Laura Stevens –
Estávamos sentadas na mesa da sala de jantar, eu, Sophie e Amanda. Era estranho ver aquele cenário quase doméstico, mas carregado de tensão. As três com café diante de si, mas ninguém tocava na bebida. Minhas mãos estavam apoiadas sobre a mesa, inquietas, enquanto meus olhos alternavam entre elas.
— Então, o que vamos fazer? — perguntei, finalmente quebrando o silêncio. Minha voz saiu mais firme do que eu esperava, embora o medo ainda vivesse dentro de mim.
Sophie foi a primeira a falar.
— Não dá mais para ficarmos sentadas esperando que o próximo ataque aconteça. — Ela me encarou séria, o olhar frio, mas cheio de determinação. — Precisamos começar por Andressa. Ela é a peça mais fraca desse tabuleiro.
Amanda assentiu ao lado dela, com o queixo erguido.
— Concordo. Se derrubarmos Andressa, o resto começa a desmoronar.
Suspirei fundo, apoiando o cotovelo na mesa e passando a mão pelo rosto, cansada, mas determinada.
— Eu descobri algo sobre ela. — Falei, olhando para as duas. — Andressa está trabalhando em um bordel de luxo. Ela usa outro nome, mas eu a reconheci.
Sophie arqueou uma sobrancelha, interessada.
— Isso é ouro. Se isso for verdade, podemos acabar com a imagem dela em minutos.
— E não só isso. — Continuei, mais animada agora. — Ela está envolvida com alguns clientes importantes, inclusive políticos. Se essas fotos caírem na internet, vão acabar com ela e com o pai dela.
Amanda me olhou com um brilho malicioso nos olhos.
— Você conseguiu fotos?
Assenti, puxando o celular do bolso e mostrando para elas algumas imagens que havia conseguido através de um conhecido.
— Tenho essas. — Mostrei as fotos de Andressa entrando e saindo do local, além de algumas imagens dela com clientes. — E tem mais. Uma amiga minha, que conhece gente do meio, conseguiu áudios de conversas comprometedoras.
Sophie sorriu, satisfeita.
— Vamos destruir essa vadia.
— E como faremos isso sem chamar a atenção errada para nós? — perguntei, tentando manter a cabeça fria.
Amanda se aproximou mais da mesa, inclinando o corpo.
— Espalhando nas redes sociais por perfis anônimos. A internet vai fazer o trabalho por nós. Se os boatos começarem a circular, logo os jornalistas vão cavar ainda mais fundo.
— E Richard? — perguntei, olhando diretamente para Amanda. — O pai dela não vai deixar barato.
Sophie sorriu de lado.
— Ah, para ele, temos algo ainda melhor. — Ela puxou uma pasta de dentro da bolsa e abriu sobre a mesa. — Eu consegui documentos que provam a lavagem de dinheiro que ele está fazendo com empresas fantasmas. Tem transferências bancárias, contratos falsos, movimentação internacional.
Meus olhos se arregalaram ao ver aquilo.
— Você é a melhor! - Peguei os papéis, folheando com cuidado, sentindo o coração acelerar. — Com isso, a polícia pode pegá-lo.
— Não posso, Christian. Ainda tem muito o que fazer.
Ele puxou a cadeira ao meu lado e sentou-se, me encarando por um momento.
— Eu resolvo. — Disse, com o olhar preso ao meu.
Eu queria argumentar, mas acabei sendo vencida pelo cansaço. Christian soltou um suspiro e tirou o celular do bolso, discando um número.
— Mark, preciso que os meninos do setor de tecnologia nos ajude. — Disse direto, sem rodeios. — Quero que deem suporte. Tem muita coisa para subir, e precisamos fazer isso sem rastros.
Ele fez uma pausa, ouvindo a resposta do outro lado, e eu o observei com atenção. Era estranho vê-lo assim, tão envolvido com tudo, me apoiando. Uma parte de mim sabia que ele fazia isso por Nathan, mas a forma como ele me olhava, mostrava que era mais do que isso.
— Ótimo. Mande-os para cá o quanto antes. — Finalizou, desligando e largando o telefone na mesa.
Depois, ele se levantou e estendeu a mão para mim.
— Vem. Você precisa ir se deitar.
Olhei para a mão dele por um segundo, hesitante, mas no fim, aceitei. Ele me guiou até o quarto, me ajudando a me deitar, e sem dizer nada, deitou-se ao meu lado, me puxando contra o peito dele.
Deitei a cabeça em seu ombro, sentindo o calor do corpo dele, e pela primeira vez em muitas noites, me permiti fechar os olhos por alguns minutos.
Não sei quanto tempo se passou, mas o grito de Amanda nos despertou de repente.
— MEU DEUS! — Ela gritou tão alto que levantamos da cama em um salto. — VENHA VER ISSO.

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