Laura Stevens –
Sophie ainda estava pálida, encostada na parede, com a pasta de documentos apertada contra o peito, como se aquilo pudesse protegê-la do mundo.
Eu caminhei de um lado para o outro, nervosa, ainda escutando o eco da porta do apartamento batendo com força quando Christian saiu.
— Meu Deus, Sophie! — soltei em um sussurro rouco, me virando para ela, colocando as mãos na cabeça. — Você quase foi pega!
Ela respirava fundo, tentando se recompor.
— Eu sei! — murmurou ela, largando a pasta no balcão e passando as mãos pelos cabelos. — Você não me avisou que ele estava aqui!
— Eu não sabia que ele ia voltar! — rebati, ainda com o coração acelerado. — Ele saiu para trabalhar, eu juro!
Sophie me olhou com os olhos arregalados, a voz ainda tremendo:
— Se o Christian me visse aqui, Ivy... ele nunca iria acreditar que eu estou do seu lado. Nunca!
Suspirei, andando até ela e segurando suas mãos.
— Eu sei, eu sei... e é por isso que a gente tem que ter mais cuidado. Se ele descobre que você me ajudou aquele dia... que foi você quem me escondeu depois do sequestro, ele... — engoli em seco. — Ele acaba com você, Sophie.
Ela assentiu, os olhos marejados.
— Eu não fiz por ele, você sabe. Eu fiz por você. — Ela disse, firme, apesar do medo. — Naquele dia, quando vi o que eles iam fazer com você... eu não consegui deixar. Não dava mais.
Meus olhos se encheram de lágrimas.
— Eu sei. E eu nunca vou esquecer o que você fez. Se você não tivesse me tirado de lá, eu... eu não sei se estaria viva hoje.
Sophie respirou fundo, apertando minhas mãos de volta.
— Mas ele não sabe disso. Para ele, eu sou a traidora. Me disseram que ele está atrás de mim. Ivy ele não pode saber...
— E vai continuar assim. — falei com firmeza, segurando o rosto dela. — Eu te prometi, lembra? Enquanto eu puder, ninguém vai encostar um dedo em você. Nem o Christian.
Ela sorriu fraco, com os olhos ainda brilhando de emoção.
— Eu confio em você. Só me assusta o quanto ele está por perto agora... E vocês dois... tão próximos de novo.
Suspirei, abaixando o olhar.
— Eu sei. E isso só torna tudo mais difícil. — Murmurei. — Ele está começando a perceber que tem algo que eu estou escondendo. Eu vejo nos olhos dele, Sophie. Às vezes, parece que ele lê a minha alma.
Ela deu uma risada fraca.
— Bom, ele sempre te conheceu melhor do que ninguém, né?


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