Caminho Traçado - Uma babá na fazenda romance Capítulo 53

Após acordar e dar um banho bem gostoso no Noah, desci para a cozinha, para comer algo, pois estava morrendo de fome, encontrei Denise e dona Lúcia na cozinha.

— Bom dia. Ué, vocês não estavam de folga?

— Bom dia, mudanças de planos, amiga, o senhor Oliver vai receber visitas.

— Ah!

Após tomar meu café, e passear com Noah que dormia no carrinho, fui para a lavanderia lavar suas roupinhas, havia algumas roupas de cama fora do cesto, resolvi arrumar, encontrei uma camisa de Oliver caída ao chão, coloquei dentro do cesto, mas antes, notei haver uma mancha na camisa, percebi a marca de batom, logo algumas borboletas voaram no meu estômago, não sei o que era aquilo, mas me senti mal, joguei a roupa no cesto e voltei a meus afazeres.

Após passar as roupinhas de Noah, ia subindo para o quarto e notei haver algumas pessoas na sala, tentei passar o mais discreta possível, mas ouvi a voz de Oliver me chamando.

— Aurora, por favor, traga o Noah até aqui.

Entrei na sala com o carrinho, Noah ainda estava dormindo, e vi um senhor muito bem-vestido e uma moça com ele, que era muito bonita.

— Esta é a Aurora, ela é a babá do meu filho Noah.

— Muito prazer.

Estendi a mão para o homem que sorriu gentil, e para a moça, que me olhou dos pés a cabeça, apenas acenou, não estendendo a mão para mim, o que me deixou um pouco constrangida.

Após eles olharem Noah, pedi licença e saí da sala, entrei no quarto com o coração na mão, estava triste, não sabia o porquê, mas me senti muito rejeitada, como é possível que ainda existam pessoas que se achem melhor que as outras?

Passei o resto do dia no quarto, quando foi mais a tardinha, Denise entrou.

— Ei, o que aconteceu, que você não desceu para o almoço?

— Não estou com fome.

— Pelo amor de Deus, não começa de novo não, se não você vai parar no hospital.

— Não é para tanto Denise, só estou sem vontade de comer agora.

— Por que tenho a impressão de que você está diferente?

— Impressão sua, eu estou bem, só estou com um pouco de sono.

— Ah... Você sabe quem é esse pessoal que veio almoçar aqui hoje?

— Não sei não, quem são?

— É um dos patrocinadores mais importantes da feira, e a moça era a filha dele, arrogante que só!

— Você também notou? — Pensei que só eu tinha percebido a aura de altivez em cima do nariz da mulher.

— Uh, até um cego sente de longe a marra dessa patricinha, e você não sabe da maior.

— O quê Denise?

— Ela vai ficar aqui, até o último dia da feira.

— Aqui? Tipo, na casa grande? — Perguntei desacreditada.

— Sim, você acredita que ela praticamente se autoconvidou para ficar hospedada aqui?

— Como assim?

— Ela ficou jogando verde, dizendo odiar pegar a estrada da capital e vir para a fazenda todos os dias, falou para o senhor Oliver que ele estava pecando em não ter um hotel aqui, nisso, ela começou a falar um monte de asneira sabe? Aí o senhor Oliver convidou por educação que ela e o pai ficassem de hóspedes na casa, o pai dela claro, recusou de imediato, mas ela, disse que aceitaria e já mandou os empregados trazerem suas malas.

— Talvez ela e o Oliver estejam tendo alguma coisa.

— Que é isso Aurora, você está louca? O Oliver gosta é de você.

— Ai Denise, para de ideias absurdas, você mesmo está vendo como ele anda me tratando.

— Ele deve está passando por um conflito interno Aurora, logo ele volta a ser o Oliver de antes, para de pensar que ele está saindo com alguém.

— Acho que você não entrou na lavanderia hoje em?

— Não, só vim para fazer o almoço por quê?

— Ai, deixa quieto. — Eu não queria demonstrar que estava sentindo ciúme.

— Deixa quieto o quê, o que tem na lavanderia?

— Encontrei uma camisa do Oliver manchada de batom, e era bem a camisa que ele estava ontem na festa.

— Não pode ser. — Denise pôs a mão na boca. — Você deve está se confundindo.

— Eu não sou cega, Denise, vamos deixar claro, que sendo dela, ou de outra mulher, não é problema meu, eu não tenho nada com o Oliver, ele é apenas meu patrão.

— irei à lavanderia agora.

— Nem esquenta com isso Denise, vai para sua casa se arrumar, que daqui a pouco começa a festa da feira agropecuária.

— E você não vai não?

— Eu só preciso vestir uma blusa e uma calça, amarro uma polpa no cabelo e tcharan, estou pronta! — Ri sem graça.

— O seu jeito de levar as coisas é muito diferente Aurora, eu te admiro por isso.

— E eu tenho escolha?

Sorri, mas, no fundo, não tinha escolha mesmo não, logo Denise saiu e eu fiquei distraindo o Noah com os brinquedos.

— Aurora. — Lúcia entrou no quarto.

— Oi Lúcia, achei que já estivesse em casa.

— Eu já estou de saída, mas é que o senhor Oliver mandou dar um recado a você.

— O que foi?

— Ele disse que não precisaria ir com o Noah hoje para a festa, que você pudesse ficar em casa.

— Ah, que bom! O Noah é tão novinho, para ficar no meio de barulhos e aglomerações né?

— É minha filha, eu também pensei nisso.

Lucia saiu do quarto, e eu fiquei com as borboletas no meu estômago outra vez, se Oliver não queria que fossemos, era porque estaria ocupado com a filha do patrocinador, ele já deve está tendo algum caso com ela, e por que ele iria querer a babá e o filho colados? Está mais que explicado sua mudança repentina.

Me olhei no espelho e notei o quanto minha cara estava abatida.

— Ainda bem que você não foi tão tola Aurora, ainda bem que nunca aconteceu nada de mais entre vocês.

Repetia para mim mesma, dei alguns t***s na minha cara, para ver se eu acordava desse conto de fadas que criei na mente.

— Reage Aurora, reage.

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