Laura Stevens –
A nossa vingança ainda estava indo com toda intensidade. E dessa vez, meu alvo para a humilhação era Norma Müller. E ela, nada melhor do que atingir o ponto da luxúria e ganância.
Assim como o filho, buscar Norma também era fácil, só ir à loja “Orange Seduccion”, no shopping.
A loja de grife mais famosa da cidade estava impecável como sempre, com vitrines reluzentes e peças únicas, que mais pareciam joias do que simples roupas. Maria e eu caminhávamos entre os cabides como se aquilo fosse parte natural do nosso dia a dia.
Ela observava os vestidos com aquele olhar atento de quem sabia o valor de um bom tecido, enquanto eu me perdia nos brilhos e bordados espalhados por todos os cantos.
E então, começamos com a atuação.
— Menina, você viu o tema do baile da Müller & Companhia deste ano? — comentei, tentando conter minha empolgação enquanto passava a mão por um vestido dourado simplesmente espetacular. — Eu já vou comprar a minha fantasia, não quero deixar para a última hora.
Maria sorriu com aquele ar de madame poderosa, ajustando os óculos escuros no rosto com delicadeza.
— Eu já escolhi a minha fantasia, querida. Hoje eu vim buscar o vestido da minha filha. — respondeu ela, apontando para um modelo deslumbrante, todo bordado com pedras cintilantes.
— Este vestido está um escândalo, Helena. — comentei, me afastando um pouco para ver outros modelos. Então, de repente, um brilho diferente chamou a minha atenção. — Espere... aquele ali não é edição limitada?
Perguntei, baixando um pouco o tom de voz enquanto me aproximava da peça. Antes que eu pudesse tocar o tecido, uma mão com unhas pintadas de vermelho-carmim chegou primeiro.
— Atendente, quanto está essa maravilha? — perguntou a mulher ao nosso lado, com um tom arrogante que eu reconheceria em qualquer lugar. Era Norma, tão artificial quanto suas unhas.
A atendente, sempre educada e com um sorriso polido, respondeu sem hesitar:
— Oitocentos, senhora.
Normanda sorriu com ar de superioridade, cruzando os braços.
— Nossa, tão barato. Será mesmo uma edição limitada? – Perguntou Norma com aquele ar de poder, sorrindo, torcendo os lábios. —Nossa, vocês costumavam trabalhar com peças de mais qualidade aqui. Não o quero mais.
A atendente olhou para nós e ao ver que mantínhamos os olhos nela, respondeu educadamente, sem perder a linha.
— Oitocentos mil, senhora.
Eu precisei conter um riso, mordendo o canto dos lábios, enquanto trocava um olhar divertido com Maria.
Norma pareceu ter engasgado por um segundo, mas logo torceu a boca tentando disfarçar, e eu aproveitei para me aproximar ainda mais do vestido, deslizando os dedos pela barra delicada.
— Eu vou levar. — Declarei com um sorriso contido e elegante.
Norma me olhou com um misto de surpresa e indignação, como se não acreditasse no que tinha acabado de ouvir.
Sem perder o tom, ela se virou para nós, mostrando interesse.
— Sobre o baile que vocês estavam falando... Como conseguiram o convite?
Eu respirei fundo, abrindo um sorriso de leve, levando a mão aos lábios como quem guardava um grande segredo.
— Ah, querida...Meu marido recebeu pessoalmente. Este Christian Müller foi muito gentil em nos visitar. – Fingi, vendo-a cair nas minhas palavras.
Helena pegou o tom da conversa imediatamente e completou com naturalidade:


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