker.
As mídias voltadas para o ramo empresarial destacavam a importância do evento e a presença de vários empresários de peso de várias partes do mundo.
Viu os comentários sobre como Pamela White como ela estava “mais linda e poderosa do que nunca” e sobre o “quanto era bom vê-la de volta ao país.”
Ela tentou segurar as lágrimas, mas não conseguiu. Colocou o celular sobre o criado-mudo e cobriu o rosto com as mãos, sentindo a respiração falhar. Era como se cada foto fosse uma punhalada em seu coração já cansado de sofrer.
“Provavelmente ela que irá ocupar o quarto de John quando eu for embora” pensou. O espaço vazio do closet será preenchido com roupas de luxo, sapatos, bolsas e jóias caras, tudo comprado por John para ela.
Mas ela não queria nada disso… Ela queria só o amor dele… será que era pedir muito?
Elizabeth deitou em sua pequena cama, abraçou as pernas.
— Deus… me ajuda a suportar mais um ano... Só mais um ano. — pediu em oração silenciosa, enquanto sentia as lágrimas escorrerem, quentes, pelo rosto.
Naquela noite, passou as horas acordadas, olhando para o vazio, até perceber que já passava de meia-noite quando John finalmente retornou para casa. E mais uma vez, estava sozinha.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Amargo Contrato de Casamento
Olá, quero deixar aqui meus sinceros parabéns por essa linda história, eu amei. Que Deus abençoe vc e toda a sua família...
História linda e emocionante como a fé e o amor são capazes de transformar vidas....
Maravilho...