Laura Stevens –
Respirei fundo, sentindo o coração acelerar.
Abri a porta com cautela e ao ver Christian ali parado, com o maxilar travado e os olhos faiscando de tensão, senti um arrepio na espinha.
Christian estava lindo, perigoso, e completamente no controle, como sempre.
Ele entrou em silêncio, se encostando em um canto do quarto, onde não podia ser visto por Arthur. Meus olhos encontraram os dele, e fiz um leve gesto com a mão, pedindo para que ele esperasse.
Inspirei fundo, tentando manter a calma, e voltei até Arthur, que me olhava com as pálpebras meio caídas, mas ainda com aquele sorriso idiota de quem achava que iria ganhar a noite.
— Quem era? — Ele perguntou, tentando soar casual, mas a fala já arrastada denunciava o efeito da droga começando a fazer efeito.
Forcei um sorriso sedutor e, pegando uma nova garrafa de whisky, a levantei diante dele.
— Apenas o serviço de quarto, querido. Trouxeram isso aqui especialmente para você. — Falei, como se estivesse oferecendo o prêmio da noite.
Ele riu, estendendo a mão, e eu me aproximei mais, abrindo a garrafa com cuidado.
Com um olhar provocante, posicionei o gargalo sobre os lábios dele e inclinei a garrafa, deixando o líquido escorrer, não só na boca, mas pelo queixo e pelo pescoço dele, encharcando a camisa.
Arthur gemeu, segurando minha cintura com firmeza, me puxando contra ele.
Eu mordi o lábio inferior, fingindo entrar na brincadeira, e deslizei minha boca pelo pescoço dele, como se estivesse lambendo a bebida, mas na verdade, apenas deixei o líquido tocar meus lábios antes de cuspir discretamente para o lado.
Mordi o queixo dele, roçando a boca em sua pele, e no instante seguinte, senti o peso do corpo dele vacilar.
— Tão fácil — murmurei para mim mesma, enquanto ele apagava de vez, tombando contra a cama.
Me afastei rapidamente, limpando a boca com as costas da mão.
— Uau! — Maria bateu palmas, divertida, soltando um sorriso venenoso nos lábios. — Você é mesmo boa nisso. Quantas vezes já fez esse joguinho, hein?
Revirei os olhos, cruzando os braços, sem paciência para aquilo. Assim que olhei para Christian, entendi o tom da pergunta.
— Isso não vem ao caso. Vamos logo com isso.
Christian cainhou até a porta e, em seguida, Mark entrou apressado, segurando o notebook, com os olhos grudados na tela.
— Os circuitos de segurança foram trocados. As imagens que vão aparecer são da noite de três meses atrás. Não temos muito tempo antes que alguém perceba.
Assenti, sentindo a tensão no ar, e olhei direto para ele:
— E o celular? Conseguiu destravar?
Mark respirou fundo, os dedos correndo pelo aparelho que ele segurava.
— Falta pouco, Laura. Mais alguns minutos. Mas vai ter que manter esse verme desacordado. Essa droga não é tão forte quanto parece, ele pode acordar a qualquer momento.
Soltei um suspiro pesado, massageando as têmporas, e então olhei para Christian, que me encarava com aqueles olhos tempestuosos, os braços cruzados, como se estivesse pronto para explodir a qualquer momento.
— Então? Vai ficar me olhando ou vai ajudar? — disparei, com um tom desafiador.
— Vamos, querido... mais um drink. — Ela sussurrou, colocando mais bebida na boca dele.
Arthur bebeu, meio inconsciente, e caiu de novo para o lado, afundado na cama.
— Não sei por quanto tempo ele vai ficar assim... — Maria sussurrou para mim, nervosa.
Mark levantou o olhar do notebook, com um sorriso satisfeito.
— Consegui copiar tudo. Temos o suficiente para afundar esse cara e o pai dele.
— Ótimo. — Christian estalou os dedos, já se preparando para sair dali. — Vamos antes que ele acorde.
Mas antes que eu pudesse me levantar, Arthur agarrou meu pulso com força, os olhos ainda meio turvos, mas focando em mim.
— Ei... — a voz arrastada, mas insistente. — Você ainda não me deu o que eu quero...
Eu engoli em seco, forçando um sorriso, tentando parecer natural.
— Ah, querido... — murmurei, deslizando a mão livre pelo peito dele. — Isso vai ficar para depois. Você está muito bêbado agora.
Ele riu, tentou me puxar para mais perto, tentando alcançar os meus lábios, mas as suas mãos foram até o meu pescoço me apertando.
Em um movimento rápido, Christian o empurrou da cama fazendo que ele caísse desacordado e me encarou com raiva.
—Vamos sair agora ou eu mato ele.

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