Christian Müller –
Andressa passava suas mãos pela minha camisa, tentando adentrar com a ponta dos dedos e tocar meu peito. Assim que falei, me afastei vendo os olhos de Andressa se arregalarem.
— O quê?
— Não se faça de desentendida. — Falei, segurando as mãos dela contra o meu corpo, sem tirar o sorriso gélido do rosto. — Eu sei que vocês falavam constantemente seis anos atrás. E sabe o que mais? Na noite do sequestro... você ligou para ela várias vezes.
Andressa tentou soltar a mão, mas eu a segurei firme, inclinando mais o corpo na direção dela.
— Por quê? — Repeti, a voz mais baixa, mais ameaçadora. — O que você e Sophie tramaram naquela noite?
Ela respirou fundo, o sorriso sumindo completamente, substituído pelo pânico.
— Christian, eu... eu não sei do que está falando.
Apertei os dedos em seu pulso.
— Você sabe. E vai me contar.
Me aproximei ainda mais, encarando-a nos olhos. Ela engoliu em seco, desviando o olhar, e pela primeira vez desde que entrei naquela sala, eu vi medo de verdade no rosto dela.
Soltei sua mão bruscamente, me levantando e ajeitando o paletó com calma, enquanto a observava recuar.
— Diga a Kelly que estamos encerrados. E se quiser me ver de novo, que venha com um bom advogado.
Sem mais uma palavra, caminhei até a porta, deixando-a ali, pálida e tremendo.
Mas antes de sair, me virei e lancei um último olhar por cima do ombro:
— E Andressa... — Sorri frio. — Da próxima vez que tentar me tocar, pensa duas vezes. Eu nunca te dei tal liberdade.
Fechei a porta atrás de mim com firmeza, andando pelo corredor, seguindo em direção a minha sala.
O rosto pálido de Andressa ainda estava vivo na minha mente. Pela primeira vez, vi o medo real nos olhos dela — e eu pretendia explorar isso até o fim.
Ela ainda não sabia da parte mais importante: Laura e Nathan vivos, bem, e longe do alcance dela.
E eu faria o possível para manter assim, até que todas as peças se encaixem.
Mas o nome de Sophie Stevens ainda ecoava na minha mente como um alarme insistente.
E quanto mais eu pensava, mais certeza eu tinha de que aquilo ia muito além do que eu imaginava.
Entrei na minha sala e joguei as pastas sobre a mesa, girando a cadeira e passando as mãos pelo rosto com força.
Eu precisava pensar.
E antes que pudesse organizar as ideias, a porta se abriu novamente — Mark, como sempre, com o semblante fechado.
— E então? — Ele perguntou, entrando e fechando a porta atrás de si.
— Do jeito que eu esperava. — Respondi, frio, sem sequer olhar para ele no início. — A advogada dela percebeu o óbvio. Não temos mais nada a pagar.
Me virei devagar, encarando Mark com intensidade.
— Mas Andressa... Ela tentou o caminho de sempre. Por que eu senti a culpa no rosto dela? — Falei tocando meu queixo, analisando as expressões que eu havia visto no rosto dela.
Mark arqueou uma sobrancelha.
— Ela se insinuou de novo?
— Exato. — Concordei, apoiando os cotovelos na mesa, entrelaçando as mãos diante do rosto. — Mas não é isso que me preocupa.
Mark se aproximou um pouco, atento.
— O que está te incomodando, Christian?



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