Caminho Traçado - Uma babá na fazenda romance Capítulo 55

— Meu Deus! Denise, isso não está escuro demais não?

— Claro que não! Esse batom te caiu perfeitamente, olha no espelho e vê como você está linda.

Estávamos na dependência onde Denise e Saulo moravam, Noah estava na cama brincando e Denise me maquiando, já que eu não tinha sequer um hidratante labial para passar na boca, Saulo havia dito que me levaria até a vila São Caetano, eu neguei sua carona, mas Denise insistiu.

Já estava vestida e calçado aquele salto enorme, me olhei no espelho e realmente gostei do que vi, nunca na minha vida, tinha me arrumado e me sentido bonita daquele jeito.

— Não acha que minha barriga está um tanto à mostra não?

— Claro que não, e mesmo se estivesse, olha esta cintura linda de dar inveja em qualquer um, você está linda!

Logo após, ouvi batidas na porta, Saulo entrou no quarto, me olhando dos pés a cabeça.

— Minha nossa! — Fiquei morrendo de vergonha, ele não parava de olhar. — Aurora com todo respeito, mas você está linda.

— Está vendo, eu te disse! — Denise completou.

— Obrigada!

— Se quiser já podemos ir.

— Tudo bem, só vou pegar minha bolsa.

— Certo, irei buscar o carro na garagem e te espero lá na frente. Morena, eu já volto, trarei algo gostoso para comermos.

Falou para Denise lhe dando um beijo, ele também não iria para a feira, ficaria com ela, dava para ver de longe o quanto ele era louco por ela.

Saí da casa de Denise, e fui em direção ao meu quarto, buscar minha bolsa e celular que havia deixado carregando, após pegar meu celular, vi que ele não havia pegado carga.

— Que droga!

Estava mal encaixado na tomada, menos mal que ainda estava com 35% de bateria, chegando na sala, quase esbarrei em Oliver, que passava com pressa, distraído olhando o relógio.

— Desculpas senhor. — Pedi desculpas, por quase bater de frente com ele.

— Aurora. — Ele paralisou ao me encarar. — Você... Você... — Não falava coisa com coisa.

— Com licença, e boa noite. — Passei por ele, mas antes, joguei todo meu cabelo longo para trás, deixando-o ali como bobo.

Abri a porta da frente e Saulo já me esperava, antes de entrar no carro, Oliver saiu também da casa vindo em direção ao carro do amigo.

— Você não disse que ficaria com a Denise hoje? — Oliver perguntou a Saulo.

— E vou, apenas darei uma carona para a Aurora.

— Só irá à vila para levá-la?

— Sim.

— Então não se preocupa, eu a levo.

A conversa rolava, como se eu não estivesse ali.

— Não sei se ela irá querer ir com você. — Falou desafiando o amigo.

— Por que não? Estou indo para a vila também.

— Não cai bem o patrão chegar com a funcionária assim. — Olhou para mim. — vão pensar que vocês têm alguma coisa.

— Que besteira, o que isso tem a ver?

— Não são palavras minhas, cara, só estou repetindo o que...

— Chega Saulo! — Oliver o repreendeu para que parasse de falar. — Aurora, vem comigo, o Saulo não precisa ter esse trabalho todo.

Eu queria dizer um não bem grande na cara dele, mas infelizmente, ele tinha razão, Saulo estava indo à vila, simplesmente para me levar.

— Não é trabalho algum. — Saulo o contrariava, deixando Oliver de cara nada boa.

— Tudo bem. — Falei para acabar com aquele clima tenso. — O senhor Oliver tem razão, já que ele está indo para lá, não precisa ter o trabalho de me levar, Saulo.

Oliver sorriu para Saulo, como se tivesse vencido uma batalha, Saulo levantou a mão em sinal de rendição.

— Tudo bem então.

Saí com Oliver até seu carro, entrei em silêncio, ele dirigia e alternava seu olhar entre a estrada e eu, que fingia olhar para o caminho.

Quando chegamos na vila, vi o quanto estava movimentadíssima, por conta de ser o último dia, as pessoas se multiplicaram, ao parar em um estacionamento privado, Oliver começou a falar.

— Se quiser, pode vir ficar comigo, no camarote.

