Christian Müller –
A caneta girava entre meus dedos enquanto eu fitava o monte de pastas sobre a mesa. Documentos importantes, contratos milionários, reuniões marcadas... tudo ali na minha frente, esperando minha atenção.
Mas minha cabeça estava a quilômetros dali.
Suspirei pesado, tentando focar e puxei uma das pastas para revisar o conteúdo. De repente, um toque na porta me tirou do transe.
— Entra. — Minha voz saiu mais dura do que eu queria.
Mark apareceu, com o olhar atento de sempre, mas dessa vez havia algo diferente em sua expressão.
— Christian, temos novidades. — Disse ele, entrando e fechando a porta atrás de si.
— O que foi? - Perguntei o vendo vir até mim com um olhar sério.
Ele largou um envelope em cima da mesa e soltou um respiro antes de começar a falar:
— Liguei para algumas fontes e puxei os registros que me pediu. Realmente, Sophie Stevens está no meio do sequestro.
Minha mandíbula se contraiu ao ouvir aquilo.
— Merda... — Rosnei, abrindo o envelope e encarando as provas. Transferências de dinheiro, registros de chamadas, mensagens cifradas.
— Isso muda muita coisa. e explica como Andressa teve acesso a informações internas.
— E o paradeiro dela? Alguma pista?
Mark negou com a cabeça.
— Sumiu depois que Ivy... mas agora que temos essas provas, podemos forçar algumas portas.
Assenti, apertando o envelope com força.
— Faça isso. E rápido.
— Então cara, hoje o universo está ao seu favor! – Disse ele me fazendo vincar as sobrancelhas.
—Como assim?
—A advogada já está na sala de reuniões, Christian. E Andressa está com ela. – Disse ele com um tom sério.
Fechei os olhos por um segundo, sentindo a raiva latejar em minhas têmporas.
— Ótimo. — Respondi, a voz saindo firme e gélida. — Vamos acabar com isso.
Peguei as pastas com mais força do que deveria e caminhei em direção à sala de reuniões, meus passos ecoando no corredor como um aviso.
Ao abrir a porta, encontrei as duas sentadas à mesa. Kelly Mendes, a advogada, ajeitava os óculos no rosto e parecia pronta para a batalha, enquanto Andressa cruzava as pernas devagar, lançando aquele olhar que ela sempre usava quando queria algo. – Um olhar que ela sabe bem, nunca me surtiu efeitos.
Assim que entrei, os olhos das duas me percorreram como se eu fosse a última gota de água no deserto. Andressa fez questão de sorrir, mordendo levemente o lábio inferior.
Idiota.
Ajeitei o paletó, passando a mão pelos botões da camisa enquanto ia até a ponta da mesa e me sentava, encarando Andressa como se ela fosse só mais uma pedra no meu sapato.
— Bom dia. — Disse, com um tom neutro, quase entediado. — Vamos direto ao ponto, tenho o dia cheio.


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