A partir de então, John e Pamela passaram a ser vistos com frequência em eventos sociais. Fotos deles em eventos de caridade, jantares políticos, premiações. Era Pamela que aparecia ao lado de John, sempre sorrindo, como se ocupasse um lugar legítimo.
As especulações na mídia não tardaram a surgir:
John Walker é casado?
Uma fotografia com um close em sua mão esquerda revelou uma aliança grossa e dourada.
“Se é casado, onde está a Senhora Walker? “
“Por que ela nunca foi vista em público?”
“Sua esposa teria alguma doença que a impedia de aparecer em público?”
“Estaria tendo um caso com a ex-namorada?”
Ninguém sabia da existência de Elizabeth.
Elizabeth, por sua vez, compreendia agora por que John nunca a levava para acompanhá-lo a lugar algum. Era simples: ele não a via como sua verdadeira esposa. O casamento entre eles jamais foi real e, quando chegasse o momento da separação, tudo seria mais fácil dessa forma. Finalmente, ela entendia o motivo de terem se casado sem alarde em uma cerimônia simples onde nem o nome da noiva foi mencionado... como se quisesse apagar, desde o início, qualquer vestígio daquela união.
Por isso, continuava vivendo no anonimato de um casamento sem rosto. Seus dias eram preenchidos com atividades voluntárias, como missas e flores novas no jardim. Os exercícios extenuantes na academia e as partidas de tênis com seu instrutor.
Aos poucos Elizabeth, foi murchando, não havia brilho nos olhos, não havia sorriso nos lábios. Ele a proibiu, era como se ela estivesse desaparecendo aos poucos, tornando-se apenas uma sombra dentro daquela casa luxuosa. Alguém que limpava, arrumava, cozinhava… alguém invisível, estava ali, mas ninguém dava importância.
Mas havia algo em Elizabeth que resistia. Não era orgulho. Não era teimosia. Era amor.
O amor puro e verdadeiro que continua mesmo sem recompensa, que sofre calado, que reza pela felicidade do outro, mesmo que o outro esteja sorrindo em outros braços.
Há muito, Elizabeth já não esperava mais por ele à porta. A esperança de que John um dia viesse a amá-la começava a se dissolver. Mas ela seguia firme. Silenciosa, esperava. Silenciosa, rezava no refúgio solitário de seu pequeno quarto.
John tornava-se cada vez mais ausente. Suas viagens eram frequentes e cada vez mais longas; e quando estava na cidade, seu tempo era tomado por reuniões, jantares e compromissos sociais.
Em uma viagem de negócios, John ficou seis meses fora em um país na África. Durante esse período nenhum contato. Nenhum telefonema, nenhuma mensagem.
Quando ele retornou, era como um estranho.
Elizabeth quando viu o carro com o motorista chegar, ela não correu para esperá-lo na porta, ficou parada no meio da sala, esperando. Foi o que ela sempre fez… esperou.
Quando John entrou por segundo ou minutos, os dois ficaram apenas olhando um para o outro. Sem palavras, sem gestos, sem aproximação. Havia uma barreira que parecia intransponível, uma barreira de orgulho e outra de incertezas.
Elizabeth conhecia a fama de John, sabia que era chamado de o “homem de gelo”. Frio, inflexível e por vezes cruel e vingativo. Mas ela lembrava de um outro John: gentil, alegre, espontâneo e com o sorriso mais charmoso que já vira. Que a fazia enrubescer de vergonha quando a olhava. O que aconteceu com aquele John? Ou ele nunca existiu?
A sombra do fim do contrato começou a pairar sobre ela. Elizabeth recordava-se das palavras crueis de John, ditas com frieza:
“Em três anos, quero você fora desta casa.”
Não. Ela não suportaria ser expulsa. Não suportaria dizer adeus.
Mas o que poderia fazer?
Voltar para a casa do pai e aceitar a indenização?
Isso apenas confirmaria o que John sempre pensou dela: que era uma interesseira, que só casou com ele por dinheiro.
Mas ela nunca quis nada dele… nada.. além de amor. Pouco lhe importava aquela mansão, que ele fosse um dos homens mais poderosos e ricos do país… suas casas… seu avião… suas propriedades… nada disso era mais valioso que amar e ser amada.
Durante esses três anos Elizabeth ainda sonhava, ainda acreditava… mas o tempo estava se esgotando e uma angústia começou a invadir seu coração que nem mesmo suas orações conseguiam suprir. Ela precisava tomar uma decisão antes do contrato chegar ao fim.
O tempo de orações, súplicas e espera acabaram agora era hora de agir…

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Amargo Contrato de Casamento
Olá, quero deixar aqui meus sinceros parabéns por essa linda história, eu amei. Que Deus abençoe vc e toda a sua família...
História linda e emocionante como a fé e o amor são capazes de transformar vidas....
Maravilho...