Christian Müller –
Entrei no quarto e fechei a porta atrás de mim, sem fazer barulho.
Meus olhos pousaram sobre Laura, que estava deitada na cama, com o corpo pequeno encolhido sob os lençóis.
O rosto dela estava mais calmo, como se o sono a tivesse livrado por um momento, de toda a dor e confusão dos últimos dias.
Me aproximei devagar e me sentei na beira da cama, observando cada detalhe dela, como se precisasse gravar sua imagem na minha memória.
Respirei fundo e acariciei com cuidado o rosto dela, afastando os fios de cabelo que caíam sobre os olhos fechados.
Suspirei pesado, sentindo o peito apertar.
— Você não faz ideia do que está acontecendo, não é? — murmurei, com a voz baixa, a fim de não a acordar. — Se eu pudesse, te manteria longe de tudo isso para sempre.
Ela respirou fundo no sono, como se, de alguma forma, ouvisse.
Meu celular vibrou no bolso, me arrancando daquele momento. Fechei os olhos por um instante, sentindo a raiva subir, antes de atender e levar o aparelho ao ouvido, me afastando um pouco da cama.
— Fala. — Minha voz saiu firme, seca.
— Christian, ele acordou. – Disse Mark, indo direto ao ponto. – O que fazemos agora?
Fechei os olhos com força, cerrando o punho livre ao lado do corpo. E então, encarei o nada, sentindo o sangue ferver.
— Acabe com ele, Mark. Sem deixar rastros. — Minhas palavras saíram como uma sentença de morte. — Depois, quero que encontre Arthur. Está na hora de acertar as contas.
— Christian... — Mark hesitou, como se pesasse o que ia dizer. — Tem certeza disso? Se mexermos com Arthur agora, não tem mais volta.
Olhei por cima do ombro, vendo Laura ainda adormecida, e o peso daquilo tudo pareceu aumentar.
— Eu nunca tive tanta certeza de nada na minha vida — respondi com frieza, encerrando a ligação.
Guardei o celular no bolso e quando me virei, Laura estava sentada na cama, me encarando. O olhar dela estava confuso, assustado.
— O que você está fazendo, Christian? — A voz dela saiu baixa, mas firme.
Por um segundo, fiquei em silêncio a observando, tentando decidir o que dizer. Mas, no fim, apenas balancei a cabeça, endurecendo o semblante.
— Não é um assunto para você, Laura. — Minha voz saiu cortante, sem espaço para discussão. — Não quero mais que você se envolva nisso.
— Você vai matar alguém? — Ela perguntou direto, sem rodeios, com a voz trêmula, mas sem desviar os olhos de mim.
Cerrei o maxilar com força, sentindo a raiva subir novamente, e caminhei até o centro do quarto, respirando fundo para não perder o controle.
— O que você quer que eu faça, Laura? — perguntei, me virando para encará-la de novo. — Quer que eu estenda a mão para quem tentou matar você? Para quem tentou matar o nosso filho? Quer que eu seja o homem que assiste tudo calado?

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