Laura Stevens –
O silêncio que se instalou depois daquelas palavras foi sufocante.
Eu ainda sentia meu coração martelar no peito, enquanto eu ainda tentava processar tudo o que ele havia dito.
— O que quer dizer com isso? — Minha voz saiu mais firme e a minha mente exigia todas as respostas.
Meu pai passou a mão pelo cabelo, deixando sua respiração irregular, como se cada palavra que estava prestes a dizer fosse um peso sobre seus ombros.
— Eu achei que estava lidando com só mais uma mulher sedenta por vingança... Mas não. — Ele balançou a cabeça lentamente, como se ainda estivesse tentando entender a dimensão daquilo. — Ela é muito mais do que isso. Andressa é doente.
Meu estômago se revirou.
— Doente? – Perguntei completamente confusa.
Ele assentiu, deixando seu olhar perdido, assombrado por algo que ainda não compreendíamos completamente.
— Eu a ouvi. — Ele respirou fundo, como se reunir coragem para continuar. — Andressa e Linda estavam conversando... falando sobre você, filha. Sobre como você usou drogas para conquistar Christian. Como você ameaçou as duas... e como roubou o bebê que, na verdade, era de Andressa e Christian, no hospital, depois que ela perdeu o próprio filho.
O choque atravessou meu corpo como um raio.
Senti o ar escapar dos meus pulmões, meu peito doendo como se tivesse sido atingido fisicamente.
— O quê? - Minha voz saiu baixa, incrédula.
Christian ainda estava calado. Mas eu o olhei e vi o maxilar dele travado e os punhos cerrados.
Ele ergueu os olhos para meu pai e perguntou, com a sua voz fria como gelo:
— Como o senhor sabia que esse era o nosso filho antes de ouvir elas falando?
O mais velho soltou um riso fraco, sem humor, quase como se risse de si mesmo.
— Ele tem o jeitinho das minhas crianças. — Seus olhos se suavizaram por um breve momento. — Há uma pequena pintinha ao lado da orelha... igualzinha à mãe dele.
Meu coração acelerou.
— Como assim?
— É como se fosse um micro coração. – Meu pai falou, gesticulando com os dedos.
Meu olhar voou para Christian, que guardou as mãos nos bolsos, soltando um riso fraco. Ele virou o rosto para o lado, tentando esconder a expressão, mas eu vi.
E então, ele me olhou, com os olhos se fechando ligeiramente, formando aqueles dois traços finos que denunciavam quando ele se permitia sentir algo.
— São detalhes, minha pequena. – Disse ele em um tom baixo.

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