Laura Stevens –
O dia seguinte amanheceu... mas, dentro de mim, tudo continuava escuro.
Eu não me levantei da cama. Nem tentei. O travesseiro ainda carregava o cheiro do Christian e isso só fazia meu estômago revirar mais.
Aquela foto se repetia na minha mente como um pesadelo sem fim.
A mão dele na coxa de outra mulher.
Tão confortável.
Tão íntimo.
Tão covarde.
As horas passaram e eu não abri as cortinas. Não comi. Não respondi mensagens.
Nathan ficou o dia todo com a babá — o que doía ainda mais, porque eu sempre fiz questão de ser presença na vida dele. Mas naquele dia... eu só conseguia chorar.
Chorar e me perguntar como foi que eu não vi.
Como eu pude acreditar tanto?
Meu celular tocava em intervalos. Sempre o mesmo nome: Christian.
E eu recusava.
Ou deixava tocar até ele desistir.
O nome dele soava como veneno agora.
Me traía até no silêncio.
Me traía na lembrança das promessas que ele fez com a boca encostada na minha testa.
Não sei quanto tempo passou até ouvir passos apressados pela casa. Alguém batendo na porta do quarto.
—Laura? — a voz era familiar. Amanda.
Antes que eu pudesse fingir que não estava ali, ela abriu a porta e me encontrou do jeito que eu estava: encolhida, suada, pálida, com o rosto inchado de tanto chorar.
—Meu Deus... — ela sussurrou, correndo até mim.
Eu não disse nada. Não consegui. Apenas me joguei nos braços dela como se aquilo fosse o último lugar seguro que me restava.
Chorei.
Chorei com a dor de mil socos.
Chorei com vergonha.
Chorei porque meu peito doía mais do que meu corpo poderia suportar.
Amanda me deitou com cuidado na cama, ajeitou os travesseiros atrás das minhas costas e ficou ali, me acariciando o cabelo como uma irmã faria.
—Laura... o que aconteceu? — Ela perguntou baixinho, com uma mistura de preocupação e carinho. —Por que você não está atendendo o Christian? O que houve com vocês? Ele estava tão preocupado que quase colocou a SWAT atrás de você.
Meu corpo reagiu antes da minha voz.
Apontei o dedo para ela com a pouca força que me restava e disparei com uma fúria que nem eu sabia que estava ali:

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