Laura Stevens –
O sorriso no rosto de Christian foi o suficiente para fazer meu peito apertar.
Ele parecia aliviado, quase como se um peso tivesse sido tirado de suas costas. Eu não sabia ao certo se era por finalmente termos falado sobre tudo, ou se era por ele sentir que ainda tinha alguma posse sobre mim.
Seus dedos tocaram meu rosto e eu não me afastei.
Havia algo no jeito como ele fazia isso. Como se estivesse se permitindo sentir, se permitindo aproveitar aquele momento sem a urgência que sempre nos envolvia.
— Eu vou te ajudar no que for preciso. Prefiro que fiquemos juntos, mas já te conheço o suficiente para saber que você negaria ficar na mesma casa que eu. – Disse ele, respirando fundo.
Deixei escapar um riso baixo.
— Ainda bem que sabe — murmurei, piscando para ele. —Mas saiba que pode vir nos visitar quando quiser. Não tenho nenhuma objeção sobre você conviver com seu filho.
O sorriso dele se alargou de um jeito quase presunçoso.
— Achou mesmo que eu não iria fazer isso? — Christian arqueou uma sobrancelha, com o olhar carregado de algo que me fez arrepiar.
Suspirei, desviando o olhar por um momento antes de balançar a cabeça. Ele não mudava. Sempre tão seguro de si, sempre tão certo de que teria o que quisesse no final.
Mas, dessa vez, não era sobre querer. Era sobre algo muito maior do que nós dois.
— É melhor voltarmos — falei, recuperando o fôlego e colocando os pés de volta no chão da realidade.
Ele não discutiu. Apenas assentiu e juntos, seguimos pelo corredor em direção ao quarto.
Quando passamos pela porta, encontrei Nathan ainda adormecido, sua respiração calma e estável. A paz no rosto do meu filho fez meu coração se aquecer.
Segundos depois, os médicos entraram no quarto, trazendo a notícia que tanto esperávamos.
— O pequeno Nathan está liberado! — Anunciou um dos médicos, com um sorriso gentil. — Os exames mostram que ele está bem.
O alívio me atingiu em cheio, quase me deixando sem ar.
Christian, ao meu lado, deslizou uma mão pelas minhas costas, um gesto discreto, mas firme.
Arrumamos as coisas de Nathan e fomos embora; já estávamos contando os segundos para sair daquele lugar.
Chegamos ao apartamento e assim que destranquei a porta, Nathan correu para dentro, ansioso para explorar o novo lar. O lugar já estava completamente organizado, como eu havia planejado e o quarto dele era, sem dúvidas, a melhor parte.
Quando Nathan empurrou a porta e se deparou com o espaço só dele, seus olhos brilharam de alegria.
— Mamãe! — Ele se virou para mim, apontando para os brinquedos. — Tem um monte!
Sorri ao ver sua felicidade, mas antes que eu pudesse responder, Christian se aproximou, com as mãos nos bolsos da calça de alfaiataria.
Ele observou o filho com aquele olhar atento, que não mostrava muitas emoções, mas ainda assim parecia absorver cada detalhe.
— Gostou? — Ele perguntou, com um tom mais contido.
Nathan assentiu animado.
Christian, que até então o observava em silêncio, se abaixou ao lado dele, ficando na mesma altura.
— Eu sei, filho...Mas amanhã você vai querer brincar mais, e pra isso precisa descansar. — A voz dele saiu mais suave do que eu esperava.
Nathan o olhou com aquela carinha indecisa, mordendo o lábio inferior.
— Você vai ficar aqui amanhã? — A pergunta do meu filho foi como uma flecha atravessando o peito, e eu prendi a respiração.
Christian sorriu de leve, passando a mão pelos cabelos do menino.
— Se você quiser, eu venho, tá bom?
Nathan assentiu, ainda meio relutante, mas já cedendo.
— Tá bom, papai.
Com um movimento delicado, Christian o pegou no colo, ajeitando o pequeno com cuidado, como se ele fosse feito de vidro. Ele levou o pequeno para o quarto e eu fiquei ali, encostada na parede, tentando me recompor.
Alguns minutos depois, Christian voltou, ajeitando a manga da camisa como se quisesse disfarçar o que acabara de acontecer. Mas eu vi o olhar diferente.
— Dormiu? — Perguntei baixinho, sem coragem de encará-lo muito.
Ele apenas assentiu e se aproximou, me dando um selar na testa.
—Eu voltarei amanhã, mas se precisar de qualquer coisa, me ligue. Independente do que acotecer, ligue. Eu virei correndo até você.

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