Assustei-me com o diabo.
Ele aparecia do nada, como se teletransportasse usando sapatinhos de algodão, pois não conseguia ouvir seus passos quando chegava.
— Aurora, levanta daí, está chorando pelo quê agora?
— Nada, senhor, eu só estava distraída.
Me olhava como se esperasse alguma brecha para dizer algo.
— É pelo homem da ponte, não é? — Insinuou.
— Claro que não, nem o conhecia! — Neguei imediatamente.
— Ah, que pena, pois já descobriram a identidade dele, sabia? — Lamentou. — Mas, como você não se interessa no assunto, deixa para lá. — Blefou.
Virou-se de costas para sair, mas minha curiosidade foi maior. Queria saber quem era o homem e o porquê dele ter feito tal ato e parecia que Oliver sabia disso e queria usar contra mim.
— Espera, quem era ele? — Perguntei, me sentindo vencida por suas provocações.
Oliver virou-se para mim outra vez, sorrindo como se tivesse ganhado a batalha.
— O nome dele era Antônio Vargas Viana, tinha 49 anos, estava fugindo da polícia, após a irmã pegá-lo no flagra tentando abusar sexualmente da sobrinha.
Minha cara de pavor não se escondia de ninguém. Então aquele homem era um estuprador?
Meu Deus, eu podia ter sido vítima dele também, que perigo que corri e ainda tentei salvar a vida dele. Não acreditava no que acabava de ouvir, não, não podia ser!
Após meu estado de choque passar, coloquei Noah novamente no carrinho com muito cuidado. Minhas mãos tremiam e Oliver analisava todos os meus movimentos.
— Obrigada pela informação, eu vou entrar agora, bom dia!
Empurrei o carrinho em direção à casa, tudo ao meu redor rodava, tentava me manter firme, mas depois de uns dez passos, vi tudo escurecer e senti meu corpo cair no chão.
[…]
Acordei, estava deitada em minha cama, me lembrei de estar no jardim e que empurrava o carrinho com o Noah. Depressa me assustei.
— Cadê o Noah?
Logo vi Oliver vindo em minha direção, não percebi que ele também estava no quarto.
— Ei, garota, relaxa! O Noah está na cozinha com a Denise.
— O que aconteceu?
— Você desmaiou.
Não acreditava. Como pude chegar ao ponto de desmaiar?
— O Noah está bem?
Oliver me encarou por alguns milésimos de segundo.
— Você desmaia, b**e a cabeça no chão e quando acorda, em vez de se preocupar com você, quer saber é do menino?
— Só me fala se ele está bem, me lembro de segurar firme no carrinho antes de tudo escurecer, quando eu caí o Noah se machucou?
— Não, ele está lá na cozinha, maravilhosamente bem, Denise se propôs a ficar com ele para você descansar.
— Já estou bem, acho que minha pressão baixou um pouco.
— Você tem algum problema de saúde? — Preocupou-se.
— Eu… — Fiquei sem palavras com aquela abordagem, sua boca estava tão próxima ao meu ouvido. — Eu não estava.
— Ei vocês dois no escurinho aí, o que está rolando mesmo?
A voz de Saulo zombando tomou conta da sala e eu saí de perto de Oliver o mais depressa possível.
— Como ele se comportou, Denise? Ele chorou muito? — Denise viu meu desconforto, por conta da insinuação de Saulo.
— Ele foi um rapazinho muito comportado, Aurora. Chorou só quando sentiu a sua falta.
— Obrigada por cuidar dele, já vou levá-lo para dar um banho e colocá-lo para dormir, boa noite a todos. — Disse descomposta.
Peguei o bebê dos braços de Saulo, sem nem pedir permissão, e saí em direção ao quarto. Saulo era um sem noção e Oliver um sem respeito.
Como ousou chegar assim por trás sem dizer uma palavra? E ainda se aproxima com a boca tão perto da minha orelha, que absurdo!
Entrei no quarto e fiquei tão nervosa que minha cabeça começou a doer de novo. Que povo desrespeitoso! Como Saulo insinuou uma coisa daquelas?
Imbecil!
— Idiota, idiota! — Repetia toda vez que me lembrava de sua insinuação.
Após o banho de Noah, dei sua mamadeira e o ninei. Após meia hora, ele dormiu.
Peguei meu celular e o liguei. Desde o dia em que Sandro me ligou, o deixei desligado, jogando o chip fora. Tentei entrar apenas na internet, mas não sabia a senha do wi-fi da casa. Se não tivesse tão amontoado lá na sala, iria ver com Denise se ela poderia me arrumar a senha.
Como meu celular não tinha internet nem chip, li um e-book que estava salvo na minha biblioteca, depois de umas duas horas dormi.
Tive um pesadelo muito perturbado. Sonhei estar andando na estrada que vinha para a fazenda e encontrei o homem na ponte. Ele veio para cima de mim, quando de repente um raio caiu e o iluminou, revelando seu rosto. Era Sandro, todo deformado.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Caminho Traçado - Uma babá na fazenda
Os capítulos 73. 74 estão faltando ai ñ da para compreender e ficamos perdidas...
Alguém tem esse livro em PDF ?...
Do capítulo 70 em diante não se entende mais nada, pulou a história lá pra frente… um fiasco de edição!!!...
A partir do capítulo 10, vira uma bagunça, duplicaram a numeração dos capítulos, para entender é preciso ler apenas os lançados em outubro de 2023, capítulo 37 está faltando, a rolagem automática não funciona, então fica bem difícil a leitura! Uma revisão antes de publicar não faria mal viu!!!...
Nossa tudo em pe nem cabeça, tufo misturado, não acaba estórias e mistura com outro, meu Deus...
Lindo demais...