— Não obrigada, eu quero aproveitar o parque.

— Então, quando quiser ir embora, me avisa que te levo para casa.

— Mais uma vez obrigada, mas hoje é meu dia de folga, o senhor não precisa se responsabilizar por mim.

Dito isso, saí do carro fechando a porta e andando firme, por mais que ficasse nervosa perto de Oliver, eu estava me saindo bem, se ele era bipolar eu seria tri.

Lúcia falou que ficaria perto de uma barraca de petiscos com Joaquim, caso quisesse encontrá-la, no caminho, eu já vi um vendedor de algodão-doce e comprei, depois vi uma barraca de tiro ao alvo, gostei tanto, que fiquei quase uma hora tentando acertar, logo após vi uma máquina de pegar bichos de pelúcia, sempre quis brincar numa dessas, mas já estava passando raiva, toda vez que ia levar o bichinho até o lugar certo, o gancho soltava.

— Não quer que eu tente para você?

Uma voz masculina me intimou, havia um rapaz ao meu lado, ele sorria, vendo minha cara de frustrada.

— Esta máquina deve está com defeito. — Disse ao meu favor.

— Vamos ver?

O rapaz se aproximou, e eu dei espaço para que ele tentasse, não demorou 2 minutos e ele conseguiu um sapinho de pelúcia.

— Não pode ser.

Ele pegou o sapinho e me deu.

— Toma!

— Obrigada, acho que a máquina não foi com minha cara.

— É só jeito mesmo, se fosse pelo seu rosto, ela teria te dado todas as pelúcias de mão beijada. — Fiquei tímida por suas palavras. — Desculpa, que falta de educação a minha em não me apresentar, eu sou Ricardo.

— Eu sou Aurora.

Ricardo me deu um beijo no rosto.

— Você está sozinha aqui?

— Bem. Não totalmente, vou encontrar alguns conhecidos mais tarde, e você?

— Vim com alguns amigos, mas como serei o motorista da vez, resolvi ficar pelo parquinho, talvez assim não beba nada alcoólico. — Riu.

— Você é da capital?

— Sim, na verdade, estudo e moro lá, mas eu sou do interior.

— Que legal, o que você estuda?

— Medicina.

— Sério? Tenho uma amiga que também estuda medicina na capital.

— Ah é, qual o nome dela?

— Isadora Mattos.

— Por acaso, ela é uma loirinha bem nerd?

— Ela é loira, não chega a ser nerd não, mas ela gosta muito de estudar.

— Se a gente estiver falando da mesma pessoa, te garanto que a Isa é uma nerd, nem quis vir com a galera da faculdade, só porque na próxima semana temos prova.

O fato de descobrirmos que tínhamos uma amiga em comum, fez que nossa conversa rendesse, acabou que fomos juntos em todos os brinquedos do parque, depois, começou o show e corremos para a pista, mesmo em meio a tanta gente, me lembrei do camarote, olhei para cima e consegui ver Oliver, estava ao lado de Jade e seu pai, mas olhava para a pista, como se procurasse por algo, uma pontinha de tristeza e ciúmes me bateu, mas não me abati, tirei várias fotos, fiz vídeos e me diverti muito, até ver que meu celular estava com 10% de bateria, tive medo dele acabar descarregando e não ter como encontrar a Lúcia e o Joaquim depois.

— Preciso ir Ricardo.

— Já?

— Vou dormir na casa de conhecidos hoje, não posso desencontrá-los.

— Tudo bem, eu irei encontrar meus amigos também.

Nos despedimos, e logo achei Lúcia e Joaquim, eles estavam sentados numa mesa, bebendo e comendo churrasco.

— Já chegou Aurora, e aí, estava se divertindo?

— Sim, me diverti muito.

— Come conosco, daqui a pouco iremos para casa.

Fiquei o restante da noite com eles, que eram uma ótima companhia, logo fomos para casa, Lúcia já havia preparado meu quarto, me deitei, e após ver uma foto minha que Ricardo havia tirado e ficado linda, postei no status, não demorou nem trinta segundos, e já havia uma visualização, Oliver viu meu status, e em seguida, começou a me ligar.

Comentários

Os comentários dos leitores sobre o romance: Caminho Traçado - Uma babá na fazenda