Caminho Traçado - Uma babá na fazenda romance Capítulo 11

Com aquele clima pesado na cozinha, eu não sabia o que fazer.

— Falta só o pernil terminar de assar senhor.

— Ande depressa, que estou morrendo de fome, sabe que gosto das coisas no horário certo.

Após falar com a mulher se dirigiu o olhar para mim.

— O menino já está melhor? — Perguntou sem um pingo de expressão no rosto.

Eu não acreditava, que aquele homem soube que o filho passou mal, não se preocupou em nenhum momento, saiu de casa cedo e faria essa pergunta sem nenhum sinal de preocupação no rosto.

— Sim, senhor, o seu filho está melhor. — Enfatizei o nome filho, para ver se o comovia um pouco.

Ele me encarou por alguns segundos, esperando talvez que eu falasse mais alguma coisa, mas simplesmente virei as costas e saí com o Noah.

Fui passear no jardim, estava um dia lindo, andei perto das árvores, já era quase meio-dia, e o sol estava muito quente, mas as grandes árvores davam uma enorme sombra.

Noah estava acordadinho, seus olhinhos estavam abertos, coisa que era rara de se ver, eles eram verdes iguais ao de Oliver. Pensei em como ele era lindo. Estou falando do bebê é claro!

Peguei meu celular e tirei uma foto de seu rostinho, como ele estava no sling parecia estar bem à vontade, tiramos até uma selfie, e acredite, ele sorriu bem na hora, acho que por está corpo a corpo e ouvindo as batidas de meu coração, talvez ele se sentisse seguro, a foto ficou tão linda, que coloquei até no papel de parede do celular.

O clima pacífico durou por alguns minutos, até ver Oliver atrás de nós, parado, observando o que eu fazia com o Noah, sua cara como sempre estava fechada, acho que não gostou de vê que tirei foto com o filho.

— Vou apagar senhor! — Já fui falando, antes que ele soltasse os cachorros em cima de mim.

— Não ligo para as fotos que você está tirando. — Respondeu alto e de bom-tom. — Só quero saber de uma coisa. Por que disse ao Saulo, que mesmo se eu a aceitasse até a maior idade, não poderia registrar sua carteira de trabalho futuramente?

Oh meu pai! Eu estava tão emotiva a noite que acabei falando o que não deveria, e o pior é que esqueci que Saulo era amigo do Oliver, era certeza que ele falaria da nossa conversa com o sem coração.

— Para quê quer saber? Já me mandou embora mesmo. — Tentei desviar o foco da conversa.

Não adiantaria me justificar, já que iria embora dali logo após o Noah ficar bem.

— Mandei e você não foi! Do que está fugindo mesmo em garota? Que até aceitou a ideia de ficar aqui sem ganhar um centavo, inventando até uma história que amava ao garoto!

Esse sem coração não acreditou que eu me preocupei e me apeguei ao bebê, que me parte o coração saber que se for embora, o Noah irá voltar a sofrer, e seja lá quem for que cuide dele, nunca cuide igual a mim.

— Se eu for, quem vai cuidar dele?

— Isso não é problema seu.

— É problema meu sim! — Gritei. Sabia que aquele sem alma não me deixaria ficar, então resolvi soltar os cachorros mesmo. — Acha que esqueci como o Noah estava quando cheguei aqui? Ele ia morrer, coitadinho! Ninguém cuidava dele, NINGUÉM! — Comecei a chorar. Nunca fui boa em expressar meus sentimentos sem cair lágrimas dos olhos, odiava isso, pois fazia me sentir fraca diante dos outros, mas continuei falando firme. — Eu cuidei dele; o alimentei; dei banho e o ninei até dormir, e faço isso até hoje, e você? E você faz o quê mesmo por ele, senhor Oliver? Você nem chega perto do menino, o Noah não sabe o que é o calor de um pai ou de uma mãe.

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