Laura Stevens –
Quatro meses depois ...
O sol da tarde aquecia minha pele de maneira delicada e a brisa leve fazia as folhas do jardim dançarem como se celebrassem a nossa paz recém-conquistada.
Nathan ria alto, correndo atrás de bolhas de sabão que escapavam dos seus dedinhos. Eu observava, sentada na grama, com as mãos sobre a barriga já visivelmente arredondada.
A pequena Tereza parecia responder à alegria do irmão com leves mexidas. Aquilo era felicidade. Aquilo era o que eu sempre sonhei, mesmo quando achei que não merecia.
Foi então que vi Christian se aproximando, com o sorriso fácil de quem carrega boas notícias. Trazia rosas vermelhas nas mãos e uma caixa de chocolates no braço.
Nathan foi o primeiro a notá-lo.
—Papai! — Ele gritou, correndo com os bracinhos abertos.
Christian o pegou no ar como se fosse a coisa mais natural do mundo, girando-o e enchendo o rostinho dele de beijos. Depois caminhou até mim e antes de dizer qualquer coisa, me deu um selar suave, cheio de carinho e saudade.
—Qual a ocasião? — Perguntei sorrindo, já desconfiando que havia algo mais ali além de flores e chocolate.
—Eu vim te contar uma novidade... – Christian disse, com o brilho nos olhos que só aparecia quando ele falava de algo grande, importante.
Eu me levantei devagar, sentindo o peso da barriga e recebi as flores com um sorriso. O perfume das rosas preencheu o ar como uma promessa silenciosa de amor.
—A nossa nova empresa, Hunter & Co, está prestes a fechar um grande contrato com uma farmacêutica em Chicago.
Meu coração se encheu de orgulho. Envolvi seu pescoço com os braços e o abracei com força.
—Meu amor! Que notícia maravilhosa! Parabéns! — Falei e o beijei de verdade dessa vez, com emoção e admiração.
Ele sorriu entre o beijo e por um momento nos perdemos na ideia de um futuro cada vez mais sólido e próximo.
—Quando você vai? — Eu perguntei, tentando manter a voz neutra, mesmo já sentindo aquele leve aperto no peito.
—Amanhã. Mas daqui quatro dias estarei de volta. Prometo.
Assenti. Quatro dias não eram nada. E, ao mesmo tempo, pareciam muito.
Mais tarde, ficamos no sofá comendo chocolate juntos. Nathan dormiu no meu colo, a caixinha de bombons entre nossas mãos e Christian acariciava minha barriga com delicadeza, como se conversasse com a Tereza em silêncio.
O clima era leve, sereno, como se nada pudesse nos tocar dali em diante. E era nisso que eu acreditava, com todas as minhas forças.
Na manhã seguinte, preparei o café enquanto ele se arrumava.
A despedida foi cheia de beijos e promessas sussurradas. Ele empurrou a mala até o carro e, antes de entrar, me puxou para um abraço longo, daqueles que dizem muito mais do que palavras conseguem.
—Volta logo, eu já estou com saudades! — sussurrei no seu ouvido.
—Você vai piscar e eu já estarei de volta, nos seus braços, meu amor. — Ele respondeu, com aquele olhar que sempre me desmontava.
Christian partiu e eu fiquei ali, na porta, acenando como uma adolescente apaixonada.
E, de certa forma, era exatamente isso que eu era. Apaixonada por ele. Pela nossa vida. Pelo que estávamos construindo.
O dia passou sem grandes acontecimentos.
Brinquei com Nathan, organizei algumas coisas da casa, as roupinhas e o quarto da Tereza, respondi e-mails da empresa. Era pouco, mas já estava sendo cansativo os esforços pra mim, já que não faltava muito para eu dar a luz.
À noite, depois de colocar Nathan na cama, tomei um banho demorado e me deitei com o celular na mão. Queria ouvir a voz do Christian, saber se ele já tinha chegado ao hotel, se tinha jantado, se estava cansado.

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