Laura Stevens –
A ferida na minha perna era o menor dos meus problemas naquele instante. A raiva ainda pulsava em minhas veias, e a adrenalina me fazia ignorar qualquer tipo dor.
Eu sabia que o problema ainda estava por vir.
Eu não apenas tinha que processar a minha entrada novamente no salão... Eu faria isso como uma maldita rainha.
Amanda e Maria apareceram ao meu lado, entregando rapidamente um pequeno kit de primeiros socorros para Christian. Ele se ajoelhou diante de mim, levantando meu vestido apenas o suficiente para avaliar o corte. Seus olhos escureceram ao ver o sangue.
— Droga, Laura. — Ele sussurrou, com os dentes cerrados.
— Eu disse que daria conta. — Respondi com um sorriso, enquanto ele limpava a ferida com firmeza, mas sem desviar o olhar dos meus.
Ele terminou o curativo improvisado e se levantou.
Christian me olhou nos olhos por um instante, e então segurou minha máscara, colocando-a de volta no meu rosto com cuidado.
— Está pronta amor?
— Mais do que nunca. – Respondi com firmeza, levantando a minha cabeça o vendo soltar um riso.
Respirei fundo e então, Christian me estendeu o braço me olhando com admiração e assim que eu entrelacei o braço dele com o meu, as portas se abriram.
Naquele instante, todos pararam o que estavam fazendo e se viraram para nos olharem.
Os olhares eram curiosos, as bocas estavam abertas com areação desacreditada dos convidados e a cada passo que dávamos rumo ao centro do salão, meu coração saltava ao ouvir o salto bater contra o porcelanato.
Respirei fundo; esse era o momento em que eu deveria manter a postura.
As pessoas cochichavam; umas elogiavam a misteriosa mulher ao lado do senhor Müller. Outras cogitavam o fato de ele estar em um novo relacionamento.
Mas todos me olhavam, da cabeça aos pés e eu não poderia cometer nenhum erro.
Inclinei minha postura ainda segurando a mão de Christian com delicadeza, o vendo segurar minha mão, andando agora ao meu lado, me exibindo como se eu fosse um troféu.
Christian então, continuou.
—Ema Müller, assassinada a vinte anos atrás, pelo seu querido esposo Roger, que além de colocar outra em seu lugar rapidamente, foi ajudado na lavagem de dinheiro, compras fantasmas e intercepção de contratos. – Naquele instante, todos encaravam a Roger e ao telão, com os olhos mais abertos do que o normal.
Mas ainda não era a parte mais esperada da noite.
—Roger Müller, não satisfeitos com seus feitos, devido a intensa fiscalização de seu próprio pai, pediu que manipulassem o tratamento de um aneurisma, com medicamentos que adiantavam a piora da doença. E ao descobrir que a Herança era do sucessor da empresa e seu legítimo neto, que no caso, sou eu, Roger, seu filho Arthur e Norma Müller, são acusados de assassinato da primeira-dama do grupo, mas nesse plano, ele falhou miseravelmente.
Assim que Christian falou, ele levou a mão até a minha máscara, tirando-a na frente de todos.
—Apresento a vocês, a verdadeira senhora Müller, Laura Stevens, que antes respondia pelo nome Ivy Hunter.
—É um prazer revê-los! – Falei com seriedade, ouvindo os múrmuros e em questão de segundos, a cena mais esperada por nós.
As portas foram bruscamente abertas e alguns policiais passaram por elas, mas o choque veio quando o delegado apontou seu distintivo para Roger o olhando com seriedade.
—Senhor Roger Müller, o senhor, seu filho e a sua então esposa, estão sendo acusados por receptação, lavagem de dinheiro, formação de quadrilha e homicídio doloso. O senhor tem o direito de permanecer calado e de apresentar um advogado a sua defesa. – Disse ele, encarando seus policiais em seguida. —Levem-nos!

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